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Instabilidade global

Biden envia ao Congresso pacote de segurança para apoiar Ucrânia e Israel

Biden disse também que garantir que Ucrânia e Israel vençam os conflitos é algo essencial para a segurança dos Estados Unidos.

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20 de outubro de 2023
Vinicius Palermo
Biden envia ao Congresso pacote de segurança para apoiar Ucrânia e Israel
Biden acusou o Irã e a Coreia do Norte de fornecerem drones e munições para a Rússia na guerra contra a Ucrânia.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, enviou na sexta-feira, 20, para o Congresso, um pacote que direciona recursos para apoiar a segurança de Ucrânia e Israel. O chefe da Casa Branca não falou qual será o valor dessa ajuda.

Biden disse também que garantir que Ucrânia e Israel vençam os conflitos é algo essencial para a segurança dos Estados Unidos. O presidente americano afirmou que há evidências que Israel não foi responsável pelo ataque a um hospital em Gaza, que matou centenas de pessoas.

Ele salientou ainda que tanto israelenses quanto palestinos merecem “viver em paz”. Por fim, Biden acusou o Irã e a Coreia do Norte de fornecerem drones e munições para a Rússia na guerra contra a Ucrânia.

A secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, divulgou comunicado, reforçando o pedido do governo para que o Congresso americano aprove orçamento suplementar para apoio a Israel e à Ucrânia. Ela ressalta a importância de que os EUA “continuem a combater a instabilidade global com liderança forte e compromisso inabalável” e menciona riscos.

Diante da “invasão imoral da Rússia na Ucrânia” e dos “ataques terroristas terríveis do Hamas em Israel, a liderança americana é “insubstituível”. O financiamento extra mantém a liderança do país e avança em seus principais interesses, entre eles a segurança nacional, assegura.

Yellen nota que, mesmo com a destruição russa, a Ucrânia tem feito progressos em reformas econômicas, com o auxílio dos EUA e outros aliados. Antes de um inverno local que pode ser longo, a Ucrânia precisa de ajuda para reconstruir locais importantes e estabilizar sua economia, acrescenta.

Ainda segundo Yellen, o ataque do Hamas e seu impacto regional são um “lembrete terrível” da incerteza que nos cerca no mundo e dos desafios que isso representa para a economia global. Também demonstra a importância de instituições bem equipadas para lidar com o quadro, como o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial.

A secretária diz que os EUA precisam continuar a liderar o avanço em seus interesses nacionais e para proteger os países mais vulneráveis e seus povos. “Caso a Rússia prevaleça na Ucrânia, nossa segurança global e econômica coletiva sofrerá um grande revés”, afirma. “Caso a instabilidade se dissemine pelo Oriente Médio, os riscos que enfrentamos se multiplicarão”, adverte também. Caso Washington não lidere nas questões econômicas internacionais, outros o farão, diz, pedindo ao Congresso que “não deixe isso ocorrer”.

O apelo é feito em momento de divergências na Câmara dos Representantes, controlada pelo oposicionista Partido Republicano. O presidente da Câmara foi deposto, ao perder o apoio de parte de sua própria sigla, que mostra agora divisões e dificuldades para chegar a um novo nome, o que pode levar a problemas para o andamento dos temas no Legislativo local.

Pela terceira vez, o deputado republicano Jim Jordan não conseguiu votos suficientes na sexta-feira, 20, para chegar à presidência da Câmara dos Representantes. Ele perde espaço em sua batalha para tentar o apoio dos colegas, o que lança a Casa em um impasse.

A votação teve 194 deputados a favor de Jordan, 210 votos para o nome democrata, Hakeem Jeffries, e 25 para outros republicanos. É necessário a maioria dos votos (217) para obter o cargo.

Jordan continua a perder apoio em seu partido. Na disputa de sexta, houve 25 dissidentes, quando na segunda eles eram 22 e na primeira, 20. O impasse ocorre mais de duas semanas após Kevin McCarthy ser retirado do cargo. Não há ainda plano alternativo, após ter sido rejeitada a proposta de dar mais poderes ao temporário Patrick McHenry, também republicano.

Jorden é apontado como um aliado do ex-presidente Donald Trump. Ele tem se recusado a responder de modo direto se acredita que a eleição presidencial de 2020 foi roubada. Agora, a Câmara está com trabalhos congelados, até que seja eleito um novo presidente.

Legisladores dos dois partidos desejam aprovar mais auxílio a Israel e à Ucrânia, enquanto o prazo para nova decisão sobre o financiamento do governo federal americano está previsto para meados de novembro.