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Bolsas da Europa fecham em queda, com perdas de mais de 1%

O otimismo de investidores com o início do ciclo de afrouxamento monetário pelo Fed nos Estados Unidos perdeu fôlego na sexta-feira, na medida em que investidores ponderam ganhos recentes.

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20 de setembro de 2024
Bolsas da Europa fecham em queda, com perdas de mais de 1%
Foto: Reuters

As bolsas da Europa fecharam em queda firme na sexta-feira, 20, em correção após sessão amplamente positiva na quinta-feira e enquanto investidores analisam os próximos passos de política monetária das economias principais. Agentes analisaram ainda dados de varejo no Reino Unido e inflação na Alemanha.

Em Londres, o FTSE 100 caiu 1,19%, aos 8.229,99 pontos. O CAC 40, de Paris, cedeu 1,51%, encerrando em 7.500,26 pontos. O DAX, referência em Frankfurt, teve piora de 1,43%, a 18.730,86 pontos. O Ibex 35, de Madri, cedeu 0,01%, para os 11.777,00 pontos e o FTSE MIB, de Milão, fechou em queda de 0,83%, a 33.762,25 pontos. Já o PSI 20, de Lisboa, recuou 0,06%, aos 6.716,23 pontos. As cotações são preliminares.

O otimismo de investidores com o início do ciclo de afrouxamento monetário pelo Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) nos Estados Unidos perdeu fôlego nesta sexta-feira, na medida em que investidores ponderam ganhos recentes, analisam o comportamento errático das curvas de juros e buscam entender se outros BCs conseguirão replicar as ações do Fed.

Nessa linha, a presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, disse que a incerteza à frente ainda é profunda. E o vice, Luis de Guindos, afirmou que estão completamente comprometidos com o seu mandato e a abordagem dependente de dados. No Reino Unido, a dirigente do Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) Catherine Mann defendeu uma estratégia de manutenção da política restritiva por mais tempo, para cortar mais agressivamente depois.

As ações da Mercedes-Benz recuaram mais de 7%, após a montadora cortar projeções de margens de lucros, em meio a dificuldades na China. Burberry caiu cerca de 3%, depois que o Jefferies rebaixou a recomendação do papel de “manter” para “underperform”.

As ações da Hugo Boss chegaram a avançar após anúncio de que o CEO da empresa, Daniel Grieder, comprou uma participação avaliada em quase 1 milhão de euros na empresa. Não obstante, no fim do dia, o papel cedeu mais de 1%.

As bolsas da Ásia fecharam majoritariamente em alta na sexta-feira, 20, após o Banco do Japão (BoJ) deixar juros inalterados e indicar postura cautelosa no processo de aperto monetário. A manutenção das taxas principais do Banco do Povo da China (PBoC), no entanto, limitou os negócios de Xangai e Shenzhen.

Os mercados orientais também ecoaram a euforia de Wall Street na véspera, quando o otimismo por maior alívio monetário do Federal Reserve (Fed) empurrou os índices Dow Jones e S&P 500 a recordes históricos.

Assim, em Tóquio, o índice Nikkei encerrou a sessão com ganho de 1,53%, a 37.723,91 pontos. Para a Capital Economics, o BoJ demonstrou estar sem pressa para ajustar a política. “Dessa forma, agora esperamos que o Banco aumente os juros na reunião de dezembro, e não no mês que vem”, prevê a consultoria.

Em Taiwan, o Taiex avançou 0,53%, a 22.159,42 pontos. Já o sul-coreano Kospi, em Seul, ganhou 0,49%, a 2.593,37 pontos. Em Hong Kong, o Hang Seng se elevou 1,36%, 18.258,57 pontos, sob o apoio de ações do setor imobiliário, como China Vanke (-5,44%).

Na China continental, o Xangai Composto computou ganho marginal de 0,03%, a 2.736,81 pontos, mas o menos abrangente Shenzhen Composto perdeu 0,16%, a 1.494,66 pontos. O PBoC manteve a taxa de juros de referência para empréstimos (LPR) de 1 ano em 3,35%, enquanto a de 5 anos permaneceu em 3,85%. Havia alguma esperança de que a autoridade monetária pudesse agir para estimular a segunda maior economia do planeta.

Na Oceania, o índice S&P/ASX 200 avançou 0,21% em Sydney, a 8 209,50 pontos, em novo recorde histórico.