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MDIC lança plataforma para consulta de investimentos estrangeiros diretos

A plataforma InvestVis, de acordo com a Pasta, oferece informações sobre fluxos e estoques desse investimento de longo prazo desde o início das séries históricas.

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16 de outubro de 2024
Vinicius Palermo
MDIC lança plataforma para consulta de investimentos estrangeiros diretos
O vice-presidente e ministro da Pasta, Geraldo Alckmin

O Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) lançou nesta quarta-feira, 16, ferramenta que permite uma consulta de dados sobre Investimentos Estrangeiros Diretos (IED) concretizados no Brasil e no mundo. A plataforma InvestVis, de acordo com a Pasta, oferece informações sobre fluxos e estoques desse investimento de longo prazo desde o início das séries históricas.

O instrumento consolida dados de fontes primárias diversas, como da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (Unctad), do International Trade Centre (ITC) e do Banco Central brasileiro. Sua atualização depende, portanto, das atualizações dessas bases originárias, observou o MDIC.

“A interface de visualização permite que os interessados explorem informações complexas de maneira simples, com a possibilidade de customização por parte do usuário em termos dos filtros possíveis, como período de análise, países de interesse e investimentos por unidade da federação e até por cidades”, disse o Ministério.

O vice-presidente e ministro da Pasta, Geraldo Alckmin, classificou o InvestVis como “muito útil” tanto para direcionar ações do Poder Público quanto da iniciativa privada para que continue se ampliando os investimentos no Brasil. Segundo a secretária-executiva da Câmara de Comércio Exterior (Camex), Marcela Carvalho, a plataforma é uma novidade em relação ao que se tem disponível atualmente.

“Embora os dados de Investimento Estrangeiro Direto sejam públicos, a utilização desses dados não é trivial para a maioria dos usuários. Com a consolidação dos dados em um único lugar, e a simplificação do acesso e visualização, espera-se que essas informações sejam muito mais disseminadas, permitindo seu uso para aprimorar políticas públicas e decisões do setor privado”, disse a secretária da Camex, órgão que foi responsável pela construção da plataforma.

O ITC aponta que o estado de São Paulo concentra 49,8% das empresas estrangeiras no Brasil, com 5.965 filiais. Na sequência, estão Rio de Janeiro e Minas Gerais, com 9,8% (1.169 filiais) e 7% (840), respectivamente.

De acordo com o mesmo Investment Map, o Sudeste concentra o maior volume de filiais de empresas estrangeiras no Brasil, com 68,2% do total, seguido pelas regiões Sul, com 14,7%; Nordeste, com 8,7%; Centro-Oeste, com 5,5%; e Norte, com 3%.

A aba internacional da plataforma indica que os Estados Unidos são o maior investidor e também o maior receptor de fluxos de investimentos estrangeiros diretos.

Já a China aumentou em quase oito vezes o investimento recebido entre 1990 e 1993 e saiu da 12ª colocação para a segunda posição no ranking mundial. Colocação mantida atualmente, no recebimento de investimentos estrangeiros. Somente em 2020, a China alcançou o primeiro lugar no destino de investimentos no mundo.

A plataforma ainda permite identificar, por exemplo, que, ao longo das últimas décadas, houve mudanças na dinâmica dos investimentos mundiais. As economias desenvolvidas que, em 1990, recebiam 83,6% de todos os investimentos, passaram ao percentual de 34,8%, em 2023.  Em contrapartida, as economias em desenvolvimento, que receberam 16,4% dos IED em 1990, passaram a representar 65,2% do fluxo de entrada de IED, em 2022.

Em relação a dados nacionais, a plataforma InvestVis aponta que, em 2023, o Brasil esteve entre os cinco países que mais receberam investimentos estrangeiros diretos.

O setor de serviços recebeu 67,1% do total de investimentos externos. E a indústria foi responsável por 18,2% dos valores investidos.

No ano passado, os Estados Unidos (EUA) foram o país que mais investiu no Brasil, com 25,8% dos recursos que entram no país. Em seguida, aparecem Países Baixos (13,3%) e Reino Unido (11,1%).

A ferramenta pode ser acessada pelo seguinte endereço na internet: https://www.gov br/mdic/pt-br/assuntos/camex/investimentos-estrangeiros/investvis

O mercado de capitalização deve atingir arrecadação da ordem de R$ 32 bilhões em 2024. De acordo com a Federação Nacional de Capitalização (FenaCap), nos sete primeiros meses do ano, o setor arrecadou R$ 17,9 bilhões, volume 6% maior que o do mesmo período do ano passado.

“Estamos estimando chegar a uns R$ 32 bilhões, o que vai ser recorde no ano”, disse o presidente da FenaCap, Denis Morais, em coletiva de imprensa realizada nesta quarta-feira. Neste ano, o setor chegou a R$ 40 bilhões em reservas técnicas.

A maior parte da arrecadação até julho, ou R$ 13 bilhões, foram nos títulos tradicionais. Outros R$ 1,9 bilhão foram arrecadados em títulos que são utilizados como instrumentos de garantia em determinadas operações. Este é um filão em que o setor tem investido, para atingir novos públicos.

Além de instrumentos de garantia locatícia, que ganharam impulso com a criação de plataformas online de aluguel de imóveis, a FenaCap vê enorme potencial no uso da capitalização como garantia de crédito, que era possível anteriormente, mas que foi incluído em lei neste ano. “Agora as empresas estudam como colocar isso ‘no ar'”, disse Morais.

A regulamentação do uso da capitalização e da previdência privada como garantia em operações de crédito foi publicada no mês passado.

O setor de capitalização espera quase triplicar o faturamento anual nos próximos cinco anos. A ideia é explorar o potencial dos produtos atuais e ampliar a presença no mercado dos títulos que servem como garantia para outras operações.

“O mercado pode chegar perto de R$ 100 bilhões em arrecadação em 2028, e ultrapassar os R$ 100 bilhões em reservas”, disse Morais

A FenaCap prevê que a arrecadação da capitalização chegará a R$ 91 bilhões em 2028, e as reservas técnicas, a R$ 111,4 bilhões. Nos sete primeiros meses deste ano, os números das reservas técnicas foram de R$ 40 bilhões.

As estimativas são parte de um estudo da FenaCap, feito para subsidiar as empresas do setor sobre possíveis vias de crescimento para os próximos anos.