Economia
Atrasos

AES Brasil prevê que Tucano e Cajuína 1 devem estar 100% operacionais nos próximos meses

O presidente da companhia, Rogério Jorge, disse na sexta-feira, 4, que Tucano alcançou, no encerramento de junho, um avanço de 99%

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04 de agosto de 2023
Vinicius Palermo
AES Brasil prevê que Tucano e Cajuína 1 devem estar 100% operacionais nos próximos meses
O presidente da companhia, Rogério Jorge

Os projetos atualmente em instalação pela AES Brasil – Tucano, na Bahia, e Cajuína, no Rio Grande do Norte – avançaram de maneira importante ao longo dos últimos meses, com o complexo baiano previsto para estar 100% em operação comercial durante o terceiro trimestre e a fase 1 de Cajuína no mesmo status até o fim do ano.

O presidente da companhia, Rogério Jorge, disse na sexta-feira, 4, que Tucano alcançou, no encerramento de junho, um avanço de 99%, com 35 das 52 turbinas em operação, mas todas as estruturas já montadas e 48 já comissionadas. “A previsão é que o projeto esteja 100% operacional no terceiro trimestre”, disse, durante teleconferência sobre os resultados do segundo trimestre realizada na manhã de sexta-feira.

O projeto, de 322 MW de capacidade, tem sua energia comercializada em contratos de longo prazo e registrou atrasos em relação ao cronograma original previsto – para algumas turbinas, de mais de um ano. Mas os custos desse adiamento são cobertos no contrato com o fornecedor. Somente no segundo trimestre, a empresa contabilizou R$ 27 milhões em compensações.

Os atrasos refletem problemas nas turbinas contratadas da Siemens Gamesa, e não são exclusividade desse parque. Há no setor de energia diversos relatos de problemas com essas turbinas em projetos de outros geradores no Brasil e exterior.

Jorge disse que os equipamentos instalados passaram por “análise cuidadosa e reavaliação” e problemas identificados foram corrigidos. Adicionalmente, comentou que foram instalados sensores de vibração em todas as pás de cada turbina, de forma a permitir um acompanhamento em tempo real, uma solução que ainda não é usual no mercado. “Isso foi feito para garantir controle mais efetivo das operações”, comentou.

O Complexo Cajuína, no Rio Grande do Norte, soma 684 MW divididos em duas fases, sendo que a primeira, de 314 MW, também está com obras adiantadas, com 97% de evolução. Neste caso, das 55 turbinas, 20 estavam em operação ao fim do primeiro semestre e 44 prontas para comissionamento. A expectativa da empresa é que esteja 100% operacional até o final do ano.

Já a fase 2, de 370 MW, registrou em junho evolução de 63%. A estimativa é que o parque inicie sua operação comercial no segundo semestre, com conclusão no primeiro trimestre de 2024.

A AES Brasil investe há quase 25 anos no Brasil e é uma geradora de energia elétrica 100% renovável. Possui portfólio diversificado, com capacidade instalada de 4,2 GW em operação e mais de 1,0 GW em construção.

Adicionalmente, a AES Brasil deu início à construção do Complexo Solar AGV VII em um território adjacente aos complexos solares Boa Hora e Água Vermelha, em operação desde 2019. O projeto possui capacidade instalada de 33 MW, Capex projetado de R$ 179 milhões e entrada em operação no 3T24.

A receita decorrente da geração hídrica está relacionada à estratégia de alocação de energia adotada pela companhia, e não diretamente ao seu volume de geração, uma vez que as hidrelétricas fazem parte dos complexos em construção.

Para 2023, a AES Brasil adotou a estratégia de seguir à alocação do MRE entre os meses do ano. As usinas da companhia representam, aproximadamente, 2% de toda a garantia física hídrica que compõe o MRE.

O despacho das usinas hidrelétricas pertencentes ao MRE é determinado pelo Operador Nacional do Sistema (ONS) e foi maior no 2T23 e 1S23, em comparação aos mesmos períodos de 2022, em decorrência dos níveis de reservatórios mais altos no período.

A afluência média do SIN foi de 85,0% da MLT1 no 2T23 e 96,6% no 1S23 (vs. 103,3% no 2T22 e 71,8% no 1S22). Como resultado de um longo período com chuvas próximas à MLT, os reservatórios do Brasil registraram altos níveis de volume útil nos períodos (média de 87,2% no 2T23 e 83,3% ao longo do 1S23), acima da média dos mesmos períodos do ano anterior (74,0% no 2T22 e 67,3% no 1S22) e da média histórica dos últimos 10 anos.

De acordo com dados do ONS, a carga média de energia do SIN atingiu 68,9 GWm no 2T23 e 71,4 GWm no 1S23, aumentos de 1,1% e 0,5% vs. 2T22 e 1S22, reflexo da retomada gradual da atividade econômica.