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Bolsas da Europa fecham mistas, com repercussão da guerra entre Irã e Israel

As perspectivas de que o conflito, a princípio, deverá ser contido fizeram com que grande parte das ações não operassem pressionadas.

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16 de abril de 2024
Vinicius Palermo
Bolsas da Europa fecham mistas, com repercussão da guerra entre Irã e Israel
Opiniões de instituições financeiras nos EUA também impactaram no dia das bolsas europeias

As bolsas da Europa fecharam mistas na segunda-feira, 15, em uma sessão que captou a repercussão dos desdobramentos do ataque do Irã contra Israel no fim de semana. As perspectivas de que o conflito, a princípio, deverá ser contido fizeram com que grande parte das ações não operassem pressionadas. Por outro lado, o petróleo recuou diante desta visão, o que teve influência em papéis do setor, que registraram importantes baixas.

O Wells Fargo continua acreditando que uma guerra regional mais ampla não é iminente.

No sábado, 13, o Irã lançou mais de 300 mísseis e drones contra alvos militares em Israel. A maior parte dos projéteis, no entanto, foi interceptada e os danos foram pequenos.

No domingo, 14, os dois países deram sinais de que evitarão o agravamento do conflito. O Wells Fargo continua acreditando que uma guerra regional mais ampla não é iminente.

Como resultado, o banco aponta que suas perspectivas econômicas, monetárias e do mercado financeiro globais não mudaram em resultado dos desenvolvimentos geopolíticos mais recentes. Neste cenário, as petroleiras BP (-2,19%) e Shell (-1,62%) recuaram, pressionando o FTSE 100 a uma queda de 0,45% em Londres, a 7 959,63 pontos. Em Madri, a Repsol caiu 1,61%, contribuindo na queda de 0,17%, a 6.268,88 pontos, do Ibex 35. Já o PSI 20 recuou 1,08% em Lisboa, a 6.268,88 pontos, com a Galp caindo 1,07%.

No noticiário macroeconômico, destaque para a produção industrial da zona do euro, que subiu 0,8% no confronto mensal de fevereiro, como era previsto, após cair 3% em janeiro. “Uma recuperação industrial incipiente a nível mundial é um desenvolvimento positivo que acreditamos que irá apoiar uma retomada cada vez mais ampla das ações”, avalia a Capital Economics.

As surpresas na atividade apoiaram uma melhoria na dinâmica consensual dos lucros por ação nos últimos meses e são um bom presságio para a próxima temporada de relatórios empresariais, projeta a análise.

“Acreditamos que as ações são sustentadas por uma economia global resiliente e por uma melhoria das perspectivas de lucros por ação. Uma inflação mais rígida do que o esperado poderá prejudicar o sentimento dos investidores no curto prazo, mas as ações poderão conviver com rendimentos das obrigações mais elevados, desde que os dados de atividade continuem a melhorar”, afirma a consultoria.

Em Paris, o CAC 40 subiu 0,43%, a 8.045,11 pontos. O DAX avançou 0,41%, a 18.003,21 pontos em Frankfurt. Em Milão, o FTSE MIB teve alta de 0,56%, a 33.954,28 pontos.

As bolsas da Ásia e do Pacífico fecharam majoritariamente em baixa na segunda-feira, 15, em meio a preocupações com a situação no Oriente Médio após os ataques lançados por Irã contra Israel no fim de semana.

O índice japonês Nikkei caiu 0,74% em Tóquio, a 39.232,80 pontos, enquanto o Hang Seng recuou 0,72% em Hong Kong, a 16 600,46 pontos, o sul-coreano Kospi cedeu 0,42% em Seul, a 2 670,43 pontos, e o Taiex registrou perda de 1,38% em Taiwan, a 20.449,77 pontos.

No sábado (13), o Irã lançou mais de 300 mísseis e drones contra alvos militares em Israel. A maior parte dos projéteis, no entanto, foi interceptada e os danos foram pequenos. Antes do ataque, que já era esperado, Wall Street sofreu perdas de mais de 1% na sexta-feira (12).

Na China continental, o índice Xangai Composto driblou o mau humor na Ásia e subiu 1,26%, a 3.057,38 pontos, após Pequim divulgar novas diretrizes para os mercados de capitais que enfatizam a proteção a investidores. Já o menos abrangente Shenzhen Composto teve baixa de 0,30%, a 1.702,68 pontos. O banco central chinês, conhecido como PBoC, manteve a taxa da linha de empréstimo de médio prazo em 2,5%, sugerindo que seus juros principais também ficarão inalterados.

No fim da noite de segunda, estão previstos dados do Produto Interno Bruto (PIB) chinês do primeiro trimestre, assim como números da indústria e varejo referentes a março da segunda maior economia do mundo.

Na Oceania, a bolsa australiana ficou no vermelho, diante das incertezas no Oriente Médio. O S&P/ASX 200 caiu 0,46% em Sydney, a 7.752,50 pontos.