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Juros longos

Bolsas da Europa fecham em queda firme, com cautela global por pressão de Treasuries

As bolsas asiáticas fecharam em baixa na terça-feira, 3, com perdas lideradas por Hong Kong, que voltou de um feriado.

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03 de outubro de 2023
Vinicius Palermo
Bolsas da Europa fecham em queda firme, com cautela global por pressão de Treasuries
Os juros dos Treasuries longos, considerados ativos de segurança, atingiram máxima desde 2007.

As bolsas da Europa fecharam em queda na terça-feira, 3, em meio a forte aversão ao risco nos mercados globais, enquanto os retornos dos Treasuries longos máximas em 16 anos e o dólar segue fortalecido frente a rivais.

Na bolsa de Londres, o FTSE 100 fechou em queda de 0,54%, aos 7 470,16 pontos. Em Frankfurt, o DAX recuou 1,06%, aos 15.085,21 pontos; em Paris, o CAC 40 cedeu 1,01%, aos 6.997,05 pontos; em Milão o FTSE MIB perdeu 1,32%, aos 27.482,21 pontos; em Madri, o Ibex 35 caiu 1,62%, aos 9.168,20 pontos; e, em Lisboa, o PSI 20 teve baixa de 2,74%, aos 5898,81 pontos. As cotações são preliminares.

Na terça, os dados do relatório Jolts nos EUA fortaleceram a expectativa crescente no mercado de que a resiliência da economia dos EUA levará o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) a manter juros elevados por mais tempo.

Os juros dos Treasuries longos, considerados ativos de segurança, atingiram máxima desde 2007. Segundo Michael Hewson, do CMC Markets, os mercados na Europa mantiveram o tom negativo observado na véspera, pressionados pelo dólar e pelos títulos do Tesouro.

No longo prazo, a Oxford Economics prevê que as ações, não só na Europa, devem manter apresentando “retornos relativamente baixos”, não tão atrativos para os investidores.

Na terça, o membro do conselho do Banco da Finlândia, Tuomas Valimaki, e o economista-chefe do Banco Central Europeu (BCE), Philip Lane, reforçaram que a autoridade monetária ainda não venceu a batalha contra a inflação e deve manter os juros elevados por bastante tempo, não descartando uma possível nova elevação nas taxas.

As bolsas asiáticas fecharam em baixa na terça-feira, 3, com perdas lideradas por Hong Kong, que voltou de um feriado. O índice Hang Seng caiu 2,69% em Hong Kong, a 17 331,22 pontos, pressionado por ações do setor imobiliário, como as da Longfor Group (-6,5%) e Country Garden (-7,05%).

Apenas a China Evergrande, porém, saltou 28,13% na terça, ao retomar negócios após ter suas ações suspensas na semana passada, quando a problemática incorporadora revelou que seu presidente está sob investigação. Durante o pregão em Hong Kong, o papel da Evergrande chegou a disparar mais de 60%.

Em nota a clientes, o analista da Nomura Jizhou Dong apontou, porém, que qualquer “rali de ações de incorporadoras…não será sustentável” na ausência de políticas significativas de Pequim para a indústria imobiliária.

Em outras partes da Ásia, o japonês Nikkei recuou 1,64% em Tóquio, a 31.237,94 pontos, influenciado por ações de energia e montadoras, e o Taiex registrou queda de 0,62% em Taiwan, a 16 454,34 pontos.

Na China continental e na Coreia do Sul, os mercados seguiram inativos na terça em função de feriados.
Na Oceania, a bolsa australiana teve perdas significativas, com fraco desempenho de mineradoras e petrolíferas, apesar de o banco central do país ter deixado seu juro básico inalterado em 4,1% nesta madrugada. O S&P/ASX 200 caiu 1,28% em Sydney, 6.943,40 pontos.