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Juros estáveis

Bolsas da Europa fecham em queda, com expectativa sobre reunião do BCE

As projeções majoritárias apontam que a taxa de juros seguirá inalterada na zona do euro, diante das dificuldades ainda existentes para o alcance da meta de inflação.

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04 de março de 2024
Vinicius Palermo
Bolsas da Europa fecham em queda, com expectativa sobre reunião do BCE
Em Londres, o FTSE 100 cedeu 0,55%, aos 7.640,33 pontos. Em Frankfurt, o índice DAX recuou 0,11%, aos 17.716,17 pontos.

As bolsas europeias fecharam a segunda-feira, 4, majoritariamente, em baixa, em meio à expectativa com a decisão do Banco Central Europeu (BCE), na quinta-feira. As projeções majoritárias apontam que a taxa de juros seguirá inalterada na zona do euro, diante das dificuldades ainda existentes para o alcance da meta de inflação.

Em Londres, o FTSE 100 cedeu 0,55%, aos 7.640,33 pontos. Em Frankfurt, o índice DAX recuou 0,11%, aos 17.716,17 pontos. O CAC-40, referencial da Bolsa de Paris, subiu 0,28%, para encerrar aos 7.956,41 pontos. As cotações são preliminares.

É provável que o BCE mantenha as taxas de juro por enquanto, uma vez que a “última milha” no caminho para a sua meta de inflação está se revelando a mais difícil, afirma o economista-chefe da KfW, Fritzi Koehler-Geib, em nota. “Existe agora também um consenso crescente entre os participantes no mercado de que é improvável um corte nas taxas de juro em março ou abril”, diz. A falta de sinais claros de abrandamento do crescimento salarial e sinais de que a inflação continua persistente no setor de serviços corroboram o apelo por vigilância, observou.

Para o chefe de pesquisa macroeconômica da Pictet Wealth Management, Frederik Ducrozet, o momento do primeiro corte nas taxas de juros do BCE é importante, mas eventualmente o debate se voltará para o ritmo e a magnitude da flexibilização da política após o verão local, disse o chefe de pesquisa macroeconômica da Pictet Wealth Management, Frederik Ducrozet.

Em Londres, as ações da Ocado cederam 6,68%. Na semana passada, a direção da empresa ameaçou processar a Marks & Spencer por causa de um pagamento multimilionário vinculado à sua joint venture online.

A M&S, que detém 50% da Ocado Retail, está retendo parte do pagamento final de 190 milhões de libras esterlinas, depois que certas metas de desempenho previstas no acordo entre as partes não foram atingidas. O desacordo da Ocado em relação ao valor do pagamento final da Marks & Spencer pela sua JV não é bem-vindo para ambas as empresas, escreveu Russ Mold, diretor de investimentos da AJ Bell.

O Ibex 35 fechou com variação de 0,05%, a 10.069,80 pontos. As ações da Grifols perderam 9,71%, após a divulgação de que o acionista Capital Research and Management Company reduziu a sua participação e os vendedores a descoberto ajustaram as suas posições na empresa farmacêutica espanhola. O papel deu continuidade à montanha-russa que se seguiu à publicação, na quinta-feira passada, dos resultados da empresa, o que garantiu apenas uma trégua breve para o tombo dos papéis.

Entre os outros índices referenciais da região, o FTSE MIB, de Milão, cedeu 0,11%, a 32.912,34 pontos; em Lisboa, o PSI 20 caiu 0,39%, aos 6.175,64 pontos.

As bolsas asiáticas fecharam em alta nesta segunda-feira, 4, à espera da principal reunião de líderes da China e com a do Japão ultrapassando a marca de 40 mil pontos pela primeira vez, após alguns dos principais índices acionários de Nova York atingirem novas máximas históricas no fim da semana passada.
Em Tóquio, o índice japonês Nikkei avançou 0,50%, a 40.109,23 pontos, atingindo novo pico histórico, impulsionado por ações ligadas a chips.

Na China continental, o índice Xangai Composto subiu 0,41%, a 3 039,31 pontos, e o menos abrangente Shenzhen Composto teve modesta alta de 0,18%, a 1.728,52 pontos, em meio a expectativas de que a liderança do país anuncie mais políticas de apoio durante as reuniões plenárias anuais, que terão início na terça-feira (05) e irão se estender até o dia 10. Rompendo uma tradição de longa data, o primeiro-ministro Li Qiang não concederá coletiva de imprensa na conclusão do evento.

Em outras partes da Ásia, o sul-coreano Kospi avançou 1,21% em Seul, a 2.647,27 pontos, enquanto o Taiex subiu 1,95% em Taiwan, a 19.305,31 pontos, e o Hang Seng registrou alta marginal de 0,04% em Hong Kong, a 16.595,97 pontos.

O apetite por risco na região asiática veio após as bolsas de Nova York encerrarem os negócios de sexta-feira (01) com ganhos generalizados e novas máximas históricas do Nasdaq e do S&P 500, em meio ao otimismo com o advento da inteligência artificial (IA).

Na Oceania, a bolsa australiana contrariou o tom positivo da Ásia e ficou levemente no vermelho, após fechar em patamar recorde no pregão anterior. O S&P/ASX 200 caiu 0,13% em Sydney, a 7.735,80 pontos, pressionado por ações de mineradoras.