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BCE corta principais taxas juros pela terceira vez este ano

A taxa de depósito foi reduzida de 3,50% a 3,25%, a de refinanciamento, de 3,65% a 3,40%, e a de empréstimos, de 3,90% a 3,65%.

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18 de outubro de 2024
Vinicius Palermo
BCE corta principais taxas juros pela terceira vez este ano
A presidente do BCE, Christine Lagarde

O Banco Central Europeu (BCE) cortou suas principais taxas de juros em 25 pontos-base, após concluir reunião de política monetária nesta quinta-feira, 17, em meio a sinais de que os riscos de inflação na zona do euro seguem diminuindo. Desta forma, a taxa de depósito foi reduzida de 3,50% a 3,25%, a de refinanciamento, de 3,65% a 3,40%, e a de empréstimos, de 3,90% a 3,65%.

A decisão, que veio em linha com a expectativa de analistas, marca o terceiro corte de juros pelo BCE este ano. As reduções anteriores foram anunciadas em junho e setembro.

Pesquisa final da Eurostat mostrou mais cedo que a taxa anual de inflação ao consumidor (CPI) da zona do euro desacelerou de 2,2% em agosto para 1,7% em setembro, ficando abaixo da meta de inflação de 2% do BCE pela primeira vez desde meados de 2021.

Os dirigentes do BCE reiteraram postura dependente de dados, em comunicado divulgado junto a decisão de cortar taxas de juros em 25 pontos-base. “Não estamos comprometidos com uma trajetória predeterminada de juros”, reforçaram.

Para eles, as perspectivas de inflação foram afetadas recentemente por surpresas negativas em indicadores de atividade econômica, mas os preços da zona do euro devem subir de novo nos próximos meses, antes de retornar à meta de 2% em 2025.

“Vamos manter as taxas de juros restritivas por quanto tempo for necessário para alcançar a meta de inflação”, afirmaram os dirigentes.

O comunicado do BCE também reitera que os dirigentes determinarão decisões “a cada reunião”, para analisar dados recentes de inflação, atividade econômica e financeira, além de dinâmicas de transmissão da política monetária.

A presidente do BCE, Christine Lagarde afirmou que a política monetária na zona do euro está “indubitavelmente” restritiva. Durante coletiva de imprensa para tratar sobre a decisão monetária da instituição nesta quinta-feira, ela também mencionou que as condições de financiamento também estão restritivas.

A dirigente reforçou que a decisão de corte de 25 pontos-base foi unânime e necessária, e que o processo de desinflação está “em um bom caminho”.

“Os próximos três meses não caminharão de maneira linear para meta de inflação de 2%”, alertou a presidente do BCE.

Lagarde disse ainda que qualquer restrição ou aumento de taxas que criem uma barreira comercial com outros países importa e têm impacto para uma economia como a da Europa.

A presidente do Banco Central Europeu afirmou que os dados mostram que a economia na zona do euro está “um pouco mais fraca” do que o esperado, na coletiva de imprensa sobre a decisão da instituição de cortar as taxas de juros em 25 pontos-base nesta quinta-feira.

Lagarde disse que o BCE espera que a economia se fortaleça com o tempo, mas que os riscos para o crescimento econômico continuam a tender para o lado negativo.

A dirigente descartou que a Europa entre em recessão, mas enfatizou que as tensões geopolíticas são um risco para o aumento da inflação. “Ainda há riscos para os dois lados de previsão da inflação”, disse a presidente do BCE.