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Anielle Franco se filia ao PT, acirrando disputa por vice de Paes no Rio

Apesar de a filiação no Rio marcar um avanço na articulação para que Anielle chegue nas eleições como vice de Paes, isso não encerra a discussão.

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02 de abril de 2024
Vinicius Palermo
Anielle Franco se filia ao PT, acirrando disputa por vice de Paes no Rio
A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco

Uma das cotadas para ocupar a posição de vice na chapa liderada pelo prefeito Eduardo Paes (PSD), que busca a reeleição à Prefeitura do Rio, a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, vai se filiar ao PT na terça-feira, 2

O evento contará com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, uma das principais apoiadoras da indicação de Anielle para vice de Paes.

Apesar de a filiação no Rio marcar um avanço na articulação para que Anielle chegue nas eleições como vice de Paes, isso não encerra a discussão. De um lado, ainda não há consenso no PT quanto à indicação da ministra. De outro, parte do PSD defende uma chapa puro-sangue para a disputa na capital fluminense. Além disso, o PDT também pleiteia a posição de vice.

Irmã da vereadora Marielle Franco (PSOL), morta em 2018, Anielle é a aposta do PT para aumentar o peso da sigla no Rio de Janeiro. Dentro do partido, existe a avaliação de que a ministra poderá ser uma importante puxadora de votos em 2026, por exemplo. Para este ano, contudo, o nome de Anielle já é cotado para a vice de Paes, tendo Janja como uma das principais defensoras da indicação.

Em novembro de 2023, a ministra e a primeira-dama trabalharam juntas para entregar a Lula nomes de juízas negras para indicação à vaga deixada por Rosa Weber no Supremo Tribunal Federal (STF). O presidente acabou indicando seu ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, ao cargo.

Perguntada se tem interesse em concorrer ao cargo de vice-prefeita, Anielle disse que está focada na gestão do Ministério da Igualdade Racial neste momento. “Por ora, quero fortalecer mulheres e homens negros e periféricos nessas eleições e o PT será o caminho pra isso”, acrescentou sobre as eleições no Rio.

O evento de filiação da ministra ocorreu às 18h no Circo Voador, localizado na Lapa, região central do Rio. Antes de comparecer ao evento, Lula participou da inauguração de um instituto de matemática com Paes. Durante a agenda conjunta, o presidente e o prefeito discutiram uma aliança em gestação para as eleições de outubro deste ano.

Para pavimentar seu caminho rumo à reeleição, quando deverá enfrentar um candidato da direita bolsonarista, Paes aposta, desde a campanha presidencial de 2022, na volta da aliança com o presidente Lula, que no passado já garantiu recursos para as obras da Olimpíada de 2016, para se fortalecer na base progressista do Rio.

Embora espere contar com o apoio de Lula na disputa, Paes ainda não definiu quem será o candidato a vice-prefeito em sua chapa. Uma ala do partido do prefeito defende a tese de chapa puro-sangue, argumentando que, caso seja reeleito, Paes será o candidato natural do PSD para o governo do Estado. Assim, o vice eleito em 2024 vai assumir à Prefeitura dois anos depois. Para membros do PSD, não faz sentido vencer a disputa e entregar o comando do Rio para outro partido.

Os cotados para formar uma chapa puro sangue com Paes são o deputado federal Pedro Paulo, presidente estadual do PSD; o secretário de Saúde, Daniel Soranz, que é deputado federal licenciado; e o deputado estadual Claudio Caiado.

Membro da base aliada, o PDT também deseja ocupar a vice de Paes. O presidente nacional licenciado da sigla, ministro Carlos Lupi (Previdência Social e Trabalho), afirmou que sugeriu o nome da ex-delegada e deputada estadual Martha Rocha (PDT) para ser a vice na chapa do prefeito Eduardo Paes. Segundo Lupi, caso Paes não aceite a proposta, o PDT irá lançar Martha como candidata à Prefeitura do Rio.