As bolsas da Europa fecharam com viés positivo na sexta-feira, 29, permitindo que a maior parte das praças europeias encerrem este ano com ganhos robustos. Contudo, a Bolsa de Londres se distanciou dos pares, abalada pelo crescimento fraco do Reino Unido em 2023.
O índice EuroStoxx 600 fechou em alta de 0,20%, a 479,02 pontos, e variação anual de 12,74%. O último pregão do ano encerrou sem grandes movimentações na Europa, em dia de agenda esvaziada e baixa liquidez. A consolidação das expectativas de que o Banco Central Europeu (BCE) e o Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) deverão cortar juros ao longo de 2024 provocou certa cautela entre os investidores, enquanto o mercado aguarda novos catalisadores para um rali, observou o Swissquote, em nota.
“Ainda haverá uma ressaca e um período de correção depois que um rali implacável de dois meses desencadeou uma euforia de risco generalizada entre os investidores”, projetou o banco, acrescentando que uma nova rodada de ganhos somente acontecerá se os cortes de juros forem acompanhado por uma economia forte e lucros corporativos sólidos.
Analistas consultados pela FactSet ponderam que justamente o crescimento econômico fraco distanciou o FTSE 100 de seus pares em relação aos ganhos acumulados em 2023, que avançou apenas cerca de 3%, após o fechamento antecipado da Bolsa de Londres nesta manhã.
Entretanto, diretora de Dinheiro e Mercados da Hargreaves Lansdown, Susannah Streeter, aponta que a Bolsa de Frankfurt conseguiu contrariar as preocupações com o crescimento econômico fraco e aproveitar uma onda de sentimento de compra de ações ligadas à indústria. Hoje, o índice DAX fechou em alta de 0,30%, a 16.751,64 pontos, e valorização de 20,31% em 2023.
Os números levam o índice alemão a figurar entre os de melhor desempenho da Europa, ao lado da Bolsa de Milão (+28,03%) e da Bolsa de Madri (+22,76%). No fechamento, o índice FTSE MIB subiu 0,07%, a 30.351,62 pontos, em Milão e o IBEX 35 avançou 0,16%, a 10.102,10 pontos em Madrid.
Entre outras bolsas, o índice CAC 40 fechou em alta de 0,07%, a 7.543,18 pontos, em Paris, com valorização de 16,52% em 2023. Já o PSI20 caiu 0,06%, a 6.396,48 pontos, em Lisboa, mas registrando ganho de 11,71% neste ano. Todas as cotações são preliminares.
As bolsas da Ásia e do Pacífico fecharam sem direção única na sexta-feira, 29, último pregão de 2023, com ganhos na China e perdas no Japão. Nos mercados chineses, o Xangai Composto subiu 0,68%, a 2.974,93 pontos, e o menos abrangente Shenzhen Composto teve alta de 1,13%, a 1.837,85 pontos, em meio ao bom desempenho de ações de tecnologia. Ao longo do ano, porém, o Xangai Composto apresentou queda de 3,7%.
Analistas seguem preocupados com a perspectiva das bolsas chinesas em 2024 em função da contínua fraqueza no setor imobiliário e lenta recuperação econômica. Em Tóquio, o Nikkei caiu 0,22%, a 33.464,17 pontos, no segundo dia consecutivo de realização de lucros. Em 2023, porém, o índice japonês foi o que teve melhor desempenho na região da Ásia e do Pacífico, com avanço de 28%, à medida que o apetite por risco ganhou força com crescentes expectativas de que o Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) comece a reduzir juros em 2024.
Em outras partes da região, o Hang Seng teve alta apenas marginal em Hong Kong, de 0,02%, encerrando o pregão em 17 047,39 pontos, e o Taiex registrou leve ganho de 0,11% em Taiwan, a 17.930,81 pontos, enquanto o australiano S&P/ASX 200, principal índice acionário da Oceania, recuou 0,31%, a 7.590,80 pontos. Em 2023, o Hang Seng caiu 14%, sua quarta perda anual consecutiva, mas o Taiex assegurou alta de 26,8% e o S&P/ASX 200 avançou 7,8%.