Economia
Preços baixos

Usiminas registra lucro líquido de R$ 185 milhões

A companhia também reverteu o Ebitda ajustado, com uma cifra de R$ 426 milhões. No terceiro trimestre do ano passado, o indicador ficou negativo em R$ 20 milhões.

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25 de outubro de 2024
Vinicius Palermo
Usiminas registra lucro líquido de R$ 185 milhões
A receita líquida, por sua vez, cresceu 2% ano contra ano, atingindo R$ 6,817 bilhões

A Usiminas registrou lucro líquido de R$ 185 milhões no terceiro trimestre de 2024, revertendo assim o prejuízo de R$ 166 milhões reportado no mesmo período de 2023.

A companhia também reverteu o Ebitda ajustado, com uma cifra de R$ 426 milhões. No terceiro trimestre do ano passado, o indicador ficou negativo em R$ 20 milhões. A margem Ebitda ajustada foi de 6%, aumento anual de 6,5 pontos porcentuais.

A receita líquida, por sua vez, cresceu 2% ano contra ano, atingindo R$ 6,817 bilhões. Segundo a companhia, o resultado reflete o aumento da receita líquida na unidade de siderurgia, que cresceu 8% no trimestre, com destaque para o avanço de 10% das vendas no mercado doméstico.

O resultado financeiro da companhia ficou em R$ 55,8 milhões negativos no terceiro trimestre. No mesmo período do ano passado, a cifra somou R$ 97,8 milhões positivos.

O capex da Usiminas somou R$ 202 milhões entre julho e setembro, o que representa recuo anual de 77% e trimestral de 13%.

Apesar do maior volume de vendas, os números foram fortemente impactados pelo aumento das importações de aços laminados, especialmente da China, o que pressionou os preços no mercado.

“Não é novidade que a Usiminas, assim como toda a indústria siderúrgica brasileira, está passando por um momento desafiador. Os elevados níveis de importação de aço proveniente principalmente da China, que chegam até o país com preços artificialmente baixos, abaixo do custo em alguns casos, criam uma concorrência desleal com o aço nacional”, comenta Marcelo Chara, presidente da Usiminas.

O executivo reforça a importância de uma ação do governo brasileiro para garantir isonomia de competição. “O México recentemente aumentou a tarifa de importação para 25%. Em comparação, a tarifa de importação do Brasil está em 10,8%. Isso leva a uma invasão de produto porque outros mercados se fecharam para a concorrência desleal, enquanto o Brasil continua aberto”, afirma.

O investimento do 3T23 totalizou R$ 886 milhões, destinado, principalmente, à reforma do Alto Forno 3 da Usina de Ipatinga, maior investimento da companhia no ano. Com a conclusão das obras, a Usiminas prepara o equipamento para a entrada em operação. “É um trabalho cuidadoso para retomar com segurança e cuidado com o meio ambiente. Foi uma obra complexa e que trará muitos benefícios e competitividade para a Usiminas. O Alto Forno 3 tem diversas melhorias de tecnologia que melhoram o desempenho, impactando em custos e na redução de emissão por tonelada produzida”, destaca Chara.

Entre os ganhos esperados estão o aumento da produtividade, com a redução de consumo de combustível e carga metálica, e diminuição das emissões de carbono. Esses ganhos serão percebidos no primeiro trimestre de 2024, após o período de ramp-up para estabilização operacional do equipamento.

Além do Alto-Forno 3, que agrega melhorias ambientais em sua nova configuração, outra medida realizada na Usina de Ipatinga com foco na  performance ambiental foi a paralisação da Coqueria 3, que também contribuiu para a redução de custos, um dos principais focos da gestão.

O presidente ressalta que o cenário do mercado, pode impactar na produção da companhia. Ao invés de um retorno à plena carga na Usina de Ipatinga, a Usiminas irá analisar o cenário e sua configuração produtiva, podendo abafar um de seus altos-fornos menores, como forma de adequação à demanda atual.

“Sem medidas concretas, o mercado continuará sofrendo com o aumento da concorrência, podemos ter que abafar um dos fornos menores. Não poderemos operar com toda a nossa capacidade. Já em 2023, deixamos de abrir 600 vagas de trabalho pela concorrência chinesa”, explica o executivo.