Economia
Beija-mão

CAE e plenário do Senado avaliam indicação de Galípolo para presidência do BC

A partir das 10 horas, o economista será sabatinado pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) e avaliação será em seguida.

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07 de outubro de 2024
Vinicius Palermo
CAE e plenário do Senado avaliam indicação de Galípolo para presidência do BC
O Senado avalia na terça-feira, 8, o nome do diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo

O Senado avalia na terça-feira, 8, o nome do diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, para a presidência da autarquia a partir de 2025 – a primeira troca de comando da autoridade monetária na era da autonomia operacional. A partir das 10 horas, o economista será sabatinado pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) e, das 14 horas em diante, a indicação deve ser avaliada pelo plenário da Casa.

A expectativa é que a segunda passagem de Galípolo pelo crivo do Senado seja pelo menos tão tranquila quanto a primeira. Desde que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva confirmou a indicação, no fim de agosto, o diretor fez um extenso “beija-mão” com ao menos 48 senadores alinhados ao governo e à oposição, mesmo diante do esvaziamento do Congresso por causa das eleições municipais.

O próprio presidente do BC, Roberto Campos Neto, entrou em campo e procurou senadores alinhados à oposição e ao governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, que o indicou, para avalizar a candidatura de Galípolo. Nesta segunda-feira, o ministro-chefe da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, disse que a avaliação sobre a recepção do Senado à indicação é “positiva”.

A possibilidade de indicação de Galípolo ao comando do BC já aterrorizou o mercado, diante das reiteradas críticas de Lula à condução da política monetária e das inclinações heterodoxas da produção acadêmica do economista. Parte da desconfiança foi dirimida desde agosto, quando ele, em diversos pronunciamentos públicos, assumiu o papel de arauto do aumento dos juros que começaria em setembro, quando o Comitê de Política Monetária (Copom) elevou a Selic a 10,75%.

A aprovação do economista de 42 anos, ex-secretário-executivo da Fazenda, fará com que os indicados pelo governo Lula sejam maioria no Copom a partir de 1º de janeiro, o que ainda causa algum desconforto no mercado.

Há dúvidas de que o BC aumentará a Selic o bastante para fazer a inflação convergir ao centro da meta, o que tem mantido a “desancoragem crônica” das expectativas.

Galípolo precisa da maioria dos votos na CAE e no plenário do Senado para ser confirmado como presidente do BC a partir de janeiro de 2025, após o término do mandato de Campos Neto, em 31 de dezembro deste ano. Da última vez que passou pela Casa, em 2023, quando foi indicado para a diretoria de Política Monetária, ele foi aprovado por 23 votos a 2 na sabatina e por 39 a 12 no pleno.

Padilha disse nesta segunda-feira, 7, após reunião com o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e líderes do governo, que a prioridade da semana será acompanhar a sabatina do diretor de Política Monetária do Banco Central.

Segundo ele, a meta do governo é aprovar a indicação na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) e votá-la no plenário em seguida.

O cronograma é o mesmo traçado pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que anunciou a pretensão de votar a indicação na terça-feira, 8.

O ministro das Relações Institucionais disse ainda que o governo se reunirá com o senador Eduardo Braga (MDB-AM) para discutir o projeto de regulamentação da reforma tributária.

De acordo com Padilha, “há um esforço” do governo para que a proposta seja votada neste ano no Senado e devolvida à Câmara dos Deputados.