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Corte de juros

Bolsas da Europa fecham em queda com tensões geopolíticas

O índice DAX, referência em Frankfurt, encerrou em baixa de 2,28%, a 18.086,75 pontos, enquanto o CAC 40, de Paris, perdeu 2,14%, a 7.370,45 pontos.

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01 de agosto de 2024
Vinicius Palermo
Bolsas da Europa fecham em queda com tensões geopolíticas
Na Alemanha, a ação da Volkswagen caiu cerca de 5%, após a montadora informar lucro menor no segundo trimestre.

As bolsas da Europa fecharam em forte queda na quinta-feira, 1º de agosto, com deterioração na reta final do pregão em meio ao recrudescimento das tensões no Oriente Médio. Londres ainda conseguiu resistir com uma baixa um pouco mais modesta que as demais, após o Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) cortar juros pela primeira vez desde a pandemia de covid-19, mas a pressão firme prevaleceu em toda a região, também diante de balanços corporativos.

O índice DAX, referência em Frankfurt, encerrou em baixa de 2,28%, a 18.086,75 pontos, enquanto o CAC 40, de Paris, perdeu 2,14%, a 7.370,45 pontos.

O setor bancário exibiu sinal negativo na região, puxado por Société Générale, que perdeu 8,88% após a instituição financeira francesa reduzir projeções para os resultados deste ano.

Na Alemanha, a ação da Volkswagen caiu cerca de 5%, após a montadora informar lucro menor no segundo trimestre. Na França, Credit Agricole perdeu 0,57%, embora o balanço tenha superado expectativas.

Em Londres, o índice FTSE 100 caiu 1,01%, aos 8.283,36 pontos. Em uma decisão dividida, o BoE cortou juros em 25 pontos-base, para 5,00%, mas avisou que a restrição monetária deve seguir em vigor por algum tempo.

Para o Wells Fargo, a autoridade monetária britânica deve adotar uma postura cautelosa neste primeiro estágio do relaxamento monetário, mas colocará o pé no acelerador em 2025. “Prevemos um corte acumulado de 125 pontos-base de cortes nas taxas no próximo ano, o que levaria a taxa básica a terminar 2025 em 3,50%”, projeta.

A decisão inspirou reação marginalmente positiva nos mercados acionários, mas o ambiente se deteriorou nas horas seguintes. Os riscos geopolíticos permanecem no radar, no dia em que o Hezbollah prometeu responder ao assassinato de um de seus comandantes por Israel. Há também alguma preocupação com o ritmo da economia dos Estados Unidos, após uma sequência de indicadores.

Entre outras praças, o índice FTSE MIB, de Milão, caiu 2,68%, a 32.857,43 pontos. Na Península Ibérica, o PSI 20, de Lisboa, cedeu 0,70%, a 6.661,69 pontos. Em Madri, o Ibex 35 recuou 2,06%, a 10.836,90 pontos. As cotações são preliminares.

As bolsas da Ásia e do Pacífico fecharam sem direção única na quinta-feira, 1, com perdas em Tóquio, em meio à forte valorização do iene, e também na China, após dados de manufatura decepcionantes.

Liderando as perdas na Ásia, o índice japonês Nikkei caiu 2,49% em Tóquio, a 38.126,33 pontos, pressionado por ações dos setores imobiliário e automotivo à medida que o iene saltou ante o dólar após a elevação de juros anunciada pelo Banco do Japão (BoJ).

Em outras partes da região asiática, o Hang Seng recuou 0,23% em Hong Kong, a 17.304,96 pontos, enquanto o sul-coreano Kospi subiu 0,25% em Seul, a 2.777,68 pontos, e o Taiex avançou 1,99% em Taiwan, a 22.642,10 pontos.

Na China continental, os mercados ficaram no vermelho, puxados por uma queda em ações de consumo, após pesquisa da S&P Global/Caixin mostrar que o PMI industrial da segunda maior economia do mundo caiu para 49,8 em julho, com a leitura abaixo de 50 apontando a primeira contração na manufatura em nove meses O Xangai Composto recuou 0,22%, a 2.932,39 pontos, e o menos abrangente Shenzhen Composto caiu 0,53%, a 1.602,19 pontos.

Na Oceania, a bolsa australiana terminou o dia em máxima histórica pelo segundo pregão consecutivo. O S&P/ASX 200 avançou 0,28%, ao patamar inédito de 8.114,70 pontos.

O comportamento misto na Ásia e no Pacífico também veio um dia após o Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) deixar seus juros básicos inalterados pela oitava vez seguida, mas sinalizar que poderá anunciar um primeiro corte das taxas em setembro, como era amplamente esperado.