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Alckmin trata de parcerias com a China e revitalização da OMC

A reforma da OMC é um dos quatro temas sobre os quais o grupo de comércio e investimentos do G20

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23 de outubro de 2024
Vinicius Palermo
Alckmin trata de parcerias com a China e revitalização da OMC
O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), Geraldo Alckmin, se reuniu nesta quarta-feira, 23, com o vice-ministro de Comércio da China (MOFCOM), Wang Shouwen

O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), Geraldo Alckmin, se reuniu nesta quarta-feira, 23, com o vice-ministro de Comércio da China (MOFCOM), Wang Shouwen, ocasião na qual debateram as relações comerciais e econômicas entre os dois países. Segundo a Pasta comandada por Alckmin, ambos se comprometeram a somar esforços pela revitalização da Organização Mundial do Comércio (OMC).

A reforma da OMC é um dos quatro temas sobre os quais o grupo de comércio e investimentos do G20, que se reúne nesta semana em Brasília, busca construir consenso para ser levado à cúpula que acontece em novembro.

O encontro bilateral com a China também serviu para os países reforçarem o interesse em buscar sinergias em políticas de desenvolvimento, investimento e integração, afirmou o Mdic. Entre os temas tratados estão parceria na indústria aeronáutica, investimento na indústria automotiva, defesa comercial, comércio eletrônico e tecnologia agrícola.

Na semana passada, uma comitiva de negociadores brasileiros foi a Xangai para tentar fechar um “acordo de impacto” com o país a ser anunciado durante a visita do líder do gigante asiático ao Brasil.

A reunião que aconteceu com a China integra uma série de bilaterais com representantes internacionais que Alckmin tem nesta semana. De segunda a quinta, Brasília é palco de encontros da área de comércio e investimentos do G20, discussões que culminarão numa reunião de ministros de Comércio do grupo na quinta-feira, liderada por Alckmin.

A França apresentou nesta quarta-feira, 23, também interesse em oportunidades de negócios com o Brasil em quatro áreas: investimentos franceses em energia renovável no Nordeste, colaboração com laboratório de inteligência artificial brasileiro, aquisição de helicópteros para defesa civil e aérea brasileira e colaboração no complexo industrial da saúde com a produção de vacinas. O relato é do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), cujo secretário-executivo, Márcio Elias Rosa, esteve reunido com a delegação do país europeu liderada pela ministra delegada do Comércio Exterior e dos Franceses Estrangeiros, Sophie Primas.

“Brasil e França têm uma parceria histórica, uma relação de colaborações do ponto de vista econômico e político, que significa muito para nós e da qual não abrimos mão”, disse Elias Rosa em nota divulgada pela pasta sobre o encontro, que acontece em meio a uma série de reuniões bilaterais do secretário e do vice-presidente e ministro do MDIC nesta semana.

O número 2 de Alckmin também pediu apoio à delegação francesa para que o acordo entre Mercosul e União Europeia chegue a uma conclusão. A resistência da França, governada por Emmanuel Macron, é um dos desafios políticos para a conclusão do acordo comercial, o que já foi vocalizado diversas vezes pelo presidente francês.

No início de outubro, Macron disse que não pode apoiar a proposta porque, em sua avaliação, a abertura seria prejudicial para a produção interna francesa, sobretudo a agricultura e a indústria local.

Na reunião com o MDIC nesta quarta, Primas afirmou que o tema é sensível para a França, e informou que levará o apelo brasileiro a Emmanuel Macron, de acordo com a pasta comandada por Alckmin.

“Acreditamos ser muito importante para os nossos dois países, num momento tão conflagrado das relações internacionais, que cheguemos a um alinhamento que permita a conclusão desse acordo e mostre ao mundo a possibilidade de encontrarmos um caminho benéfico para todos”, argumentou Elias Rosa.

Ainda segundo a pasta, em resposta às demandas para investimentos apresentadas pela delegação francesa, o secretário-executivo apresentou os avanços feitos pelo Brasil no que diz respeito à transição energética e as oportunidades de negócios derivadas delas, em campos como a produção de energia por eólicas offshore e de hidrogênio verde.