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A greentech BMV Global, um grupo liderado por mulheres e pioneiro na criação do mercado de créditos de biodiversidade, anunciou na terça-feira o lançamento da plataforma bmvdigital.global. Desenvolvida em parceria com a startup Mundi, a plataforma tokeniza os ativos gerados pela conservação da natureza, conhecidos como Unidades de Créditos de Sustentabilidade (UCS), baseadas em uma metodologia desenvolvida pela própria BMV Global e reconhecida na legislação nacional e internacional. A tokenização permite a negociação de créditos de biodiversidade em todo o mundo, facilitando o fracionamento do ativo e a integração em diversos outros serviços, ampliando a capilaridade das UCS.
Maria Tereza Umbelino, presidente e fundadora da BMV Global, explica que a metodologia é fruto de parcerias estratégicas com investidores de capital natural, como proprietários de áreas de conservação florestal; investidores de capital intelectual, como técnicos e cientistas; e investidores de capital financeiro. “Iniciamos a estruturação da metodologia em 2007 e, cinco anos depois, consolidamos as UCS como um ativo convencional. Desde então, várias melhorias foram implementadas, possibilitando novas aplicações para essa commodity, aceita inclusive como garantia em transações financeiras.”
As UCS são commodities ambientais, também negociadas no mercado regulado (B3) como CPR-Verdes. Elas englobam 27 serviços ecossistêmicos, isto é, os benefícios proporcionados pela floresta preservada, decorrentes da conservação de sua biodiversidade. Dessa forma, as UCS contabilizam elementos como o estoque de carbono e os impactos positivos da preservação da fauna, flora, nascentes e fluxo hidrológico, entre outros.
Desenvolvida com tecnologia 100% autoral em um projeto liderado por mulheres, a nova plataforma bmvdigital.global expande o alcance e a escalabilidade da venda de UCS no mercado global, abrangendo não apenas o mercado B2B, mas também o B2C. Atualmente, a compra de uma UCS requer a intermediação de agentes, mas a plataforma simplifica a aquisição do ativo, permitindo também a compra de forma fracionada, característica comum aos ativos digitais tokenizados. A expectativa é vender mais de 1 milhão de UCS em 12 meses, movimentando mais de R$ 150 milhões.
“Reconhecemos a crescente importância da sustentabilidade e responsabilidade no mundo dos negócios atual. Por isso, desenvolvemos uma solução inovadora que possibilita às empresas integrarem facilmente a sustentabilidade em suas operações, otimizando resultados financeiros”, afirma Alessandra Umbelino Brandão, cofundadora da BMV Global e CEO da Mundi. “Os compradores podem adquirir a UCS para obter o selo BMV (certificação ambiental) ou transformá-la em reserva de valor para futuras trocas por produtos e serviços. A utilização de NFTs visa principalmente aumentar a segurança da certificação, tornando-a inviolável”, conclui.
Alessandra apresentou o sistema durante o Web Summit. Paralelamente, o ator Bruno Gagliasso, ativista ambiental e embaixador da UNICEF, esteve no palco principal discutindo a plataforma como um novo empreendimento.
Recentemente, Bruno adotou a certificação BMV, incorporando as UCS em sua Pousada Maria Flor (Fernando de Noronha, PE). Ele e João Marcello Gomes Pinto, fundador da Sustentech, líder em soluções de sustentabilidade e estratégias ESG, conheceram o modelo de licenciamento dos produtos BMV e decidiram investir na plataforma.
“Eu tive a experiência como usuário da certificação quando adquiri as Unidades de Crédito de Sustentabilidade (UCS) para a minha pousada Maria Flor, em Fernando de Noronha, que tem o Programa Noronha Carbono Zero, em que a meta é neutralizar 100% das emissões de carbono na ilha até 2050. Com o selo BMV, nos tornamos a primeira pousada a neutralizar seu impacto ambiental e nos tornamos carbono neutro. O selo BMV atestou nosso comprometimento com as práticas ESG (ambientais, sociais e de governança), na proteção e preservação de florestas nativas e nosso investimento na biodiversidade Brasileira”, afirmou Bruno Gagliasso.
A solução bmvdigital.global, que utiliza a tecnologia da Mundi – fruto de uma joint venture entre BMV e Emana, é pioneira na negociação de NFTs para a comercialização de tokens de UCS. “A plataforma, baseada na rede Polygon, se destaca pelo baixo impacto ambiental e rapidez nas transações, permitindo aproximadamente 65 mil transações por segundo e aceitando pagamentos via PIX, cartão de crédito ou criptomoeda”, explica Alessandra Brandão.
Atualmente, mais de 1 milhão de hectares de florestas nativas estão preservadas, fornecendo ativos (UCS), e o dobro desse número está em processo de adesão ao modelo. A metodologia já está sendo aplicada em países europeus, como Portugal e Itália, e acordos foram firmados para atuação na China e em Moçambique (África).
A tokenização de ativos tem ganhado crescente relevância no cenário mundial. Comercializar UCS na forma de tokens permite que empresas, governos e indivíduos invistam na conservação da biodiversidade. Ao investir nessas commodities ambientais, alcançam-se resultados positivos nos âmbitos social, financeiro e ambiental. A entidade (ou pessoa) que compra um token de UCS contribui para a renovação de recursos naturais, compensando os impactos ambientais de suas operações e utilizando o ativo para aumentar seu valuation.
