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ANP reduz flexibilizações de mistura só para Canoas, Esteio, Rio Grande e Santa Maria

No último dia 4, a agência anunciou que em todo o Estado, a mistura de etanol anidro na gasolina poderia ser de 21%, em substituição ao porcentual de 27% hoje vigente

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11 de maio de 2024
Vinicius Palermo
ANP reduz flexibilizações de mistura só para Canoas, Esteio, Rio Grande e Santa Maria
A chegada de combustíveis nos postos de abastecimento nas áreas afetadas por enchentes no Rio Grande do Sul cresce gradativamente

A diretoria da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) decidiu na sexta-feira, 10, reduzir a abrangência da flexibilização temporária da mistura de biodiesel ao óleo diesel e do etanol à gasolina a apenas as quatro cidades mais afetadas pelas enchentes no Rio Grande do Sul, devido à percepção de que a situação do abastecimento no restante do Estado se estabilizou.

A partir de sexta, as flexibilizações valem apenas para os municípios de Canoas, Esteio, Rio Grande e Santa Maria, informou a ANP. Os porcentuais da mistura dos biocombustíveis foram mantidos.

No último dia 4, a agência anunciou que em todo o Estado, a mistura de etanol anidro na gasolina poderia ser de 21%, em substituição ao porcentual de 27% hoje vigente, enquanto o óleo diesel S10 poderá ter apenas 2% de biodiesel, em substituição ao porcentual de 14%. E o óleo diesel S500, o mais poluente, não precisa ter mistura de biodiesel.

“Mantém-se o prazo de 30 dias para essa medida nos municípios mencionados, a contar da decisão original de 4 de maio. Esse período pode ser revisto, a depender das condições de abastecimento na região. Da mesma forma, em caso de piora nas condições do Estado, a ANP pode determinar a retomada da flexibilização da mistura em outras localidades, garantindo assim a continuidade do abastecimento”, informou a ANP.

Segundo a agência, a situação no Rio Grande do Sul continua sendo monitorada, e foi determinado que os distribuidores da região reportem, diariamente, os dados de movimentação dos combustíveis, incluindo o detalhamento do porcentual de mistura adotado.

“A agência vem ainda realizando um trabalho diário em campo, verificando bases de distribuição, postos de combustíveis e revendas de GLP (gás de cozinha) para obter um panorama da situação do abastecimento de combustíveis no Estado”, disse a ANP.

A chegada de combustíveis nos postos de abastecimento nas áreas afetadas por enchentes no Rio Grande do Sul cresce gradativamente, segundo informe do Instituto Brasileiro do Petróleo e Gás (IBP), a partir da melhoria na operação das bases da região de Canoas/Esteio, aumentando a disponibilidade de produtos.

De acordo com o IBP, a logística de entrega vem se adaptando às mudanças de consumo, já que muitas pessoas se deslocam para o litoral, reduzindo o consumo na capital.

“Muitos postos estão completamente alagados e só saberemos a extensão dos problemas na infraestrutura destas instalações quando a água baixar”, explica a entidade em seu boletim diário sobre a situação do setor durante a tragédia.

O estado do Rio Grande do Sul está em calamidade pública, devido ao aumento do nível do rio Guaíba, que inundou parte da cidade de Porto Alegre. O nível do Guaíba está estável neste momento, e é esperado algum decréscimo ao longo do dia de hoje, avalia o IBP.

Segundo o boletim, as chuvas retornaram na sexta-feira para a capital e o norte do Estado, e devem permanecer com probabilidade de alta até o início da próxima semana. As regiões de Rio Grande e Pelotas no sul do estado seguem com atenção para possíveis alagamentos.

“O Governo do Estado tem trabalhado de forma rápida para desobstrução e restabelecimentos das vias, porém as rotas ainda demandam atenção no que tange à segurança para o transporte e ao fluxo intenso e lento de caminhões”, diz o IBP.