O Banco Mundial antecipa que o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil irá crescer aproximadamente 0,8% este ano, enquanto estima que o crescimento em 2022 tenha sido de 2,9%. Semelhante a outros países da América Latina e do Caribe, parte do motivo pelo qual o aumento do Brasil não é mais alto se dá pelo fato de que os altos impostos e a má estabilidade econômica tornam o mercado “menos atraente para investidores”.
Em relatório, o Banco Mundial explica que seria interessante o País considerar “reshoring” e “nearshoring” quanto a sua produção, com o objetivo de tentar aumentar a competitividade da indústria brasileira enquanto problemas estruturais e de impostos pesados persistirem. Tanto para 2024 quanto para 2025, o Banco Mundial prevê que o crescimento do PIB brasileiro será de 2%.
O Banco Mundial avalia que as economias da América Latina e Caribe devem ter um crescimento médio do PIB por volta de 1,4% em 2023, que é abaixo do esperado para a região. “Taxas de crescimento de 2,4% são esperadas para 2024 e 2025, mas isso ainda é muito baixo para reduzir significativamente a pobreza”, argumenta a instituição.
Em relatório, o Banco Mundial explica que as economias da América Latina e do Caribe têm se mostrado “relativamente resilientes” aos estresses de aumento de dívidas, inflação e incerteza no mundo todo. Porém, atualmente, os principais fatores que tornam a situação dessas economias mais complicada são as altas taxas de juros e a recuperação “não estável da China”, além dos preços de commodities mais baixos.
“Os países precisam preservar sua resiliência duramente conquistada e aproveitar as oportunidades globais únicas que o comércio oferece”, diz o relatório.
Entre essas oportunidades o Banco Mundial lista trazer a produção mais perto dos próprios mercados locais e aumentar sua atividade com a indústria verde. A análise declara que a região precisa “urgentemente acelerar o desenvolvimento inclusivo”, mantendo uma maior estabilidade macroeconômica com o objetivo de aumentar as chances de que os benefícios sejam “aproveitados por todos” de forma mais igualitária.
O Banco Mundial estima que a economia do México registre crescimento de 1,5% em 2023, enquanto a Argentina deve enfrentar estagnação e o Chile sofrer uma contração de 0,7% em seu PIB no ano atual.
No caso mexicano, o Banco Mundial ainda estima crescimento de 1,8% em 2024 e de 2,0% em 2025.
O órgão também chama a atenção para o fato de que há fuga de capital em boa parte dos países em desenvolvimento, inclusive na América Latina e no Caribe, com retornos mais altos no G7, mas o México aparece como “notável exceção” nesse movimento.
O país tem registrado um crescimento nos fluxos de investimento estrangeiro direto de quase 40% ao longo de dez anos, enquanto na América do Sul houve recuo de 8,6% na mesma comparação.
A entidade ainda destaca o fato de que houve piora na perspectiva econômica para Chile, Argentina e Colômbia, na região da América Latina e do Caribe, enquanto as projeções para Brasil e México “têm se estabilizado” e o Peru tem crescimento previsto maior, de 2,1% em 2023.
Para a Argentina, a projeção é de alta de 2,0% do PIB em 2024 e que o mesmo resultado se repita em 2025. Já no caso chileno, após a contração estimada para 2023, deve haver crescimento de 2,1% em 2024 e avanço de 2,2% em 2025.
O Banco Mundial projeta ainda que haverá uma “reversão na política monetária” da América Latina e do Caribe. Na avaliação da entidade, conforme os níveis de inflação diminuem, “como nos casos de Brasil, Chile, México e Peru”, o histórico sugere essa mudança na postura da política monetária, “conforme os países começam a lidar com questões da demanda contida, relaxando o aperto monetário”. O Chile e o Brasil “já anunciaram pausas em mais altas de juros”, diz o Banco Mundial.
No caso do Brasil, porém, há um debate em andamento, com pressão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva por cortes nos juros, enquanto o BC mantém sinalização hawkish. O Banco Mundial diz que, embora a região “não esteja fora de dificuldades inflacionárias e mais choques adversos possam ser esperados”, a América Latina e o Caribe “estão muito distantes das inflações de décadas passadas”.