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Incerteza política

Bolsas da Europa fecham em baixa, com postura do BCE

A postura do Banco Central Europeu (BCE) segue observada, com dirigentes reforçando uma visão com maior prudência antes de novos cortes de juros.

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28 de junho de 2024
Vinicius Palermo
Bolsas da Europa fecham em baixa, com postura do BCE
O índice pan-europeu Stoxx 600 fechou em baixa de 0,41%, a pontos.

As bolsas da Europa fecharam na maioria em baixa na quinta-feira, 27, em uma sessão na qual prevaleceu mais uma vez a cautela diante do quadro de incerteza política na região, que tem nos riscos à uma consolidação fiscal alguns dos maiores temores. Além disso, a postura do Banco Central Europeu (BCE) segue observada, com dirigentes reforçando uma visão com maior prudência antes de novos cortes de juros. O índice pan-europeu Stoxx 600 fechou em baixa de 0,41%, a pontos.

Dirigente do BCE, Martins Kazaks afirmou que o corte de 25 pontos-base nos juros na última reunião “foi em certa medida um passo simbólico” da instituição, com pouco efeito prático. Segundo ele, os próximos passos do BCE “dependerão do que acontece com a inflação”. Já o dirigente Peter Kazimir afirmou na quinta que uma nova redução das taxas de juros é possível em 2024, mas alertou que ainda vê um “risco significativo de aumento da inflação”. Kazimir se opõe a movimentar os juros em julho, defendendo que é “apropriado esperar até setembro”, quando serão divulgadas novas projeções econômicas do BCE.

Na quinta, o BC da Suécia – conhecido como Riksbank – decidiu manter seu juro básico em 3,75%, mas sinalizou a possibilidade de dois ou três cortes da taxa na segunda metade do ano.

O tom cauteloso também precede as eleições legislativas da França, cujo primeiro turno está marcado para domingo. A previsão é de que a extrema direita conquiste a maior votação. Um dos maiores temores é pelo risco que um parlamento não alinhado à redução de gastos proposta pelo presidente Emmanuel Macron possa oferecer ao quadro fiscal da União Europeia.

Para a Oxford Economics, uma consolidação orçamentária bem sucedida na região contribuirá para limitar a emissão de dívida. Mas as melhorias poderão ser desiguais se os planos de consolidação em economias com déficits elevados sofrerem pressão política.

Na quinta, o índice de sentimento econômico da zona do euro caiu inesperadamente em junho, a 95,9 pontos, pressionado por queda na confiança dos setores industrial e de serviços. A confiança dos consumidores do bloco teve leve avanço, confirmando estimativa preliminar.

Entre ações individuais, a da Hennes & Mauritz (H&M) tombou 12,97% em Estocolmo, após a multinacional sueca de moda decepcionar com balanço trimestral e projeções. Em Londres, o FTSE 100 caiu 0,55%, a 8.179,68 pontos.

Em Paris, o CAC 40 recuou 1,03%, a 7.530,72 pontos. Em Milão, o FTSE MIB cedeu 1,06%, a 33.186,89 pontos. Em Madri, o Ibex35 teve queda de 0,72%, a 10.951,50 pontos. Em Lisboa, o PSI 20 caiu 0,36%, a 6.522,65 pontos. A exceção foi Frankfurt, onde o DAX subiu 0,30%, a 18.210,55 pontos.

As bolsas asiáticas fecharam em baixa na quinta-feira, 27, um dia após o iene atingir mínimas em quase quatro décadas e dados mostrarem avanço mais fraco do lucro industrial chinês.

Em Tóquio, o índice Nikkei caiu 0,82%, a 39.341,54 ienes, pressionado por ações de corretoras e do setor farmacêutico, em meio a preocupações de que o Banco do Japão (BoJ, pela sigla em inglês) volte a elevar juros em meio à fraqueza do iene. Na quarta, a moeda japonesa atingiu o menor nível frente ao dólar desde 1986, levando autoridades a sinalizar disposição de intervir no mercado cambial.

Na China continental, o Xangai Composto recuou 0,90%, a 2.945,85 pontos, e o menos abrangente Shenzhen Composto apresentou queda de 1,67%, a 1.614,03 pontos, sob o peso de ações de varejistas e montadoras. Pesquisa mostrou que o lucro industrial chinês teve acréscimo anual de 0,7% em maio, bem menor do que o ganho de 4% observado em abril.

Em outras partes da Ásia, o Hang Seng registrou baixa de 2,06% em Hong Kong, a 17.716,47 pontos, com o fraco desempenho de ações de tecnologia e consumo, enquanto o sul-coreano Kospi cedeu 0,29% em Seul, a 2.784,06 pontos, e o Taiex perdeu 0,35% em Taiwan, a 22.905,98 pontos.

Na Oceania, a bolsa australiana ficou no vermelho pelo segundo dia consecutivo, com queda de 0,30% do S&P/ASX 200 em Sydney, a 7.759,60 pontos.