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Temor político

Bolsas da Europa fecham em alta, com divulgação de indicadores

O cenário eleitoral francês segue no radar, com os temores pelos eventuais resultados sendo diminuídos. O índice pan-europeu Stoxx 600 fechou em alta de 0,66%, a 514,87 pontos.

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18 de junho de 2024
Vinicius Palermo
Bolsas da Europa fecham em alta, com divulgação de indicadores
Os dados sobre sentimento econômico e inflação ainda suportam dois cortes de juros pelo BCE em 2024, no cenário da Oxford Economics.

As bolsas da Europa fecharam em alta na terça-feira, 18, com investidores observando a publicação de indicadores na zona do euro e os possíveis próximos passos para a política monetária do Banco Central Europeu (BCE). Além disso, o cenário eleitoral francês segue no radar, com os temores pelos eventuais resultados sendo diminuídos. O índice pan-europeu Stoxx 600 fechou em alta de 0,66%, a 514,87 pontos.

Na agenda de indicadores, o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) da zona do euro subiu 0,2% em maio ante abril, na leitura final, como esperado pelos analistas ouvidos pela FactSet, com alta anual de 2,6%. O núcleo subiu 0,4% na leitura mensal, também como previsto, e 2,9% na anual de maio. Na Alemanha, o índice ZEW de expectativas econômicas avançou de 47,1 em maio a 47,5 em junho, ante expectativa de 49,2 dos analistas.

Os dados sobre sentimento econômico e inflação ainda suportam dois cortes de juros pelo BCE em 2024, no cenário da Oxford Economics. No entanto, a consultoria britânica ressalta que o comportamento da inflação de serviços deve sustentar a postura “hawkish” e o discurso dependente de dados do banco central.

A Oxford destaca que os indicadores futuros de sentimento econômico ZEW continuam a subir e a inflação em energia e alimentos está contida. A consultoria nota que a recuperação no setor de serviços tem como base efeitos sazonais dos feriados de Páscoa e Pentecostes, que aconteceram mais cedo neste ano. O ANZ também acredita em mais dois cortes de juros neste ano na zona do euro, com redução total de 200 pontos-base nos juros no atual ciclo de relaxamento monetário.

Na arena política, a eleição da França para o Legislativo segue como foco importante. O Danske Bank comenta que, na segunda-feira, o fato de que Marine Le Pen, do Reagrupamento Nacional, dizer que pretende trabalhar com o presidente Emmanuel Macron se eleita deu alívio a ativos franceses.

Na terça, a recuperação da bolsa parisiense prossegue, mas ela chegou a oscilar no negativo mais cedo. O Barclays diz que as pesquisas mostram a coalizão de Macron “espremida” entre a coalizão de esquerda e a extrema-direita. Os dois cenários mais prováveis significariam uma divisão de poder entre o Exército e o Legislativo, ou um governo de “coabitação”, como se diz no país.

O Ministério da Economia da França afirmou na terça-feira que requereu a um tribunal em Rennes que imponha uma multa e invalide várias cláusulas de contratos entre o Carrefour e seus franqueados. Não foi revelado o valor, mas relatos da imprensa dizem que a pasta solicitou uma penalidade de 200 milhões de euros (US$ 214,7 milhões).

A ação do Carrefour recuou 4,26% em Paris, onde o CAC 40 fechou em alta de 0,76%, a 7.628,80 pontos.
Em Frankfurt, o DAX subiu 0,31%, a 18.123,58 pontos. Em Milão, o FTSE MIB avançou 1,24%, a 33.315,68 pontos. Em Madri, o Ibex35 teve alta de 0,99%, a 11.067,70 pontos. Em Lisboa, o PSI20 ganhou 0,78%, a 6.570,95 pontos.

Em Londres, em semana de decisão do Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês), o FTSE 100 avançou 0,60%, a 8.191,29 pontos.

Os mercados acionários da Ásia fecharam a terça-feira na maioria com ganhos, na esteira de recordes dos índices S&P 500 e Nasdaq na segunda-feira em Nova York. Ações ligadas à tecnologia se saíram bem em algumas das praças asiáticas. Na Oceania, a Bolsa de Sydney subiu, em dia marcado pela manutenção de juros pelo Banco Central da Austrália (RBA, na sigla em inglês).

Em Tóquio, o índice Nikkei registrou alta de 1,00%, em 38.482,11 pontos. Ações de eletrônicos e tecnologia estiveram entre os destaques, com o ganho de segunda-feira do Nasdaq como apoio. TDK subiu 6,3% e Fujitsu, 3,1%. Investidores japoneses também aguardavam sinais da economia global, como a inflação na zona do euro e as vendas no varejo dos EUA.

A Bolsa de Xangai fechou em alta de 0,46%, em 3.029,85 pontos, liderada por ações ligadas a softwares, e a de Shenzhen, de menor abrangência, subiu 0,71%, a 1.702,47 pontos. Entre os destaques, iflytek subiu 1,6% e 360 Security Technology, 2,0%. Por outro lado, WuXi AppTec caiu 3,3% e Oppein Home, 2,1%.

Na Bolsa de Seul, o índice Kospi registrou ganho de 0,72%, em 2 763,92 pontos. Ações ligadas a semicondutores, concessionárias e montadoras se saíram bem no mercado sul-coreano, com compradores estrangeiros como compradores líquidos de papéis. Samsung Electronics e SK Hynix ganharam 2,2% e 5,2%, respectivamente.

A concessionária estatal Korea Gas subiu 4,7%, em um contexto de renovadas esperanças de um plano do governo para explorar petróleo offshore. Hyundai Motor avançou 1,6%, estendendo ganhos pela segunda sessão após sua afiliada conseguir aprovação para o que pode ser o maior IPO já feito na Índia.

Em Hong Kong, o índice Hang Seng foi na contramão da maioria e fechou em queda de 0,11%, em 17.915,55 pontos. Neste caso, ações ligadas ao setor de tecnologia estiveram pressionadas, junto com papéis vinculados ao consumo.

A bolsa oscilou sem direção clara, após dados mistos da economia da China no início da semana, segundo Sonija Li, diretora de pesquisa no varejo do Maybank Investment Bank. WuXi AppTec caiu 3,8%, Netease recuou 3.1% e Longfor Group teve baixa de 3,2%. Ainda assim, China Hongqiao subiu 4,4% e Orient Overseas (International) avançou 3,95%. Em Taiwan, o índice Taiex fechou com ganho de 1,16%, em 22 757,43 pontos.

Na Bolsa de Sydney, o índice S&P/ASX 200 fechou em alta de 1,01%, em 7.778,10 pontos. O mercado acionário australiano manteve os ganhos de mais cedo, após o RBA decidir manter a taxa básica de juros em 4,35%, sem indicar que estaria preparado para reduzi-la em breve.

A Capital Economics acredita que o BC da Austrália deve ter discutido alta nos juros, mas a consultoria avalia que o próximo passo do RBA ao mudar a taxa será um corte, no início de 2025.