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G20 injetará R$ 432,5 milhões na economia do Rio

Desse total, 13 iniciativas estão diretamente relacionadas ao G20, com um impacto estimado de R$ 32,6 milhões, além de uma arrecadação de R$ 1,6 milhão em Imposto sobre Serviços (ISS).

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21 de outubro de 2024
Vinicius Palermo
G20 injetará R$ 432,5 milhões na economia do Rio
O G20 é um fórum de cooperação econômica internacional que reúne os países mais desenvolvidos e emergentes para debater temas relacionados à estabilidade econômica global.

Levantamento da fundação Visit Rio mostra que, em novembro próximo, quando a cidade sediará a cúpula do G20, o Rio de Janeiro terá 41 eventos que devem injetar R$ 432,5 milhões na economia local.

Desse total, 13 iniciativas estão diretamente relacionadas ao G20, com um impacto estimado de R$ 32,6 milhões, além de uma arrecadação de R$ 1,6 milhão em Imposto sobre Serviços (ISS). O Visit Rio é uma fundação privada mantida com recursos de seus 240 associados, que vão de redes de hotéis a shoppings e restaurantes. 

O G20 é um fórum de cooperação econômica internacional que reúne os países mais desenvolvidos e emergentes para debater temas relacionados à estabilidade econômica global.

Entre os destaques de novembro figuram a Cúpula Social, o Giga Workshop Mural do Clima, a Cúpula Urban 20, o I Fórum de Planejamento Municipal: Cidades Sustentáveis, a Cúpula Oceans 20, a Conferência de Segurança de Munique e os encontros do Think Tanks T20.

A pesquisa também aponta crescimento no setor de promoções do Rio de Janeiro entre 2023 e 2024. Este ano, foram realizados, até agora, 414 eventos, um aumento de 28,17% na comparação com os 323 de 2023. A receita gerada cresceu de forma expressiva, superando R$ 6,42 bilhões, o que representa alta de 12,27% em relação a 2023.

A projeção do Visit Rio abrange despesas com hospedagem, alimentação, transporte e atrativos, mas não inclui outros fatores, como a geração de empregos e ganhos de fornecedores, entre outros aspectos.

Para o presidente-executivo do Visit Rio, Carlos Werneck, esses números refletem a posição consolidada do Rio como um dos principais destinos para eventos no Brasil.

Para ele, a expectativa é que os números sejam ainda melhores a partir do G20. “Esses resultados mostram o impacto positivo do setor de eventos na economia local, fortalecendo a cidade como um polo de negócios e entretenimento. A expectativa é que o G20 impulsione ainda mais essa visibilidade do Rio e contribua para um futuro ainda mais promissor”, finalizou Werneck.

Brasília será sede nesta semana de reuniões do G20 relacionadas aos temas de comércio e investimentos, agenda que inclui o encontro de ministros do Comércio, que acontece na quinta-feira, 24, e será presidido pelo vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin. Na reunião, os ministros das principais economias do globo vão encerrar discussões travadas ao longo do último ano e buscarão consenso em quatro temas prioritários de suas áreas.

São eles comércio e desenvolvimento sustentável; mulheres e comércio internacional; desenvolvimento sustentável em acordos de investimento; e reforma da Organização Mundial do Comércio (OMC). O documento que resultará do encontro será levado à Cúpula do G20, em novembro.

O tópico considerado mais desafiador pelo governo é de comércio e desenvolvimento sustentável. O MDIC, comandado por Alckmin, pontua que, embora haja divergência entre os países do G20, o grupo aceitou discutir a formulação dos princípios, em reunião realizada em junho, e desde então vem trabalhando neste documento. “O Brasil propõe que membros do G20 adotem um conjunto de princípios que devem orientar a elaboração e a implementação de medidas de desenvolvimento sustentável relacionadas ao comércio internacional”, afirmou a pasta.

A secretária de Comércio Exterior do MDIC, Tatiana Prazeres, classificou o tema como o mais ambicioso. “O nosso objetivo não é apontar o dedo, mas olhar para a frente e viabilizar um consenso a respeito de princípios que deveriam nortear a adoção de medidas que estão nessa interseção entre comércio e desenvolvimento sustentável”, disse ela.

No tópico de desenvolvimento sustentável em acordos de investimento, o grupo deve recepcionar como documento referência para os países um estudo que mapeia cláusulas de desenvolvimento sustentável e facilitação de investimentos em acordos internacionais de investimento (IIAs). O texto foi encomendado pela presidência brasileira à Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (Unctad).
Já o ponto de promoção da participação das mulheres no comércio internacional deve resultar num “Compêndio de Boas Práticas do G20 para Aumentar a Participação das Mulheres no Comércio Internacional”. O objetivo é que esse documento sirva como guia para os países interessados em remover barreiras e aumentar a inclusão feminina no comércio global, disse o Mdic.

“No que se refere à OMC, o grupo deve reforçar o consenso em relação à reforma da instituição e ao fortalecimento do sistema multilateral, com foco na promoção de um comércio justo e sustentável”, concluiu a pasta sobre as expectativas para a semana.

A programação já começa nesta segunda-feira, 21, com as últimas reuniões do grupo de trabalho de Comércio e Investimentos do G20 sob presidência brasileira, que se estendem até terça-feira, 22
De acordo com o MDIC, serão 37 países representados nos encontros desta semana.

No total, mais de 200 delegados de membros do G20, países e organizações internacionais convidados participarão das discussões. Já estão confirmados nomes como o Comissário de Comércio da União Europeia, Valdis Dombrovskis; a Representante para o Comércio dos Estados Unidos, Katherine Tai; o Negociador Chefe para Temas Comerciais da China, Wang Shouwen; e a Diretora-Geral da Organização Mundial do Comércio, Ngozi Okonjo-Iweala. Para quarta-feira, 23, estão previstas reuniões bilaterais.
Já na sexta-feira, 25, após o encontro ministerial, haverá em São Paulo a Cúpula do B20 com a presença de ministros e lideranças empresariais dos países do G20.