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Território palestino

Biden anuncia US$ 100 milhões para assistência humanitária

De acordo com Biden, existirão mecanismos em vigor para que esta ajuda chegue aos necessitados – não ao Hamas, que comanda a Faixa de Gaza, ou aos grupos terroristas.

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18 de outubro de 2023
Vinicius Palermo
Biden anuncia US$ 100 milhões para assistência humanitária
Encontro entre Biden e Netanyahu em setembro deste ano.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou na quarta-feira, 18, US$ 100 milhões para assistência humanitária nos territórios palestinos de Gaza e da Cisjordânia. Em sua conta na rede social “X”, o democrata escreveu que este dinheiro apoiará mais de 1 milhão de pessoas deslocadas e afetadas pelos conflitos. De acordo com ele, existirão mecanismos em vigor para que esta ajuda chegue aos necessitados – não ao Hamas, que comanda a Faixa de Gaza, ou aos grupos terroristas.

O presidente dos Estados Unidos afirmou, em discurso em Tel-Aviv, que vai pedir ao Congresso norte-americano que aprove um “pacote de defesa sem precedentes a Israel”, e enfatizou que os EUA vão apoiar Israel até o fim da guerra, com envios de equipamento de defesa e ajuda humanitária.

Biden pontuou que os EUA vão garantir que o Domo de Ferro, sistema antibombas israelense, vai permanecer “completamente abastecido” durante o tempo que se fizer necessário.

Ele também afirmou que, no momento, a prioridade máxima do governo dos Estados unidos é recuperar os reféns israelenses feitos pelo Hamas. “Aos países que estão cogitando atacar Israel, deixo a minha mensagem clara: não ataquem. Não ataquem. Não ataquem”, afirmou Biden.

Em seguida, o presidente norte-americano disse que os EUA “não vão ficar parados e deixar acontecer”. No discurso, ele exigiu que os militantes do Hamas permitam que a Cruz Vermelha visite os reféns, e enfatizou também que um corredor humanitário precisa ser aberto para garantir fornecimento de alimentos e medicamentos à população de Gaza.

O presidente dos Estados Unidos afirmou que “dados do Departamento de Segurança” americano apontam que a explosão no hospital em Gaza não foi realizada por Israel, mas sim “pelo outro lado”.
O exército israelense demarcou na quarta-feira, 18, uma “zona humanitária” no sul da Faixa de Gaza, pedindo aos residentes do norte que evacuassem para esse ponto.

“As Forças de Segurança de Israel estão pedindo aos residentes de Gaza que evacuem para a zona humanitária de Al-Mawasi, onde a ajuda humanitária internacional será fornecida conforme necessário”, disse um porta-voz das Forças de Defesa de Israel.

“Recomenda-se a evacuação para áreas abertas no oeste de Khan Younis, na área de Al-Mawasi”, perto do Mediterrâneo, enfatizou.

O anúncio foi feito horas antes da chegada de Biden a Israel, e um dia depois que pelo menos 500 palestinos foram mortos durante um bombardeio a um hospital na Cidade de Gaza, pelo qual Israel e grupos terroristas trocam acusações sobre autoria. De um lado, o Hamas culpa Israel. O outro lado nega e aponta que a responsabilidade seria da Jihad Islâmica, outro grupo palestino.

Com a explosão, a Jordânia cancelou o encontro que promoveria entre o rei Abdullah e os presidentes dos Estados Unidos, Joe Biden, do Egito, Abdel Fatah al-Sissi, e da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas.

O encontro do americano com os líderes árabes estava marcado para quarta-feira, depois de uma visita a Tel-Aviv. Em entrevista à rede Al -Jazeera, o ministro das relações exteriores da Jordânia, Ayman Safadi, justificou que o encontro alimentaria as expectativas para o fim da guerra, o que não seria possível agora. Por isso, o adiamento.

O Hezbollah, do Líbano, prometeu um “dia de fúria” em resposta ao episódio, que definiu como um “massacre”. O grupo, próximo ao Hamas e financiado pelo Irã, representa a ameaça de uma guerra ampliada e tem trocado disparos com Israel ao norte desde o início do conflito.

Após a declaração, o Departamento de Estado dos EUA alertou os americanos a não viajarem para o Líbano na terça-feira, elevando seu aviso de viagem para o país ao nível mais severo devido à “situação de segurança imprevisível relacionada a trocas de foguetes, mísseis e artilharia” entre Israel e o Hezbollah, ou outras facções terroristas armadas.

O aviso emitido na terça-feira também pediu que as pessoas reconsiderassem a viagem ao Líbano “devido ao terrorismo, agitação civil, conflito armado, crime, sequestro” e à capacidade limitada da Embaixada dos EUA em Beirute de fornecer apoio aos cidadãos americanos.

O Departamento de Estado autorizou a saída voluntária e temporária de familiares de funcionários do governo dos EUA e de alguns funcionários não emergenciais da Embaixada dos EUA em Beirute devido à situação de segurança imprevisível no Líbano. O aviso foi elevado ao Nível 4, “Não viajar” – o nível mais alto – do Nível 3, “Reconsiderar viagem”.

Biden ainda acrescentou que o grupo terrorista Hamas, que governa Gaza, trouxe apenas “sofrimento” aos palestinos. “Joe, quero agradecê-lo por vir aqui “, disse Netanyahu ao líder americano, e pelo forte apoio demonstrado pelos Estados Unidos.

Biden planeja demonstrar apoio aos esforços de Israel para destruir o Hamas após o devastador ataque de 7 de outubro, que matou pelo menos 1.400 pessoas em Israel. Mas ele também planeja fazer o que um assessor chamou de “perguntas difíceis” a Netanyahu para entender os planos militares de Israel e pressionar por ajuda humanitária para os civis em Gaza.