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BC prevê inflação em 3,2% em 2026

A meta para aquele ano foi definida em 3,0% pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) em junho

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29 de março de 2024
Vinicius Palermo
BC prevê inflação em 3,2% em 2026
Sede do Banco Central

O Relatório Trimestral de Inflação (RTI) divulgado na quinta-feira, 28 pelo Banco Central manteve a estimativa da autoridade monetária para a inflação de 2026 em 3,2% no cenário de referência. A meta para aquele ano foi definida em 3,0% pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) em junho, e o governo avisou na ocasião que iria editar um decreto mudando o regime para meta contínua a partir de 2025.

O RTI também trouxe as estimativas do BC para a inflação em 2024 (3,5%) e 2025 (3,2%). Estas projeções já haviam sido divulgadas na semana passada, no comunicado da decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) que reduziu a Selic de 11,25% para 10,75% e sinalizou apenas mais um novo corte de 0,50 pp em maio.

O cenário de referência utiliza câmbio variando conforme a Paridade do Poder de Compra (PPC) e juros do Relatório de Mercado Focus. Para 2024 em diante, o alvo central é de 3,00% com bandas de 1,50% a 4,50%. No último Boletim Focus, os analistas consultados semanalmente pelo BC estimaram o IPCA de 3,75% em 2024, 3,51% em 2025 e 3,50% em 2026.

A chance de a inflação de 2024 estourar o teto da meta de 4,50% no cenário de referência caiu de 23% para 19% entre o RTI de dezembro e março. Já a probabilidade de a inflação ficar abaixo do piso da meta em 2024 (1,50%) também está mais baixa, de 7% para 4%. O centro da meta deste ano é de 3,0%.

Para 2025, a probabilidade de superar a banda superior continuou em 17% e a inferior, foi mantida em 11%. Para 2026, a probabilidade de superar a banda superior também ficou em 17% e a inferior em 11%. O alvo central contínuo a ser perseguido pelo BC a partir de 2025 também é de 3,0%, com os limites variando de 1,5% a 4,5%.

O Banco Central (BC) elevou sua estimativa para a expansão do PIB de 2024 de 1,7% para 1,9%. No geral, houve uma grande mudança das expectativas da autoridade monetária para o consumo do governo e uma reversão da trajetória positiva da agropecuária, que foi o destaque do crescimento no ano passado.
Pelo lado da oferta, o BC alterou a estimativa para a expansão da agropecuária de avanço de 1,0% para uma queda de 1,0%. Em 2023, o setor havia revelado um crescimento de 15,1%, que surpreendeu o mercado. Já a revisão para a indústria foi de alta de 1,7% para 2,2%. No caso dos serviços, o BC mudou a previsão de crescimento de 1,9% para 2,0%.

Em relação aos componentes da demanda, o RTI informou que mantém a projeção de expansão de 2,3% do consumo das famílias, mas alterou significativamente, de 1,1% para 1,9%, a previsão de alta do consumo do governo.

O documento indica ainda que a projeção para 2024 da Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) – indicador que mede o volume de investimento produtivo na economia – passou de aumento de 1,0% para avanço de 1,5%. Todas as estimativas anteriores constavam do RTI divulgado em dezembro.
No Boletim Focus, a mediana é de crescimento de 1,85% para o PIB deste ano. O Ministério da Fazenda estima expansão de 2,2%.