Os bancos reduziram mais uma vez a projeção de crescimento do crédito no Brasil neste ano, de 7,6% para 7,4% em relação ao final de 2022. A informação é da Pesquisa de Economia Bancária e Expectativas da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) referente a novembro.
Segundo a pesquisa, a expectativa de crescimento do crédito livre neste ano caiu de 6,4% para 6,1%, com uma menor projeção para o crédito livre às empresas, que passou de 2,3% para 1,3%. A carteira livre para pessoas físicas teve aumento na projeção de alta, de 9,1% para 9,5%. Na carteira direcionada, a projeção passou de 9,2% para 8,8%, com quedas tanto em empresas (de 7,3% para 6,9%) quanto em pessoas físicas (de 10,2% para 9,8%).
“Em geral, a pesquisa seguiu apontando uma revisão para baixo na expectativa para o crescimento do crédito neste ano, na esteira dos números ainda relativamente modestos que temos observado”, diz em nota o diretor de Economia, Regulação Prudencial e Riscos da Febraban, Rubens Sardenberg.
Para 2024, por outro lado, a expectativa melhorou: passou de alta de 8,1% para alta de 8,3%. A melhor projeção veio da carteira direcionada, em que a expectativa subiu de crescimento de 7,8% para alta de 8,5% em relação a este ano. Na carteira livre, a projeção caiu de 8,4% para 8,2%.
“A queda da taxa de juros e da inadimplência, especialmente na carteira de crédito destinada às famílias, dá alguma confiança aos agentes de que o mercado de crédito tende a voltar a ganhar tração em 2024, o que provavelmente explica essa melhora das expectativas”, diz Sardenberg.
Os bancos esperam inadimplência de 4,9% na carteira livre no final deste ano, a mesma de setembro, e de 4,6% no final de 2024
Segundo a pesquisa, 88,2% dos bancos consideraram adequada a sinalização do Copom de que fará novos cortes de 0,5 ponto porcentual na taxa Selic nas próximas reuniões, mesmo com a piora do cenário externo. Os bancos esperam que os juros encerrem 2023 em 11,75% ao ano, e que caiam para 9,75% em 2024.
Mais da metade dos bancos, 52,9%, espera uma Selic acima de 9,25% ao ano no final do ciclo de fortes, o mesmo do boletim Focus do BC.
A pesquisa da Febraban é feita a cada 45 dias, após a divulgação da ata da reunião do Copom. A atual edição entrevistou 19 bancos entre os dias 8 e 13 de novembro.