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BC argentino elimina taxa mínima de prazo fixo

O Banco Central da Argentina diz que atua diante de “sinais visíveis de redução da incerteza macroeconômica”.

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12 de março de 2024
Vinicius Palermo
BC argentino elimina taxa mínima de prazo fixo
Banco central da Argentina

Além de cortar a taxa de passivos de 100% a 80%, o Banco Central da República Argentina (BCRA) anunciou outras medidas, diante da “evolução da conjuntura econômica e das condições de liquidez financeira”. Em comunicado, a instituição diz que, a partir de 18 de março, o acesso à janela de passes voltará a ser exclusivo para as entidades financeiras reguladas pelo BCRA, enquanto a partir de terça-feira, 12, será eliminada a taxa mínima de prazo fixo, que era de 110%.

O BC argentino diz que atua diante de “sinais visíveis de redução da incerteza macroeconômica”. A inflação no varejo desacelera, após o ajuste inicial de preços relativos em dezembro, e há perspectiva favorável em relação ao núcleo da inflação. O BCRA diz que nos próximos meses terá foco na evolução do núcleo inflacionário, “em vista dos ajustes de tarifas reguladas de serviços públicos anunciados”.

O comunicado também cita a moderação, em termos reais, da emissão monetária, bem como a consequente melhora do balanço do BCRA. Ele recorda que foi eliminada a monetização proveniente do déficit fiscal, e afirma que desde 10 de dezembro o efeito monetário da política fiscal “tem sido oposto e virtuoso, reduzindo a quantidade de pesos em circulação em cerca de 2 bilhões”.

Com isso, o país avança na meta de financiamento líquido acumulado igual a zero para o ano de 2024, combinado no memorando de políticas econômicas e financeiras com o Fundo Monetário Internacional (FMI).

A nota do BC também destaca a “ampla aceitação voluntária” dos Bônus para a Reconstrução de uma Argentina Livre (BOPREAL), que, “ao operarem como um swap cambial, reduziram fortemente a posse indesejada de pesos e a potencial demanda por moeda estrangeira no curto prazo”.

Além disso, diz que acontece uma “acumulação sustentada de reservas internacionais”, revertendo tendência prévia, com desde 10 de dezembro o acúmulo líquido de reservas internacionais de US$ 8,4 bilhões, bem superior à meta de US$ 6 bilhões fechada com o FMI para o primeiro trimestre deste ano.
O BC vê ainda estabilidade na diferença entre a cotação do dólar oficial e as cotações paralelas, bem como correção para baixo na cotação de contratos de dólar futuro sobre o câmbio oficial.

O índice de preços ao consumidor da Argentina subiu 13,2% em fevereiro, na comparação com o mês anterior, informou o Instituto Nacional de Estatística e Censos (Indec). Com isso, ele continua a desacelerar, após alta mensal de 25,5% vista em dezembro de 2023 e de 20,6% em janeiro deste ano.
Já na leitura anual, a alta de fevereiro foi de 276,2%. Em dezembro ela estava em 211,4% e em janeiro, em 254,2%. Até fevereiro, a inflação acumulada na Argentina em 2024 está em 36,6%.

Apenas no mês de fevereiro, a alta mensal foi puxada pelos componentes comunicação, transportes, moradia, água, eletricidade, gás e outros combustíveis, bebidas alcoólicas e tabaco, bens e serviços e saúde.