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Bolsas da Ásia fecham em baixa, após compra do Credit Suisse pelo UBS

Liderando as perdas das bolsas, o índice Hang Seng caiu 2,65% em Hong Kong, a 19.000,71 pontos, enquanto o japonês Nikkei recuou 1,42%.

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21 de março de 2023
Vinicius Palermo
Bolsas da Ásia fecham em baixa, após compra do Credit Suisse pelo UBS
Na China continental, as perdas nas bolsas foram moderadas

As bolsas asiáticas fecharam em baixa na segunda-feira, 20, após autoridades suíças intermediarem a venda do problemático Credit Suisse em meio a temores de uma crise bancária global e à espera de uma nova decisão de juros do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA).

Liderando as perdas na Ásia, o índice Hang Seng caiu 2,65% em Hong Kong, a 19.000,71 pontos, enquanto o japonês Nikkei recuou 1,42% em Tóquio, a 26.945,67 pontos, o sul-coreano Kospi teve queda de 0,69% em Seul, a 2.379,20 pontos, e o Taiex registrou baixa mais modesta em Taiwan, de 0,21%, a 15.419,97 pontos.

Na China continental, as perdas foram moderadas: de 0,48% do Xangai Composto, a 3.234,91 pontos, e de 0,32% do menos abrangente Shenzhen Composto, a 2.053,65 pontos. Como se previa, o banco central chinês (PBoC) deixou nesta segunda suas principais taxas de juros inalteradas, após anunciar uma redução no compulsório bancário, no fim da semana passada.

No domingo, autoridades na Suíça disseram que o UBS irá comprar o Credit Suisse, numa transação de US$ 3,25 bilhões, após o banco suíço recentemente se tornar alvo de uma mais onda de desconfiança. O acordo veio cerca de uma semana após a quebra de dois bancos regionais nos EUA, o Silicon Valley Bank (SVB) e o Signature Bank.

Investidores estão na expectativa também para a decisão de juros do Fed, que será conhecida na quarta-feira, 22. As apostas são de que a turbulência no setor bancário levará o BC americano a limitar seu aumento de juros a 25 pontos-base esta semana, repetindo o ajuste do começo de fevereiro.

Na Oceania, a bolsa australiana fechou a segunda-feira no menor nível em quatro meses, também em meio às preocupações com a estabilidade do sistema bancário global. O S&P/ASX 200 caiu 1,38% em Sydney, a 6.898,50 pontos.

As bolsas europeias subiram na segunda-feira, 20, enquanto o mercado digere a compra do Credit Suisse pelo UBS e suas consequências, em meio aos temores de uma nova crise bancária. Além disso, falas da presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, de que o BC do bloco comum não se comprometerá com a próxima decisão de juros deram fôlego aos mercados acionários do Velho Continente.

No domingo, o UBS anunciou a compra do Credit Suisse pelo equivalente a US$ 3,25 bilhões, numa transação intermediada por reguladores na Suíça.

O movimento aconteceu no âmbito de uma onda de temor com relação à possibilidade de uma crise do setor bancário, após a quebra de dois bancos dos EUA: o Silicon Valley Bank (SVB) e o Signature Bank. Em Zurique, a ação do Credit caiu 55,74% e a do UBS subiu 1,26%. Entre bancos europeus, o papel do Deutsche Bank recuou 0,64% em Frankfurt, e o do HSBC perdeu 0,33% em Londres.

A CMC Markets destaca que o acordo entre o UBS e Credit Suisse gerou alguma reação dos detentores de títulos de AT1, “ressentidos por estarem sendo eliminados, enquanto os acionistas obtêm um preço de 0,75 francos suíços por ação”.

A medida, que levou ao desaparecimento de mais de US$ 17 bilhões em títulos de dívida, também gerou uma nova onda de temor na comunidade financeira internacional, já que a diferença de tratamento dada aos detentores de bônus frente aos acionistas pode causar uma reavaliação dos títulos bancários.

Por outro lado, a Autoridade Bancária Europeia (EBA, pela sigla em inglês) avaliou que o setor bancário da Europa é “resiliente” e dispõe de “robustos níveis de capital e liquidez”. Já Lagarde parabenizou a ação rápida e as decisões tomadas pelas autoridades suíças com relação ao Credit Suisse. Além disso, Lagarde garantiu que o BCE está pronto para responder conforme necessário para preservar a estabilidade de preços e a financeira na zona do euro.

A banqueira central também destacou que o BC europeu não se comprometerá com a próxima decisão de juros, diante da turbulência do sistema financeiro global. A decisão do Federal Reserve (Fed) na quarta-feira, por sua vez, segue no radar. O Goldman Sachs previu nesta segunda em nota que o BC americano não elevará juros nesta semana em função da recente turbulência no sistema bancário.

Tudo somado, em Londres, o FTSE 100, fechou em alta de 0,93%, em 7.403,85 pontos, enquanto o índice DAX, em Frankfurt, subiu 1,12%, a 14.933,38 pontos. O CAC 40, em Paris, avançou 1,27%, a 7.013,14 pontos, e o FTSE MIB, em Milão, registrou alta de 1,59%, a 25.899,57 pontos. Já em Madri, o índice Ibex 35 subiu 1,13%, a 8.817,61 pontos. Por fim, na Bolsa de Lisboa, o PSI 20 subiu 0,79%, a 5.769,33 pontos.