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Bolsas da Europa fecham em baixa, com avanço de juros de bônus

Leituras de indicadores de indústria sugerindo contração econômica na Europa também prejudicaram o apetite por risco.

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02 de outubro de 2023
Vinicius Palermo
Bolsas da Europa fecham em baixa, com avanço de juros de bônus
O índice FTSE 100 fechou em queda de 1,28%, aos 7.510,72 pontos.

As bolsas europeias fecharam em forte baixa na sessão de segunda-feira, 2. Os mercados acionários do Velho Continente foram pressionados pela escalada dos retornos de títulos públicos globalmente, em meio às preocupações com taxas de juros mais altas por mais tempo em economias avançadas. Leituras de indicadores de indústria sugerindo contração econômica na Europa também prejudicaram o apetite por risco.

Os índices de gerentes de compras (PMIs) industriais da zona do euro, da Alemanha e do Reino Unido ficaram em território negativo, indicando que a atividade manufatureira sofreu retração em setembro. “Os PMIs apoiam nossa projeção de uma leve contração na economia Europeia neste segundo semestre”, escreveu o Danske Bank em comentário a clientes. Além disso, os rendimentos de bônus europeus acompanharam o movimento dos Treasuries nos EUA.

Os retornos dos títulos norte-americanos subiam após PMIs fortes nos EUA e acordo no Congresso dos Estados Unidos para evitar shutdown. “Esse acordo, ao mesmo tempo que evita uma crise de confiança, traz o foco de volta para a resiliência da economia dos EUA e para a perspectiva de novos aumentos das taxas por parte da Federal Reserve (Fed)”, comentou a CMC Markets.

Assim, cresce também os temores de que outros BCs como Banco Central Europeu (BCE) e Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) sejam forçados a manter a política monetária restritiva por um horizonte de tempo prolongado.

O CMC Markets destacou que a revisão para cima do Produto Interno Bruto (PIB) do Reino Unido colabora para a alta nos bônus britânicos. Com isso, o índice FTSE 100 fechou em queda de 1,28%, aos 7.510,72 pontos. Em destaque, o papel do NatWest Group cedeu 3%, com ações do setor bancário sob pressão.

Na zona do euro, os retornos do OAT francês e do Bund alemão de 10 anos avançavam. Tudo somado, em Frankfurt, o DAX recuou 0,91%, aos 15.247,21 pontos; em Paris, o CAC 40 cedeu 0,94%, aos 7.068,16 pontos; em Milão o FTSE MIB perdeu 1,39%, aos 27.849,65 pontos; em Madri, o Ibex 35 caiu 1,18%, aos 9.317,10 pontos; e, em Lisboa, o PSI 20 teve baixa de 0,42%, aos 6.064,71 pontos. As cotações são preliminares.

Na Bolsa de Paris, a ação da Casino despencou 7,54%, após a varejista francesa – que controla o GPA no Brasil – anunciar que concluiu a venda de 61 lojas para o Les Mousquetaires.

As bolsas da Ásia e do Pacífico fecharam sem direção única na segunda-feira, 2, em dia de liquidez restrita em meio a feriados na China e em outras partes da Ásia.

Em Tóquio, o índice japonês Nikkei caiu 0,31% na segunda-feira, a 31.759,88 pontos, puxado por quedas em ações de tecnologia e energia, à medida que o entusiasmo inicial com a reversão de um “shutdown” do governo dos EUA e com melhora apontada pela pesquisa Tankan sobre confiança no setor industrial do Japão acabou se dissipando.

Por outro lado, o Taiex avançou 1,24% em Taiwan, a 16.557,31 pontos, após dados mostrarem que o PMI industrial oficial da China subiu para 50,2 em setembro, ficando acima da marca de 50 que indica expansão da atividade manufatureira pela primeira vez em seis meses.

Os mercados chineses e de Hong Kong, assim como os da Coreia do Sul, não operaram na segunda-feira em razão de feriados. Na Oceania, a bolsa australiana ficou no vermelho, à espera da primeira decisão de juros do BC da Austrália (RBA, pela sigla em inglês) sob sua nova presidente, Michele Bullock, a ser anunciada na primeira hora da terça-feira, 3. O S&P/ASX 200 recuou 0,22% em Sydney, a 7.033,20 pontos.