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Bolsas da Europa fecham mistas, observando balanços

O índice pan-europeu Stoxx 600 fechou em alta de 0,11%, a 508,52 pontos. O CPI da Alemanha ficou em 2,2% em abril

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29 de abril de 2024
Vinicius Palermo
Bolsas da Europa fecham mistas, observando balanços
O índice de sentimento econômico da zona do euro também foi divulgado nesta segunda, e decepcionou ao cair em abril, a 95,6 pontos.

As bolsas da Europa fecharam sem sinal único na segunda-feira, 29, em um dia com atenção a dados da região e à postura do Banco Central Europeu (BCE). O índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) na Alemanha apontou uma persistência na inflação na maior economia do bloco, o que levantou incertezas sobre a política monetária da zona do euro. Além disso, a temporada de balanços segue em foco.

O índice pan-europeu Stoxx 600 fechou em alta de 0,11%, a 508,52 pontos. O CPI da Alemanha ficou em 2,2% em abril, inalterada em relação à de março, segundo dados preliminares divulgados nesta segunda-feira pelo Destatis. Já na comparação mensal, o CPI alemão subiu 0,5% em abril.

“O aumento da inflação global alemã é um bom lembrete de quão difícil será para o Banco Central Europeu (BCE) o último passo para trazer a inflação de forma sustentável para 2%. Ainda assim, tendo em conta a comunicação do BCE ao longo dos últimos meses, um corte nas taxas na reunião de junho ainda parece um acordo fechado”, afirma o ING.

Em Frankfurt, o DAX recuou 0,24%, a 18.118,32 pontos. O índice de sentimento econômico da zona do euro também foi divulgado nesta segunda, e decepcionou ao cair em abril, a 95,6 pontos.

Dirigente do BCE, Pierre Wunsch afirmou em entrevista que é necessário haver cautela com o quadro na zona do euro, com inflação ainda elevada. Segundo ele, uma redução nos juros em junho não é algo garantido, nesse contexto. Ao mesmo tempo, a autoridade comentou que, a menos que surjam más notícias, acredita em “ao menos dois cortes de juros” neste ano. Questionado sobre a possibilidade de um corte maior que 25 pontos-base em junho, disse que ficaria surpreso se isso acontecesse. Wunsch afirmou que quer continuar a ver dados que elevem sua confiança de que a inflação desacelera rumo à meta de 2%.

Em Madri, o Ibex 35 caiu 0,48%, a 11.100,80 pontos, pressionado pela incerteza política no país. O primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, disse nesta segunda-feira que permanecerá no cargo “com ainda mais força”, após passar dias refletindo sobre o assunto. No meio da semana passada, Sánchez ao anunciou que tiraria uma folga de cinco dias para pensar sobre seu futuro no cargo, após um tribunal iniciar procedimentos preliminares contra sua esposa, Begoña Gómez, por suposto envolvimento em um caso de corrupção.

Entre as empresas, segundo a Reuters, a BHP poderá melhorar sua oferta pela Anglo American, após ter a proposta inicial de US$ 39 bilhões rejeitada na semana passada. Em Londres, a ação da Anglo American subiu 3,54%. Na cidade, o FTSE 100 subiu 0,09%, a 8.147,03 pontos.

Entre balanços, a Vivendi ampliou sua receita em mais de 5% no primeiro trimestre, mas a ação do grupo de mídia francês caiu 0,12% em Paris, onde o CAC 40 teve queda de 0,29%, a 8.065,15 pontos. Em Milão, o FTSE MIB subiu 0,14%, a 34.296,31 pontos. Em Lisboa, o PSI 20 avançou 1,03%, a 6.680,62 pontos.

As bolsas asiáticas fecharam em alta na segunda-feira, 29, após Wall Street encerrar a última semana em tom positivo e à medida que ações de incorporadoras saltaram na China e em Hong Kong, em reação à notícia de que uma grande cidade chinesa eliminou restrições a compras de moradias.

Na China continental, o índice Xangai Composto subiu 0,79%, a 3 113,04 pontos, e o menos abrangente Shenzhen Composite teve ganho mais expressivo, de 2,31%, a 1.768,44 pontos. No setor imobiliário, a ação da China Vanke saltou 10%, atingindo o limite diário de valorização, e a do Poly Developments & Holdings Group avançou 7,4%, após notícia de que Chengdu, capital da província chinesa de Sichuan, não irá mais avaliar as qualificações de possíveis compradores de moradias.

Também reagindo à novidade de Chengdu, o Hang Seng registrou alta de 0,54% em Hong Kong, a 17.746,91 pontos, com destaque para incorporadoras como Country Garden Services (+11%), Longfor Group (+7,1%) e China Overseas Land & Investment (+4%).

Em outras partes da Ásia, o sul-coreano Kospi avançou 1,17% em Seul, a 2.687,44 pontos, e o Taiex subiu 1,86% em Taiwan, a 20 495,52 pontos.

A bolsa de Tóquio não operou na segunda em função de um feriado no Japão, mas o iene teve acentuadas flutuações ante o dólar durante a madrugada, primeiro renovando mínima em 34 anos e depois se recuperando fortemente em meio a rumores de intervenção do governo japonês no mercado cambial.

O apetite por risco na região asiática veio também após as bolsas de Nova York fecharem com ganhos generalizados na sexta-feira (26), em especial de ações de tecnologia, em meio ao entusiasmo com balanços trimestrais das big techs Alphabet e Microsoft.

Dados fracos do lucro industrial chinês, que sofreu queda anual de 3,5% em março, acabaram ficando em segundo plano.

Na Oceania, a bolsa australiana também ficou no azul, com a ajuda de ações dos setores imobiliário e financeiro. O S&P/ASX 200 avançou 0,81% em Sydney, a 7.637,40 pontos.