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Bolsas da Europa fecham em queda, com atenções para manutenção dos juros

O índice pan-europeu Stoxx 600 caiu 0,44%, aos 504,34 pontos. O destaque nas quedas entre os índices foi o Ibex 35, que caiu 1,16%, aos 10.649,80 pontos, em seu quinto recuo consecutivo.

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12 de abril de 2024
Vinicius Palermo
Bolsas da Europa fecham em queda, com atenções para manutenção dos juros
Em Londres, o FTSE 100 recuou 0,49%, a 7.923,80 pontos. Em Frankfurt, o DAX teve queda de 0,82%, a 17.949,26 pontos.

As bolsas da Europa fecharam na maioria em baixa na quinta-feira, 11, em dia marcado pela decisão do Banco Central Europeu (BCE) de manter juros pela quinta reunião consecutiva. Após o anúncio, as atenções se voltaram para a coletiva de imprensa da presidente do BCE, Christine Lagarde, que deu indicativos de que o primeiro corte de taxas após o recente ciclo de alta de juros pode vir na reunião de junho do banco central.

O índice pan-europeu Stoxx 600 caiu 0,44%, aos 504,34 pontos. O destaque nas quedas entre os índices foi o Ibex 35, que caiu 1,16%, aos 10.649,80 pontos, em seu quinto recuo consecutivo.

Lagarde afirmou na quinta que os dirigentes não pretendem esperar que todos os componentes da inflação cheguem à meta de 2%, antes de decidir por corte de juros. “O que ocorre na zona do euro não será um espelho do que acontece nos EUA”, disse ainda a dirigente, após as recentes indicações de uma demora maior para o começo do corte de juros pelo Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano).

A Capital Economics acredita que um corte de juros pelo BCE em sua próxima reunião, de junho, é “muito provável”. A consultoria nota que Lagarde não se comprometeu com uma trajetória para os juros, mas destaca também a sinalização do comunicado de que uma maior confiança na inflação tornaria um corte “apropriado”.

Entre as empresas, a unidade de energia renovável da Enel, Enel Green Power, reservou 2 milhões de euros para assistência aos afetados por um acidente na usina hidrelétrica de Bargi, na Itália. Os fundos servirão para ajudar as pessoas afetadas pelo acidente e suas famílias a atender necessidades urgentes e de curto prazo, de acordo com a empresa.

Em Milão, os papéis da empresa subiram 0,14%, onde o FTSE MIB teve queda de 0,96%, aos 33.713,94 pontos.

Já as ações do Société Générale subiram 0,32% em Paris, após o banco francês anunciar a venda da maior parte de suas operações de financiamento de equipamentos profissionais ao Groupe BPCE, por 1,1 bilhão de euros. Na capital francesa, o CAC 40 caiu 0,27%, a 8.023,74 pontos.

Em Londres, o FTSE 100 recuou 0,49%, a 7.923,80 pontos. Em Frankfurt, o DAX teve queda de 0,82%, a 17.949,26 pontos. A exceção foi Lisboa, onde o PSI 20 teve alta de 0,27%, a 6.296,44 pontos.

As bolsas asiáticas fecharam sem direção única na quinta-feira, 11, com parte delas pressionadas por temores de que os juros básicos dos EUA fiquem inalterados por mais tempo após dados da inflação americana superarem as expectativas.

O índice japonês Nikkei caiu 0,35% em Tóquio, a 39.442,63 pontos, o Hang Seng recuou 0,26% em Hong Kong, a 17.095,03 pontos, e o Taiex registrou baixa marginal de 0,05% em Taiwan, a 20.753,22 pontos.

Na China continental, os mercados ficaram levemente no azul, revertendo perdas de mais cedo no pregão. O Xangai Composto subiu 0,23%, a 3.034,25 pontos, e o menos abrangente Shenzhen Composto mostrou ligeira alta de 0,08%, a 1.721,59 pontos.

Já o Kospi ficou perto da estabilidade em Seul, com avanço marginal de 0,06%, a 2.706,96 pontos, após a derrota do partido do presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk-yeol, nas eleições parlamentares de ontem, que deixaram os mercados financeiros locais fechados. Na esteira da derrota, o primeiro-ministro sul-coreano e integrantes do gabinete de Yoon renunciaram em bloco.

O comportamento misto das bolsas asiáticas veio um dia após os últimos números da inflação ao consumidor (CPI) dos EUA, que vieram acima do esperado, deflagrarem apostas de que o Federal Reserve (Fed, o banco central do americano) só anunciará seu primeiro corte de juros em setembro, e não mais em junho ou julho, como se especulava até então. Em reação a esse novo cenário, Wall Street sofreu perdas de cerca de 1% na quarta-feira.

O CPI chinês, por outro lado, está em desaceleração. A taxa anual diminuiu para 0,1% em março, ante 0,7% em fevereiro, vindo abaixo do consenso de 0,4%. Na Oceania, a bolsa australiana ficou no vermelho em meio às dúvidas sobre cortes de juros nos EUA. O S&P/ASX 200 caiu 0,44% em Sydney, a 7.813,60 pontos.