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Bolsas da Europa fecham em alta, apoiadas por CPI dos EUA

Os números impulsionaram perspectivas de uma postura mais branda do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano)

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16 de maio de 2024
Vinicius Palermo
Bolsas da Europa fecham em alta, apoiadas por CPI dos EUA
Cenário norte-americano impactou direto nas bolsas europeias

As bolsas da Europa fecharam em alta na quarta-feira, 15, apoiadas pela publicação de balanços e os dados de inflação dos Estados Unidos em abril. Os números impulsionaram perspectivas de uma postura mais branda do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), cenário que ajudou as bolsas de Londres, Frankfurt e Paris a renovarem seus recordes de fechamento.

O índice pan-europeu Stoxx 600 fechou em alta de 0,60%, a 524,78 pontos. Em Londres, o FTSE 100 avançou 0,21%, a 8.445,80 pontos. Em Paris, o CAC 40 subiu 0,17%, a 8.239,99 pontos. Em Frankfurt, o DAX teve alta de 0,82%, a 18.869,36 pontos.

Para a Oxford Economics, o dado é um pequeno passo na direção certa, mas não justifica mudanças na previsão de que o Fed só anunciará seu primeiro corte de juros em setembro e outro em dezembro. A consultoria avalia que o Fed está confortável em manter a atual restrição da política monetária, por enquanto, mas prevê que uma redução de juros virá em setembro se a inflação e a economia vierem em linha com suas expectativas.

O integrante do conselho do Banco Central Europeu (BCE), François Villeroy de Galhau disse que o BCE “muito” provavelmente começará a reduzir juros em junho. Em entrevista à RTL, Villeroy de Galhau acrescentou que o BCE está comprometido a reduzir a inflação da zona do euro do atual nível de 2,4% para a meta oficial de 2% até o ano que vem. O banco poderá cortar juros se sua confiança no retorno sustentável da inflação em direção à meta continuar se fortalecendo, reiterou o dirigente Colli Rehn.

A taxa anual de inflação da zona do euro deverá cair em ritmo mais rápido do que projetado anteriormente, uma vez que o crescimento econômico do bloco segue anêmico, e atingir a meta oficial de 2% do BCE em 2025, segundo novo relatório de projeções econômicas da Comissão Europeia publicado nesta quarta

Da temporada de balanços europeus, Commerzbank e Experian agradaram com seus últimos resultados. A ação do segundo maior banco alemão subiu 5,13% em Frankfurt e a da empresa britânica de gestão de informações e bancos de dados saltou 8,41% em Londres.

Por outro lado, a grife britânica de artigos de luxo Burberry não apenas teve queda no lucro do ano fiscal de 2024, como previu que o primeiro semestre do ano fiscal de 2025 será “desafiador”. No mercado inglês, a ação da Burberry tombou 6,10%, arrastando outras tradicionais empresas do ramo de luxo, como as francesas LVMH e Kering, que tinham perdas de cerca de 0,37% e 0,63% em Paris.

Em Milão, o FTSE MIB subiu 0,61%, a 35.366,20 pontos. Em Madri, o Ibex35 avançou 1,10%, a 11.362,80 pontos. Em Lisboa, o PSI teve alta de 0,75%, a 6.971,10 pontos.

As bolsas asiáticas fecharam sem direção única na quarta-feira, 15, com investidores à espera de novos dados da inflação dos EUA, que podem influenciar a trajetória dos juros da maior economia do mundo.

O índice japonês Nikkei teve alta marginal de 0,08% em Tóquio, a 38.385,73 pontos, sustentado por ações do setor de instrumentos de precisão, enquanto o Taiex subiu 0,77% em Taiwan, a 21.147,21 pontos.

Os mercados da China continental, por outro lado, ficaram no vermelho, um dia após os EUA anunciarem tarifas sobre US$ 18 bilhões em produtos chineses, incluindo aço, veículos elétricos e chips. O Xangai caiu 0,82%, a 3.119,90 pontos, e o menos abrangente Shenzhen Composto recuou 0,76%, a 1.759,58 pontos.
Em Hong Kong e na Coreia do Seul, não houve negócios com ações em função de feriados.

Investidores na Ásia e em outras partes do mundo aguardam novos números da inflação ao consumidor (CPI) dos EUA. Na terça-feira, dados da inflação ao produtor (PPI) americano vieram acima do esperado. Diante da persistência dos preços altos nos EUA, consolidou-se a aposta de que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) não começará a reduzir juros antes de setembro.

Na Oceania, a bolsa australiana teve desempenho positivo, à medida que ações de mineradoras foram impulsionadas pela força recente dos preços do minério de ferro. O S&P/ASX 200 avançou 0,35% em Sydney, a 7.753,70 pontos. No setor minerador, os ganhos variaram de 0,85% a 2,2%.