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Banco Mundial estrutura bond de US$ 200 milhões para reflorestamento na Amazônia

Os bonds do Banco Mundial são diferentes dos bonds amazônicos que estão sendo elaborados pela instituição em conjunto com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID)

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14 de junho de 2024
Vinicius Palermo
Banco Mundial estrutura bond de US$ 200 milhões para reflorestamento na Amazônia
O presidente do BID, Ilan Goldfajn

O Banco Mundial está estruturando um bond de US$ 200 milhões para financiar esforços de reflorestamento na região amazônica. As iniciativas que contempladas foram selecionadas pela Mombak, empresa brasileira especializada em reflorestamento de larga escala. O Banco Mundial deu mandato ao HSBC para conduzir o processo de emissão do “bond de resultado para o reflorestamento da Amazônia.”
Os bonds do Banco Mundial são diferentes dos bonds amazônicos que estão sendo elaborados pela instituição em conjunto com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), cujas diretrizes serão divulgadas no segundo semestre.

Uma porção do retorno do bond estará relacionado ao valor dos créditos de carbono gerados por esses projetos. Em nota, o Banco Mundial afirma também que um montante equivalente à porção do cupom que normalmente seria pago à instituição será direcionada ao financiamento da recuperação de terras degradadas e desmatadas.

A iniciativa do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e do Banco Mundial de atrair bancos comerciais para financiar projetos na Amazônia ganhou novos 22 membros, entre os quais estão o Citi, o Pátria Investimentos, Stone, Visa, a gestora Aqua Capital e a gestora de venture capital KPLT.

Com isso, a rede de financiamento da Amazônia passa a contar com 46 instituições que irão financiar projetos piloto para promover investimentos sustentáveis na região. A rede foi criada durante a COP-28, no ano passado em Dubai, pelo BID Invest e a IFC, braço de financiamento do setor privado do Banco Mundial.

A expectativa é de que, por meio desses projetos, 2,1 milhões de pessoas sejam impactadas positivamente, 1,2 milhão de hectares sejam reflorestados e 6 milhões de toneladas de gás carbônico sejam sequestrados até 2030.

O anúncio foi feito durante a Semana de Sustentabilidade do BID Invest, braço de financiamento do setor privado do BID, que acontece em Manaus, capital da Amazônia. Entre as demais instituições estão instituições dos outros países que compartilham a floresta amazônica.

A ideia é aumentar o fluxo de investimentos para a Amazônia, promover a inclusão financeira, dividir conhecimento em inovação e gerar sinergias entre o setor privado e público, com objetivo de impacto positivo na região. A rede de financiamento é uma das redes que compõem o programa Amazônia Sempre e que envolve ainda redes de governos e de pesquisa.

Durante o encontro, os membros da rede de financiamento se reuniram para escolher os projetos, no que foi chamado de “tambaqui tanque”. Um total de 30 propostas voltadas para soluções financeiras inclusivas, financiamento a pequenas e médias empresas, agronegócio, floresta e carbono foram discutidas.

O presidente do BID, Ilan Goldfajn, afirmou que até que os bonds da Amazônia estejam prontos para serem lançados, é possível que o apetite do mercado seja testado com outros instrumentos que o banco possui à disposição dos emissores interessados.

“Temos bonds sustentáveis, temáticos, com temática verdes, azuis, que não têm as diretrizes de uso dos recursos para a região”, disse ele, em conversa com jornalistas.

As diretrizes dos bonds da Amazônia serão divulgadas no segundo semestre, de acordo com Goldfajn, e o BID pode fazer uma emissão do papel para criar uma referência a esse mercado. Os bonds da Amazônia serão emitidos pelos países que compartilham a região para investimentos em propósitos ligados à área amazônica.