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Avião faz pouso de emergência na Nova Zelândia após suposta colisão com pássaros

O Boeing 737-800, que transportava 67 passageiros e seis tripulantes, pousou com segurança cerca de 50 minutos depois de deixar Queenstown

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18 de junho de 2024
Vinicius Palermo
Avião faz pouso de emergência na Nova Zelândia após suposta colisão com pássaros
Aviões da Virgin Australia em aeroporto.

Um avião da Virgin Australia realizou um pouso de emergência na Nova Zelândia na noite de segunda-feira, 17, depois que um de seus motores pegou fogo logo após a decolagem. Uma suposta colisão com pássaros tem sido apontada como a principal causa. O Boeing 737-800, que transportava 67 passageiros e seis tripulantes, pousou com segurança cerca de 50 minutos depois de deixar Queenstown, cidade na ilha sul do país. Não houve feridos, informou o diretor de operações da companhia aérea, Stuart Aggs.

De acordo com os sites de rastreamento de voos, é possível ver que, após a decolagem, o avião seguiu para o sul de Queenstown ao invés de Melbourne, na Austrália, como estava programado. O avião realizou um padrão de espera enquanto sobrevoava a ilha sul antes de pousar no aeroporto de Invercargill, cerca de 150 km ao sul de Queenstown.

Segundo relatos de alguns passageiros, haviam chamas saindo de um dos motores e fortes estrondos, informou o New Zealand Herald. “Dentro de 10 segundos depois de decolar, ouvi um ‘bang’ alto, luzes douradas enchendo a cabine e uma explosão de chamas no motor direito”, disse Michael Hayward, um dos passageiros, à rádio ABC.

De acordo com o The Guardian, o presidente executivo do aeroporto de Queenstown, Glen Sowry, informou na terça-feira, 18, que um pássaro preso no motor foi a causa mais provável do incidente. “Nesta fase, acreditamos que é altamente provável que tenha sido uma colisão com um pássaro, mas, até que o motor seja inspecionado pelos engenheiros em Invercargill, não poderemos confirmar isso com certeza”, disse Sowry à RNZ.

As colisões com pássaros são um risco conhecido, mas os incidentes eram raros, disse o CEO. O aeroporto tomou medidas regulares de gestão de riscos, incluindo manter a grama curta e não permitir água parada nas proximidades. A taxa de aves que atingem aviões nos aeroportos da Nova Zelândia é de cerca de quatro em cada 10 mil movimentos de aeronaves, disse o regulador da aviação do país, em seu site.

No domingo, o avião que transportava o primeiro-ministro da Nova Zelândia, Christopher Luxon, ao Japão quebrou em Papua-Nova Guiné. O premiê precisou ser realocado para um voo comercial de última hora.

Luxon estava em uma delegação, com o ministro do Comércio, Todd McClay, e dezenas de líderes empresariais e jornalistas, viajando de Papua-Nova Guiné para Tóquio como parte da missão do governo neozelandês para aumentar o comércio. O grupo, no entanto, ficou preso no território papuásio porque foram descobertos fusíveis queimados no Boeing 757 da Força de Defesa da Nova Zelândia (NZDF, sigla em inglês).

O imprevisto foi contornado porque o primeiro-ministro conseguiu para ele e outros três membros da delegação um voo comercial de última hora via Hong Kong com destino a Tóquio, no Japão. Outras 50 pessoas tiveram que fazer uma estadia não programada durante a noite em Port Moresby.

O diretor-executivo da Air New Zealand, Greg Foran, um dos que não conseguiram sair de Papua-Nova Guiné, solicitou que uma das linhas da companhia aérea neozelandesa fizesse uma escalada na capital papuásia para buscar o restante da delegação.

Durante uma entrevista, a ministra da Defesa, Judith Collins, concordou que o incidente foi “embaraçoso” e que pode se revelar caro, com o governo arcando com a conta dos reparos, da escala e, provavelmente, do voo adicional.

Esse foi o segundo problema com aviões da Força de Defesa do país. Em março, Luxon precisou de um voo comercial de última para participar de uma cúpula da Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean, sigla em inglês), em Melbourne, na Austrália.

Nos últimos anos, as aeronaves do órgão também falharam e atrasaram as viagens dos ex-primeiros-ministros Jacinda Ardern a Washington, nos Estados Unidos, e Melbourne e John Key, com uma delegação de 80 pessoas, à Índia.

A Nova Zelândia está debatendo se é possível substituir os aviões usados principalmente para negócios de defesa e em missões comerciais pelo primeiro-ministro. As substituições estão programadas para 2028, porém uma revisão da capacidade do órgão, que será feita neste mês, pode adiantar essa data.