Economia
Custo Brasil

Alckmin diz que reforma é importante para maior abertura da economia

O vice-presidente afirmou que o juro é elevado, mas está em queda e precisa cair mais porque custo de capital faz parte do custo Brasil.

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22 de dezembro de 2023
Alckmin diz que reforma é importante para maior abertura da economia
Foto: Jose Cruz - Agência Brasil

O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, disse em entrevista ao Canal Um da FecomercioSP que o Brasil continua sendo uma economia fechada, mas que já abriu bastante. Afirmou também que, por meio do Mercosul, já há acordos com Israel, Palestina, Egito e acordos bilaterais com a Índia, países europeus.

“Mas precisa abrir mais. Eu defendo a abertura. Agora, nós precisamos reduzir o custo Brasil. E aí não tem bala de prata, não tem uma coisa só. Tem uma sequência de tarefas e uma delas é a questão tributária que está sendo endereçada com a aprovação da reforma. Tudo está sobre um tripé importante: juros, câmbio e imposto”, pontuou Alckmin. O câmbio, segundo ele, está bom. Para o ministro, um câmbio de R$ 4,90, R$ 5,00, R$ 4,80, R$ 5,10 é competitivo e ajuda a exportação.

“É só não variar muito. O juro é elevado, mas está em queda e precisa cair mais porque custo de capital faz parte do custo Brasil. E no imposto não dá para reduzir a carga tributária agora, mas dá para simplificar e desonerar a indústria, que está super tributada. A indústria de manufatura é 11% do PIB e 30% do pagamento de impostos. Então é importante alavancar a indústria porque ela está na ponta da inovação”, disse Alckmin.

O vice-presidente da República, ao falar sobre o arcabouço fiscal, reiterou que é preciso o governo continuar a trabalhar pela meta de déficit zero ano que vem e para que nos próximos anos já possa ter pequenos superávits consecutivos. “É uma tarefa com duas vertentes. Numa nós precisamos melhorar a relação dívida/PIB. Uma tarefa é fazer o PIB crescer. O presidente Lula, lá trás, quando pegou o País, tinha uma dívida de 70% do PIB e quando entregou o País a dívida era de 40%. Isso foi porque o PIB cresceu”, observou Alckmin.

De acordo com o ministro, por um lado é necessário fazer a economia crescer e de outro, melhorar a questão fiscal, com redução de gastos públicos, e melhorar a eficiência na arrecadação. “A dificuldade que se tem hoje e que não se tinha há 30 anos era que lá atrás é que tínhamos meia dúzia de partidos políticos. Quando Franco Montoro foi eleito governador de São Paulo, não teve 50% dos votos, mas como não tinha segundo turno, levou no primeiro. O MDB, que era o partido dele, entre 84 deputados tinha 42. Então você governava com um partido. Hoje o presidente Lula teve mais de 50% dos votos, eleição em segundo turno. Os 14 partidos que o apoiaram, juntos elegeram 149 deputados em 513. Isso é falta da reforma política”, disse Alckmin.

De acordo com ele, essa quantidade de partidos vai ser reduzida com o tempo porque a cláusula de desempenho vai apertando cada vez mais. “São 30 partidos e não tem 30 ideologias, o que tem é cartório. Então tem essa dificuldade a mais, mas o presidente Lula tem dialogado e vamos avançando”, ponderou o ministro e também vice-presidente da República.

Para Alckmin, não é fácil, mas pode se chegar ao déficit zero no ano que vem. “A ciência econômica não é absoluta. Os melhores economistas e instituições do País diziam que o País ia crescer menos de 1% este ano e vamos crescer quase 3%. Então você tem muitas questões que não controla. Por isso você tem que ter a meta. Tem um conjunto de fatores que ninguém consegue adivinhar”, avaliou Alckmin acrescentando que se ocorrer um boom de commodities, por exemplo, o Brasil pode até ultrapassar a meta fiscal. “Mas temos que ter como meta zerar o déficit porque isso é importante até para a política monetária”, disse.