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Bolsas da Europa fecham em alta, após inflação sustentar aposta em pausa do BCE

Dados da inflação na zona do euro sustentaram a tese de que o Banco Central Europeu (BCE) chegou ao fim de sua alta de juros e deve mantê-los estáveis por algum tempo.

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29 de setembro de 2023
Vinicius Palermo
Bolsas da Europa fecham em alta, após inflação sustentar aposta em pausa do BCE
Na sexta, novos dados da inflação na zona do euro sustentaram a tese de que o Banco Central Europeu (BCE) chegou ao fim de sua alta de juros e deve mantê-los estáveis por algum tempo.

As bolsas da Europa fecharam a sexta-feira, 29, em alta, estendendo os ganhos da véspera e revertendo parte das perdas vistas no início de semana negativo. Na sexta, novos dados da inflação na zona do euro sustentaram a tese de que o Banco Central Europeu (BCE) chegou ao fim de sua alta de juros e deve mantê-los estáveis por algum tempo.

O FTSE 100 subiu 0,08% em Londres, a 7608,08 pontos. O DAX avançou 0,41%, a 15386,58 pontos, em Frankfurt. Em Paris, o CAC 40 teve alta de 0,26%, a 7135,06 pontos. Em Milão, o FTSE MIB subiu 0,28%, a 28243,26 pontos. Em Madri, o IBEX 35 teve alta de 0,15%, a 9.453,80 pontos. E o PSI 20 avançou 0,63%, a 6090,33 pontos, em Lisboa.

A sexta-feira marcou o último dia do terceiro trimestre de 2023, com Londres, Milão e Lisboa acumulando altas marginais no acumulado dos três meses. O índice Dax, porém, teve perdas de 4,71% no trimestre, Paris caiu 3,58% e Milão recuou 1,57%.

De acordo com a Capital Economics e com o Commerzbank, os dados de inflação de desta sexta sustentam que a zona do euro já chegou no pico dos juros, e a questão agora se volta ao tempo em que o BCE vai precisar manter as taxas elevadas antes de começar a cortá-las.

Segundo o Bank of America, “as taxas de juros a 4% na Europa são restritivas demais para uma economia de crescimento lento”, e por isso o BCE não deve ir além. Para a Capital, o primeiro corte virá só em setembro de 2024, pouco mais tarde do que o mercado está acreditando.

Na sexta-feira também, o Produto Interno Bruto (PIB) do Reino Unido mostrou avançou um pouco além do esperado, de 0,6% na comparação anual entre abril e junho, quando a expectativa era de alta 0,4%.
Segundo a Capital Economics, porém, o otimismo com o dado não deve durar, já que ela considera haver evidências o suficiente de uma “desaceleração marcada” para a economia britânica.

Em Frankfurt, os papéis do Commerzbank saltaram 10,77% na sexta depois do banco alemão atualizar sua política de retorno de capital e aumentar o plano de pagamento de dividendos e recompra de ações.
Na mesma bolsa, as ações da Lufthansa caíram 0,15% depois da companhia aérea demonstrar interesse em adquirir parte da TAP Air Portugal, que vai ter parte privatizada pelo governo.

A Air France também demonstrou interesse na companhia portuguesa, e os papéis da companhia subiram 0,40% em Paris. As bolsas de Hong Kong e de Sydney se recuperaram na sexta-feira, 29, após uma rodada de ganhos modestos em Wall Street, enquanto a de Tóquio ficou estável, em meio a feriados em várias partes da Ásia, incluindo a China.

Em Hong Kong, o índice Hang Seng fechou em alta de 2,51%, a 17 809,66 pontos, à medida que ações de tecnologia saltaram após o regulador de ciberespaço chinês propor uma flexibilização da política de dados transfronteiriços.

Papéis do setor imobiliário também avançaram, depois de acumularem perdas recentes em meio a preocupações com a China Evergrande, cujos negócios em Hong Kong seguem suspensos.

Na Oceania, a bolsa australiana também ficou no azul nesta sexta-feira, interrompendo uma sequência de três pregões negativos. O S&P/ASX 200 avançou 0,34% em Sydney, a 7.048,60 pontos.

Já em Tóquio, o Nikkei encerrou os negócios praticamente estável, com baixa marginal de 0,05%, a 31.857,62 pontos, uma vez que perdas de ações financeiras e de montadoras compensaram a alta de papéis ligados a chips.

O desempenho misto na Ásia e no Pacífico veio após as bolsas de Nova York assegurarem ganhos modestos na quinta-feira, com a ajuda do setor automotivo e consolidação de apostas de que os juros americanos ficarão inalterados até o fim do ano, diante do avanço mais fraco do que o esperado do Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA. Na China, em Taiwan e na Coreia do Sul, os mercados não operaram na sexta devido a feriados.