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Inflação alta

Bolsas da Europa fecham em baixa, observando indicadores

Os PMIs decepcionaram amplamente e os investidores ainda estão digerindo o relatório de empregos de sexta-feira nos Estados Unidos.

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05 de junho de 2023
Bolsas da Europa fecham em baixa, observando indicadores
As ações da Mercedes-Benz aceleraram 4,70% em Frankfurt

As bolsas da Europa fecharam em baixa na segunda-feira, após duas sessões de altas, seguindo preocupações com a atividade econômica e a postura dos bancos centrais. Na zona do euro, os índices de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) de serviços ficaram abaixo do esperado, enquanto a presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, afirmou que a inflação na região segue em um nível elevado.

O índice pan-europeu Stoxx 600 caiu 0,48%, a 459,95 pontos. Para o analista da Oanda Craig Erlam, uma série de pesquisas de serviços mais fracas pesou sobre o sentimento na Europa no início da semana, enquanto Wall Street está mais confusa. O PMI da zona do euro foi revisado para baixo, mas o do Reino Unido veio ligeiramente melhor do que o esperado.

Em Londres, o FSTE 100 caiu 0,10%, a 7.599,99 pontos. Ainda na zona do euro, a taxa anual da inflação ao produtor (PPI) desacelerou bem mais do que o previsto em abril, a 1%. Para Erlam, os PMIs de serviços decepcionaram amplamente, apesar de permanecerem em uma posição saudável. “Os números da área do euro tiveram alguns declínios bastante substanciais, embora permanecendo bem acima do nível de 50 que separa o crescimento da contração”, avalia.

Além disso, o analista aponta que os investidores ainda estão digerindo o relatório de empregos de sexta-feira nos Estados Unidos, que não resolveu o debate sobre se o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) deve fazer uma pausa ou não na alta dos juros antes da reunião da próxima semana. “Houve pontos positivos e negativos no relatório, mas agora tudo se resume aos dados de inflação da próxima semana”, afirma Erlam.

No BCE, Lagarde apontou que as pressões sobre os preços “continuam fortes”, com pressões de alta sobre o índice cheio e também o núcleo. Além disso, ela comentou que “não há evidência clara” de que o núcleo do índice de preços ao consumidor já tenha atingido seu pico.

Em Frankfurt, o DAX caiu 0,54%, a 15.963,89 pontos. Em Paris, o CAC 40 recuou 0,96%, a 7.200,91 pontos. Em Milão, o FTSE MIB teve baixa de 0,78%, a 26.856,85 pontos. O Ibex 35 teve queda de 0,30%, a 9.288,90 pontos em Madri. E em Lisboa, o PSI 20 caiu 0,22%, a 5.888,72 pontos.

As bolsas asiáticas fecharam majoritariamente em alta na segunda-feira, 5, após um rali em Wall Street no fim da semana passada. Liderando os ganhos na região, o índice japonês Nikkei saltou 2,20% em Tóquio na segunda, a 32.217,43 pontos, ficando acima de 32 mil pontos pela primeira vez desde julho de 1990.

Em outras partes da Ásia, o Hang Seng avançou 0,84% em Hong Kong, a 19.108,50 pontos, o sul-coreano Kospi subiu 0,54% em Seul, a 2.615,41 pontos, e o Taiex registrou ganho apenas marginal em Taiwan, de 0,05%, a 16.714,43 pontos.

Na China continental, o Xangai Composto teve leve alta de 0,07%, a 3.232,44 pontos, mas o menos abrangente Shenzhen Composto contrariou o viés positivo da região asiática e caiu 0,09%, a 2 033,77 pontos.

Pesquisa da S&P Global/Caixin mostrou que o PMI de serviços chinês aumentou para 57,1 em maio.
O apetite por risco predominou na Ásia após as bolsas de Nova York fecharem o pregão de sexta-feira, 2, com robustos ganhos, reagindo à resolução da questão do teto da dívida dos EUA e após dados fortes do relatório de emprego americano não alterarem expectativas de que o Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) fará uma pausa em seu ciclo de aumento de juros, na reunião deste mês.

Na Oceania, a bolsa australiana ficou no azul na segunda-feira, impulsionada por ações das maiores empresas do país. O S&P/ASX 200 avançou 1% em Sydney, a 7.216,30 pontos.