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Bolsas da Europa fecham em queda após Espanha convocar eleição

A convocação de nova eleição na Espanha mitigou o efeito positivo do acordo para elevar o teto da dívida norte-americana nas bolsas da Europa.

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30 de maio de 2023
Vinicius Palermo
Bolsas da Europa fecham em queda após Espanha convocar eleição
As bolsas fecharam em queda na europa

As bolsas da Europa fecharam em baixa moderada na segunda-feira, 29, em pregão de liquidez reduzida por conta de feriados nos Estados Unidos e no Reino Unido. A convocação de nova eleição na Espanha mitigou o efeito positivo do acordo para elevar o teto da dívida norte-americana, o que manteve a cautela no Velho Continente.

Em Madri, o índice Ibex 35 encerrou a sessão em baixa de 0,12%, a 9.180,10 pontos, conforme cotação preliminar. Logo pela manhã, o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, anunciou a antecipação das eleições gerais para 23 de junho, um dia após a derrota de seu Partido Socialista em pleitos regionais.

A notícia impôs pressão sobre os negócios europeus, que vinham em clima de ganhos na esteira do acordo pelo limite da dívida nos EUA. No fim de semana, o presidente norte-americano, Joe Biden, e o presidente da Câmara dos Representantes, Kevin McCarthy, chegaram a um entendimento que prevê a elevação do teto combinada a uma redução de gastos.

O projeto deve ser votado na Câmara na próxima quarta-feira, antes do prazo de 5 de junho estimado pelo Departamento do Tesouro para um possível default, se o impasse não fosse resolvido.

Apesar disso, o baixo volume de negociações limitou o ímpeto na Europa, com os feriados de Memorial Day nos EUA e de Primavera no Reino Unido, que deixaram os mercados desses países fechados.

Nesse ambiente, o índice DAX, de Frankfurt, perdeu 0,20%, a 15 952,73 pontos, enquanto o CAC 40, de Paris, cedeu 0,21%, a 7 303,81 pontos. Em Milão, o FTSE MIB caiu 0,36%, a 26.617,35 pontos. Exceção, o PSI 20, de Lisboa, ganhou 0,08%, a 5.870,83 pontos.

Os contratos futuros de petróleo oscilaram perto da estabilidade na segunda-feira, 29. A notícia de que houve acordo entre governo e oposição para elevar o teto da dívida nos Estados Unidos deu algum apoio aos negócios, mas o impulso não se sustentou, em dia com menos negociações, por causa de feriados nos Estados Unidos e no Reino Unido.

Além disso, havia expectativa pela reunião da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+), no início de junho. O Brent para agosto fechou em alta de 0,16% (US$ 0,12), em US$ 77,10 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE).

Por volta das 14 horas (de Brasília), o contrato do WTI para julho subia 0,40%, a US$ 72,96 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex).

O acordo entre o governo do presidente Joe Biden, do Partido Democrata, e a oposição do Partido Republicano, que controla a Câmara dos Representantes, retirou incerteza dos mercados.

A reação, porém, foi afetada pelo fato de que havia feriado nos EUA, com bolsas fechadas também em Londres por feriado local.

Nesse contexto, o petróleo chegou a subir no início do dia, mas o fôlego não se sustentou, com a commodity operando perto da estabilidade. Havia expectativa pela reunião da Opep+, com dúvidas sobre se o grupo poderá cortar mais a oferta para apoiar os preços.

O ANZ comentou, em relatório, que o sentimento entre as commodities poderia ser sustentado pelo acordo no teto da dívida nos EUA, e também disse que a “retórica bullish” antes da reunião da Opep+ poderia funcionar como um apoio aos preços.