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Bolsas da Europa fecham em baixa, pressionadas por perspectivas dos BCs

Uma série de balanços relevantes foi apresentada ao público. O índice pan-europeu Stoxx 600 fechou em baixa de 0,65%, a 505,03 pontos.

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30 de abril de 2024
Vinicius Palermo
Bolsas da Europa fecham em baixa, pressionadas por perspectivas dos BCs
Da temporada de balanços da Europa, o destaque foi os gigantes bancários Santander e HSBC.

As bolsas da Europa fecharam em baixa na terça-feira, 30, em uma sessão com cautela por conta da perspectiva para a postura dos principais bancos centrais. Indicadores no continente e nos Estados Unidos foram divulgados pela manhã, em uma semana que conta com a decisão do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano). Além disso, uma série de balanços relevantes foi apresentada ao público. O índice pan-europeu Stoxx 600 fechou em baixa de 0,65%, a 505,03 pontos.

A manutenção de juros pelo Fed até setembro é a mais provável (51,6%) no monitoramento do CME Group, com a chance de corte de juros em 48,4%. Na segunda-feira, um corte era visto como mais provável. O movimento ocorre depois de nesta manhã o índice de custo do emprego avançar 1,2% no primeiro trimestre, acima da previsão de alta de 0,9% dos analistas ouvidos pela FactSet.

Já a taxa anual de inflação ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) da zona do euro ficou inalterada em abril ante março, em 2,4%, enquanto seu núcleo desacelerou para 2,7% neste mês, teoricamente abrindo o caminho para o Banco Central Europeu (BCE) anunciar seu primeiro corte de juros na reunião de junho.
Já o PIB da zona do euro cresceu 0,3% no primeiro trimestre de 2024, mais do que se previa, recuperando-se da contração de 0,1% do trimestre anterior. Na Alemanha, assim como na Itália e na Espanha, os números do PIB vieram acima das projeções.

Platow Robert Holzmann, integrante do BCE, defendeu na terça uma pausa no corte da taxa de juros da zona do euro após a possível redução de junho. Ele vê argumentos para abrandar a política monetária devido ao fraco dinamismo econômico no bloco, mas também menciona riscos geopolíticos que podem afetar a inflação.

Da temporada de balanços da Europa, o destaque foi os gigantes bancários Santander e HSBC. O banco espanhol ampliou lucro no primeiro trimestre, mas ficou aquém do esperado e sua ação caiu 3,74% em Madri, onde o Ibex 35 recuou 2,22%, a 10.854,40 pontos.

No setor automotivo, a alemã Volkswagen teve queda no lucro após impostos e a Stellantis decepcionou em receitas.  As ações das montadoras registraram perdas respectivas de 4,12% e 10,10% em Frankfurt, onde o DAX caiu 1,03%, a 17.932,17 pontos, e Milão, cidade na qual o FTSE MIB recuou 1,60%, a 33 746,66 pontos. Em Paris, o CAC 40 teve queda de 0,99%, a 7 984,93 pontos. Já o PSI 20 baixou 0,97%, a 6.615,56 pontos, em Lisboa.

As bolsas asiáticas fecharam sem direção única na terça-feira, enquanto investidores digeriram números conflitantes da manufatura chinesa. Na China continental, o dia foi de perdas: o índice Xangai Composto caiu 0,26%, a 3.104,82 pontos, e o menos abrangente Shenzhen Composto recuou 0,70%, a 1 756,08 pontos.

Pesquisa oficial mostrou que o PMI industrial chinês perdeu fôlego ao cair para 50,4 em abril, ante 50,8 em março, ainda sugerindo crescimento, mas se aproximando da marca de 50 que indica estagnação. Por outro lado, levantamento da S&P Global/Caixin Media estimou que o PMI da indústria da China avançou de 51,1 para 51,4 no mesmo período, atingindo o maior nível desde fevereiro de 2023. As sondagens oficial e da S&P Global usam amostragens diferentes.

O Taiex ficou igualmente no vermelho em Taiwan, com baixa de 0,48%, a 20.396,60 pontos. Em outras partes da Ásia, os mercados tiveram desempenho positivo, acompanhando Wall Street, que acumulou ganhos pelo segundo pregão consecutivo. Voltando de um feriado, o Nikkei subiu 1,24% em Tóquio, a 38.405,66 pontos, um dia após suposta intervenção do governo japonês a favor do iene no mercado de câmbio, enquanto o sul-coreano Kospi avançou 0,17% em Seul, a 2.692,05 pontos, e o Hang Seng teve alta de marginal de 0,09% em Hong Kong, a 17.763,03 pontos.

Devido a feriados, os mercados chineses não irão operar entre quarta e sexta-feira. Também por causa de feriados, as bolsas de Hong Kong e de Taiwan permanecerão fechadas na quarta.

Na Oceania, a bolsa australiana terminou os negócios no azul, sustentada por ações financeiras e de mineradoras. O S&P/ASX 200 avançou 0,35% em Sydney, a 7.664,10 pontos.