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Aperto monetário

Bolsas da Europa fecham em alta, diante de sinais de desaceleração da inflação no mundo

Entre os destaques dos pregões das bolsas, a ação da gigante de artigos de luxo LVMH saltou mais de 5% e atingiu máxima histórica em Paris.

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14 de abril de 2023
Vinicius Palermo
Bolsas da Europa fecham em alta, diante de sinais de desaceleração da inflação no mundo
Os negócios nas bolsas europeias também ecoaram o clima positivo em Wall Street.

As bolsas da Europa registraram ganhos moderados na quinta-feira, 13, após a desaceleração da inflação no atacado dos Estados Unidos, ainda que persistam apostas de que Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) continuará em processo de aperto monetário na próxima reunião, em maio.

Entre os destaques do pregão, a ação da gigante de artigos de luxo LVMH saltou mais de 5% e atingiu máxima histórica em Paris, depois que a empresa reportou vendas que superaram projeções do mercado no primeiro trimestre. O movimento apoiou o índice acionário CAC 40 a um alta de 1,13%, a 7.480,83 pontos, de novo na máxima histórica.

Os negócios europeus também ecoaram o clima positivo em Wall Street, após o índice de preços ao produtor (PPI) norte-americano perder força no mês passado. Na Alemanha, o índice de preços ao consumidor (CPI) também desacelerou na base anual.

“Agora temos sinais claros de que a inflação está desacelerando conforme o esperado, então isso é positivo”, afirmou o chefe global de ativos múltiplos da Candriam, Nadège Dufosse.

Ainda assim, investidores ponderam os riscos de enfraquecimento da atividade, como resultado da campanha de aperto monetário dos principais bancos centrais do mundo. Dirigente do Banco Central Europeu (BCE), Pierre Wunsch ressaltou que a instituição ainda precisa “fazer mais” para controlar os preços.
Dessa forma, em Milão, o FTSE MIB perdeu 0,01%, a 27.626,61 pontos. Em Londres, o FTSE avançou 0,24%, a 7.843,38 pontos. Os resultados sólidos da Tesco, maior rede de supermercados do Reino Unido, ajudaram a manter o apetite por risco aquecido no mercado britânico, apesar da queda na produção industrial britânica em fevereiro.

O indicador contrastou com o avanço acima do esperado da produção industrial da zona do euro. Com isso, o índice DAX, de Frankfurt, avançou 0,16%, a 15.729,46 pontos. Em Lisboa, o PSI 20 ganhou 0,25%, a 6.164,28 pontos, enquanto o IBEX 35, de Madri, se elevou 0,30%, a 9.306,10 pontos. Todas as cotações citadas são preliminares.

As bolsas da Ásia e do Pacífico fecharam sem direção única na quinta-feira, 13, após o Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) fazer um alerta de recessão que pesou em Wall Street e a divulgação de novos dados da balança comercial chinesa.

Na quarta, o Fed projetou que os EUA deverão enfrentar uma leve recessão no fim do ano, em ata de sua última reunião de política monetária, em função da recente turbulência que levou à quebra de dois bancos regionais americanos, o Silicon Valley Bank (SVB) e o Signature Bank.

Na esteira da ata do Fed, as bolsas de Nova York fecharam em baixa na quarta-feira, revertendo ganhos que vinham exibindo em reação a números de inflação ao consumidor (CPI) dos EUA.

Já as exportações da China tiveram expansão anual de 14,8% em março, contrariando expectativas de queda e ajudando a gerar um superávit comercial bem maior do que se previa. Para analistas do Barclays, no entanto, o forte desempenho do setor exportador reduz as chances de que o PBoC, como é conhecido o banco central chinês, venha a cortar juros.

Na China continental, o índice Xangai Composto terminou o pregão de quinta em baixa de 0,27%, a 3.318,36 pontos, e o menos abrangente Shenzhen Composto recuou 0,91%, a 2.127,69 pontos. O tom foi igualmente negativo em Taiwan, com perda de 0,80% do Taiex, a 15.804,76 pontos.

Em outras partes da região asiática, porém, houve ganhos. O Hang Seng subiu 0,17% em Hong Kong, a 20.344,48 pontos, numa recuperação que veio no fim dos negócios, enquanto o japonês Nikkei avançou 0,26% em Tóquio, a 28.156,97 pontos, e o sul-coreano Kospi garantiu alta de 0,43% em Seul, a 2.561,66 pontos. Na Oceania, a bolsa australiana ficou no vermelho, com queda de 0,27% do S&P/ASX 200 em Sydney, a 7.324,10 pontos.