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Alívio monetário

Bolsas da Europa fecham em alta com aposta de alívio nos EUA; Airbus sobe com encomendas

Os mercados da região conseguiram mostrar resistência à perda de fôlego em Wall Street, onde não haverá negócios na segunda-feira em virtude de um feriado.

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13 de janeiro de 2024
Vinicius Palermo
Bolsas da Europa fecham em alta com aposta de alívio nos EUA; Airbus sobe com encomendas
Os mercados da Europa conseguiram mostrar resistência à perda de fôlego em Wall Street

As bolsas europeias terminaram a sessão em alta na sexta-feira, 12, após a divulgação da deflação nos preços do atacado nos EUA ampliar a possibilidade de corte da taxa de juros pelo Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) em março.

Os mercados da região conseguiram mostrar resistência à perda de fôlego em Wall Street, onde não haverá negócios na segunda-feira em virtude de um feriado. Entre as ações, as da Airbus tiveram alta forte depois de a fabricante de aviões receber, em 2023, mais do que o dobro das encomendas do ano anterior.

Nos EUA, a chance de um alívio monetário ser iniciado em março pelo Fed cresceu para 79%, segundo o levantamento mais recente da ferramenta FedWatch, do CME Group, em resposta ao PPI de dezembro.

Na zona do euro, o economista-chefe do Banco Central Europeu (BCE), Philip Lane, disse que os cortes nas taxas de juros não são um tema de debate no curto prazo. Na véspera, a presidente do BCE, Christine Lagarde, tinha afirmado que a “parte mais difícil” no combate à inflação provavelmente ficou para trás, e que os juros básicos começarão a ser cortados quando o BCE tiver certeza de que o ritmo de alta dos preços está retornando para a meta oficial de 2% ao ano.

Em Paris, o CAC-40 terminou o dia com alta de 0,95%, aos 7 458,14 pontos. As ações da Airbus subiram 3,4%, após a maior fabricante de aviões do mundo quebrar seu recorde de quase uma década de maior número de pedidos em um único ano. A empresa disse que registrou 2.319 pedidos brutos no ano passado, mais que o dobro do número de 2022 e 29,1% acima do recorde de 1.796 estabelecido em 2014.

Na Bolsa de Londres, o índice FTSE-100 subiu 0,64%, aos 7.624,93 pontos. A Capital Economics projeta que as ações britânicas devem mostrar um desempenho robusto neste ano em contraste com 2023, favorecidas pela fraqueza da libra esterlina e pelo entusiasmo com tecnologia de inteligência artificial, segundo nota assinada pela economista de mercado Diana Iovanel.

Entre as ações individuais, as da Burberry caíram 7% após a empresa de produtos de luxo alertar para desaceleração da demanda. No mercado de Frankfurt, o DAX avançou 0,95%, aos 16.704,56 pontos. Em Madri, o Ibex-35 ganhou 0,79%, 10.083,90 pontos.

Em Lisboa, o PSI-20 cedeu 0,79%, aos 6.537,66 pontos. As ações da Jeronimo Martins caíram 7,35%, depois de a varejista e distribuidora de alimentos anunciar desaceleração do crescimento das vendas de seus negócios na Polônia.

As bolsas asiáticas fecharam majoritariamente em baixa na sexta-feira, 12, em meio a preocupações renovadas sobre a tendência deflacionária na China. A exceção foi o mercado japonês, que driblou o mau humor da região e deu continuidade a um recente rali.

Principal índice acionário chinês, o Xangai Composto caiu 0,16% hoje, a 2.881,98 pontos, enquanto o menos abrangente Shenzhen Composto teve perda de 0,64%, a 1.749,42 pontos.

Dados oficiais mostraram que o índice de preços ao consumidor (CPI) da China recuou 0,3% na comparação anual de dezembro, em sua terceira queda consecutiva, enquanto o índice de preços ao produtor (PPI) registrou baixa de 2,7% no mesmo período, estendendo o declínio para o 15º mês seguido. Os números fracos de inflação ofuscaram o desempenho melhor do que o esperado das exportações chinesas no mês passado.

Em outras partes da Ásia, o Hang Seng cedeu 0,35% em Hong Kong, a 16.244,58 pontos, o sul-coreano Kospi caiu 0,60% em Seul, a 2 525,05 pontos, no oitavo pregão negativo seguido, e o Taiex apresentou modesta baixa de 0,19% em Taiwan, a 17.512,83 pontos.

Em Tóquio, por outro lado, o Nikkei estendeu o rali dos últimos dias, fechando no maior nível em quase 34 anos pelo quarto pregão consecutivo. O índice japonês avançou 1,50%, a 35.577,11 pontos, impulsionado por ações de conglomerados como Marubeni (+1,4%), Mitsui (+2,2%) e Mitsubishi (+1,8%). Na semana, o Nikkei acumulou robusto ganho de 6,6%.

Na Oceania, a bolsa australiana ficou levemente no vermelho, acompanhando o tom predominante da Ásia. O S&P/ASX 200 recuou 0,10% em Sydney, a 7.498,30 pontos.