A arrecadação de impostos e contribuições federais somou R$ 180,475 bilhões em junho. O resultado representa uma queda real (descontada a inflação) de 3,37% na comparação com o resultado recorde de junho do ano passado, quando o recolhimento de tributos havia somado R$ 181,040 bilhões, em termos nominais. Em relação a maio deste ano, houve alta real de 2,15%.
O resultado das receitas veio pouco acima da mediana de R$ 179,450 bilhões das expectativas das instituições. O dado ficou dentro do intervalo de projeções, que ia de R$ 173,820 bilhões a R$ 194,200 bilhões.
O Fisco apontou que houve em junho uma redução real de 41,10% nos recolhimentos da estimativa mensal do IRPJ/CSLL. “Ressalta-se que em junho de 2022 foram registradas arrecadações atípicas, no valor de R$ 6 bilhões”, argumentou.
A Receita também destacou o crescimento real de 6,66% na arrecadação da Contribuição Previdenciária em junho, em razão do crescimento da massa salarial. Houve ainda um avanço real de 10,79% da arrecadação do IRRF sobre as aplicações de Capital em razão do desempenho de títulos e fundos de renda fixa.
De janeiro a junho de 2023, a arrecadação federal somou R$ 1,142 trilhão. Mesmo com a retração real de junho, o volume do primeiro semestre é recorde para o período na série histórica, iniciada em 1995, em valores corrigidos pelo IPCA. O montante ainda representa um avanço real de 0,31% na comparação com os primeiros seis meses de 2022.
O chefe do Centro de Estudos Tributários e Aduaneiros da Receita Federal, Claudemir Malaquias, avaliou na terça-feira, 25, que a retração da arrecadação federal de junho se deve a fatores não recorrentes. Ele citou a arrecadação atípica de R$ 6 bilhões em IRPJ e CSLL em junho de 2022, que não se repetiu no mês passado.
Segundo o coordenador de Previsão e Análise da Receita Federal, Marcelo Gomide, essa arrecadação atípica do ano passado se deveu ao setor de exploração e refino de petróleo. “O preço internacional do barril de petróleo estava mais alto e a taxa de câmbio também era maior”, acrescentou.
Além disso, Malaquias citou que a Receita calcula uma renúncia de R$ 3 bilhões na arrecadação de PIS/Cofins sobre combustíveis em junho, ante uma perda de R$ 1,7 bilhão com essa desoneração no sexto mês do ano passado. Por outro lado, o governo arrecadou esse ano R$ 1,4 bilhão com a taxação temporária da exportação de petróleo bruto.
“Considerando apenas as receitas administradas, houve uma queda real de 2,70% em junho. Desconsiderando esses fatores atípicos, a arrecadação teria uma alta real de 0,59% em relação a junho de 2022”, completou Malaquias.