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Alckmin diz que é fundamental apoio técnico e financeiro de economias desenvolvidas

De acordo com Alckmin, o G20 tem a oportunidade de liderar discussões que integrem o desenvolvimento sustentável, a transição para uma economia circular, com compromissos renováveis

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24 de outubro de 2024
Vinicius Palermo
Alckmin diz que é fundamental apoio técnico e financeiro de economias desenvolvidas
O vice-presidente e titular do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin

Na mesma toada que outros países emergentes vêm defendendo durante reuniões multilaterais, o vice-presidente e titular do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, disse na manhã desta quinta-feira, 24, que é fundamental apoio técnico e financeiro de economias desenvolvidas para se chegar a um mundo mais justo.

“Como expressou o filósofo Hans Jonas, no princípio da responsabilidade é fundamental que as economias mais avançadas colaborem com o apoio técnico e financeiro para que os países em desenvolvimento possam acompanhar as transições que os tempos atuais exigem, sobretudo para a inclusão social e o enfrentamento da emergência climática”, afirmou ele, durante abertura da reunião ministerial de Comércio e Investimentos do grupo das 20 maiores economias do mundo (G20), que ocorre em Brasília.

Neste cenário, de acordo com ele, o G20 tem a oportunidade de liderar discussões que integrem o desenvolvimento sustentável, a transição para uma economia circular, com compromissos renováveis, com a sustentabilidade social e ambiental e a promoção do desenvolvimento sustentável. “Não é apenas uma prioridade, mas uma responsabilidade coletiva que transcende fronteiras e transcende gerações”, considerou. “Sabemos que apenas o crescimento econômico equilibrado e inclusivo poderá ser um poderoso motor e transformação, ajudando a reduzir desigualdades e promover prosperidade em todas as regiões do mundo.”

A cooperação internacional, continuou o ministro, é a chave para garantir que nenhum país seja deixado para trás. “O Brasil acredita firmemente que o G20 pode ser o catalisador desse progresso, impulsionando novos arranjos comerciais que garantam em todos os continentes a complementariedade e a integração econômica”, defendeu, acrescentando que o cálculo da pegada de carbono e a eliminação de barreiras unilaterais no comércio são medidas prioritárias e, quando adotadas, permitirão que o comércio e os investimentos sejam os motores do desenvolvimento sustentável.

Alckmin afirmou também que o governo brasileiro convida todos a adotarem medidas cada vez mais efetivas para a inclusão de segmentos historicamente subrepresentados no comércio global, como o das mulheres. “No Brasil, o presidente Lula (Luiz Inácio Lula da Silva) definiu como prioritária a adoção de medidas que incentivam a participação das mulheres nas exportações, proporcionando treinamento, mentoria e acesso à rede de negócios internacionais”, citou.

Ele voltou a defender a reforma da Organização Mundial do Comércio (OMC) em um fórum internacional. É crucial que sejam criados ambientes de negócios que não apenas atraiam investimentos estrangeiros, mas que garantam segurança jurídica e previsibilidade econômica. “Nessa mesma linha, destaco mais uma vez o compromisso do Brasil com o fortalecimento de um sistema multilateral de comércio que defende uma reforma e a modernização da Organização Mundial do Comércio, que assegure que as questões do próprio desenvolvimento que aqui defendemos e que permaneçam centrais para todos os países”, afirmou. “Apoiamos, assim, um sistema multilateral do comércio, capaz de contribuir para um comércio global mais justo, inclusivo e eficaz”, continuou.

O vice-presidente disse ter “plena confiança” de que as discussões do G20, voltadas pela cooperação e pelo compromisso com o bem comum, resultarão em avanços significativos para o comércio e o investimento globais. “O G20 tem uma responsabilidade única em liderar esse processo e juntos poderemos alcançar os melhores resultados”, avaliou.

Alckmin voltou a falar da importância de políticas que incentivem a participação de mulheres no comércio, argumentando ser uma prática essencial para que se possa ampliar as oportunidades econômicas e criar um ambiente de negócios mais inclusivo e diverso.

“Todos nós temos a responsabilidade de garantir que mulheres em todas as partes do mundo tenham acesso equitativo às oportunidades que o comércio global pode oferecer. Os acordos de investimento, por sua vez, devem estar alinhados com os princípios do desenvolvimento sustentável e atuarem com energia para que isso ocorra.”