O número de deslocamentos na Somália alcançou um novo recorde chegando a 3,8 milhões de pessoas, segundo a Organização Internacional para Migrações, OIM.
A agência da ONU conta com investimentos de doadores para evitar mais deslocamentos e lidar com a situação deixada pela seca e pelo conflito.
A OIM alerta que a combinação de riscos climáticos e conflitos deve ampliar as necessidades atuais, agravadas após cinco estações chuvosas consecutivas, abaixo da média, e uma sexta projetada no início deste ano.
De acordo com as estimativas, aproximadamente 300 mil pessoas poderão ser deslocadas até julho e buscar refúgio nas principais cidades e vilarejos, particularmente em Baidoa, e na capital Mogadíscio.
A vice-diretora-geral da OIM, Ugochi Daniels, ressalta que a maioria dos recém-deslocados pode nunca mais retornar à casa e a insegurança só aumentará à medida que a cresce a competição pelos recursos já escassos.
Segundo ela, famílias inteiras nascerão e crescerão em assentamentos informais em condições de vida inadequadas. Assim, a recomendação da representante da agência é investir nos locais de origem para promover a resiliência e evitar que novos deslocamentos.
Ugochi Daniels avalia que é importante dar atenção aos serviços básicos, trabalhando na coesão e estabilidade social, bem como na governança, sistema de justiça e adaptação às mudanças climáticas, reunindo as comunidades com o governo e a diáspora.
Os projetos da OIM buscam melhorar seu acesso a áreas produtivas e habitação de longo prazo, serviços sociais por meio de um processo de planejamento inclusivo com autoridades e comunidades locais, estabelecendo as bases para o planejamento de desenvolvimento de longo prazo.
Em áreas afetadas por violência e conflito, a agência da ONU também promoveu sistemas de justiça liderados por mulheres e treinou comunidades para administrar recursos naturais de forma mais sustentável.
Também há projetos de reabilitação de escolas e iniciativas para construir sistemas de governança mais fortes, como em Marka, um enclave histórico no sul da Somália caracterizado por conflitos.
Para a vice-diretora-geral, há muito potencial na diáspora da Somália e as iniciativas de políticas nacionais receberão apoio para maximizar o envolvimento dessas pessoas, sustentado nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável para o povo somali.
Ela conclui avaliando que os investimentos precisam evitar o deslocamento atual e futuro e atender às necessidades crescentes de maneira mais sustentável para alcançar soluções para o desenvolvimento.