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Bolsas da Europa fecham em baixa, pressionadas por temores com setor bancário

Algumas das principais quedas nas bolsas vieram de instituições financeiras. A sessão contou com a divulgação de índice da Zona do Euro.

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03 de maio de 2023
Vinicius Palermo
Bolsas da Europa fecham em baixa, pressionadas por temores com setor bancário
As bolsas da Europa sentiram os efeitos da incerteza.

As bolsas da Europa fecharam em baixa na terça-feira, 2, em mais um dia marcado pelos renovados temores com o setor bancário, que foram impulsionados por uma série de bancos de menor escala nos Estados Unidos. Algumas das principais quedas nas ações vieram de instituições financeiras. Além disso, a sessão contou com a divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) da zona do euro em abril, o que levantou interpretações sobre o impacto da persistente inflação na decisão de juros do Banco Central Europeu (BCE, na sigla em inglês) desta semana.

As ações dos bancos regionais Western Alliance e PacWest despencavam mais de 20% em Nova York e tiveram negociações temporariamente suspensas por conta da intensa volatilidade.

Após o desfecho do estresse com o First Republic, vendido ao JPMorgan, investidores especulam que as instituições financeiras podem ser as próximas de uma sequência de quebras que se iniciou em março com Silicon Valley Bank (SVB).

O setor financeiro europeu sentiu os efeitos da incerteza. Deutsche Bank recuou 3,12%, ajudando o DAX a fechar em baixa de 1,23%, aos 15.726,94 pontos, em Frankfurt. BNP Paribas (-2,46%) e Société Générale (-1,88%) caíram, e pressionaram o CAC 40 a uma queda de 1,45%, aos 7383,20 pontos, em Paris.

Em Londres, o FTSE 100 caiu 1,24%, aos 7.773,03 pontos, na mínima do dia. Ali, o HSBC contrariou a tendência, subindo 4,99%, depois de divulgar balanço apresentando lucros acima do esperado. Em Milão, o Mediobanca caiu 3,41%, enquanto o FTSE MIB recuou 1,65%, aos 26 630,09 pontos.

Além disso, a Oxford Economics aponta que a inflação da zona euro subiu inesperadamente 0,1 ponto porcentual, para 7% em abril. A inflação de serviços atingiu um novo recorde histórico, confirmando que o núcleo se mostrará rígido, avalia.

“Mantemos nossa expectativa de que o BCE aumentará as taxas de juros em 25 pontos base na quinta-feira”, reforça a consultoria. “Acreditamos que os formuladores de políticas receberão bem a queda no núcleo da inflação, enquanto os dados dos empréstimos bancários e do PIB dão confiança de que o aperto contínuo da política monetária está sendo transmitido à economia real. Isso deve significar um ritmo mais gradual de aumentos de taxas daqui para frente, depois de subir 50 pontos-base em março”, projeta a Oxford Economics.

Na Península Ibérica, em Madri, o IBEX 35 caiu 1,83%, aos 9 072,30 pontos. Já o PSI 20 recuou 1,41%, aos 6.124,70 pontos, em Lisboa. Neste cenário, o Stoxx 600 caiu 1,29%, aos 460,87 pontos.