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Bolsas da Europa fecham em alta, após indicadores apontarem resiliência da economia

Em Londres, o FTSE 100 fechou em alta de 0,53%, a 7.723,07 pontos. Em Milão, o FTSE MIB subiu 1,01%, a 30.403,96.

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04 de janeiro de 2024
Vinicius Palermo
Bolsas da Europa fecham em alta, após indicadores apontarem resiliência da economia
Operadores trabalham na Bolsa.

As bolsas da Europa fecharam em alta na quinta-feira, 4, marcando o primeiro pregão de ganhos em 2024, em meio a uma rodada de índices de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) mais fortes do que o esperado na região e em parceiros comerciais importantes.

Em Londres, o FTSE 100 fechou em alta de 0,53%, a 7.723,07 pontos. Em Milão, o FTSE MIB subiu 1,01%, a 30.403,96. Em Lisboa, o PSI20 avançou 1,18%, a 6.486,34 pontos. Em Madri, o IBEX 35 teve alta de 1,28%, a 10.182,40 pontos. As cotações são preliminares.

Após dois dias seguidos de perdas, o mercado acionário europeu conseguiu registrar ganhos neste pregão, mostrando um quadro mais estabilizado, avalia a Hargreaves Lansdown, em nota. Colocando em segundo plano as preocupações com postura mais rígida do Federal Reserve (Fed) na ata divulgada na quarta-feira, investidores da Europa reagiram a leituras finais do PMI composto e de serviços da zona do euro, do Reino Unido e da China – maior parceiro comercial do bloco. Em geral, os indicadores de serviços avançaram e atingiram maior nível em meses, surpreendendo expectativas do mercado e apontando resiliência da economia.

Na reta final das negociações, outra leitura dos PMIs composto e de serviço dos EUA também registrou alta, ao maior nível dos últimos meses, sinalizando resiliência da economia americano em meio também a dados fortes de emprego no setor privado.

Além disso, a alta nos preços do petróleo – diante de tensões no Oriente Médio – apoiou ações ligadas ao setor de energia, observa a CMC Markets. Em relatório, o Jefferies avalia que produtoras europeias de petróleo e gás com potencial de ampliar a produção estão bem posicionadas para prosperar em 2024. O índice EuroStoxx de energia fechou em alta de 1,3%.

Em Frankfurt, o DAX 40 fechou em alta de 0,48%, a 16.617,29, de olho também em dados sobre a inflação ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) da Alemanha, que subiu 3,7% em dezembro, segundo o Destatis. O número representa uma aceleração em relação ao nível de 3,2% em novembro. De acordo com o Commerzbank, o mercado ainda deve aguardar a leitura de janeiro para definir a tendência da inflação em 2024, mas alerta que os preços podem manter aceleração devido as mudanças orçamentárias do governo alemão.

Em Paris, a ação do Casino – controlador do Grupo Pão de Açúcar (GPA) no Brasil – caiu 12,65%, após a empresa divulgar resultados de um estudo independente que atestou a equidade do processo de reestruturação financeira do varejista francês. Segundo o documento, o plano prevê detenção e controle de 53,7% do capital social do Casino pelo consórcio de aquisição, enquanto os atuais acionistas seriam maciçamente diluídos, detendo cerca de 0,3% do capital social após a conclusão da reestruturação.

Já os papéis do grupo Carrefour subiram 0,93%, depois que a empresa anunciou que vai interromper a venda de produtos da PepsiCo, como Pepsi, Doritos e 7Up em suas lojas da França, alegando “aumentos de preços inaceitáveis”. No fechamento, o CAC40 avançou 0,52%, a 7.450,63 pontos.

As bolsas asiáticas fecharam em baixa na quinta-feira, 4, seguindo Wall Street, que na quarta-feira reagiu negativamente à última ata de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA).
No primeiro pregão de 2024 após uma sequência de feriados, o índice japonês Nikkei caiu 0,53% em Tóquio, a 33.288,29 pontos.

Em outras partes da Ásia, o sul-coreano Kospi recuou 0,78% em Seul, a 2.587,02 pontos, o Taiex registrou perda marginal de 0,06% em Taiwan, a 17.549,65 pontos, e o Hang Seng ficou praticamente estável em Hong Kong, com pontuação de 16 645,98.

Na China continental, o Xangai Composto teve declínio de 0,43%, a 2.954,35 pontos, e o menos abrangente Shenzhen Composto, queda de 0,84%, a 1.797,50 pontos.

Na ata da reunião de dezembro, o Fed não deu pistas claras sobre os próximos passos de sua política monetária, levando a uma redução nas apostas de que o primeiro corte de juros virá em março, embora essa hipótese continue sendo majoritária. Na esteira do documento, as bolsas de Nova York sofreram perdas de cerca de 0,80% a 1,20%.

Desta forma, os últimos números de atividade de serviços da China ficaram em segundo plano. O PMI de serviços chinês elaborado pela S&P Global/Caixin avançou para 52,9 em dezembro, atingindo o maior nível em quatro meses e contrastando com a medida oficial, que se manteve em 49,3 no mês passado. Leituras acima de 50 indicam expansão de atividade e abaixo, contração.

Na Oceania, a bolsa australiana também ficou no vermelho, a exemplo da Ásia e de Wall Street. O S&P/ASX 200 caiu 0,39% em Sydney, a 7.494,10 pontos.