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Queimadas já deram prejuízos de R$ 1,5 bilhão a Goiás

O governador de Goiás, Ronaldo Caiado, fez a afirmação em evento e ainda criticou a falta de um seguro rural no Brasil.

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25 de setembro de 2024
Vinicius Palermo
Queimadas já deram prejuízos de R$ 1,5 bilhão a Goiás
O governador de Goiás, Ronaldo Caiado.

O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), afirmou que as queimadas já deram prejuízos de R$ 1,5 bilhão a Goiás, valor equivalente a 0,4% do Produto Interno Bruto (PIB) do Estado. As declarações ocorreram durante o painel “Brasil 2025/26: As oportunidades nos Estados”, em conferência do Banco Safra, em São Paulo, na terça-feira, 24.

“Nós precisamos ter uma retaguarda maior dentro do federalismo, porque nós não podemos admitir que, até o Congresso se reunir para tratar de um assunto que é específico de alguns Estados, o Estado já queimou todo”, declarou o governador.

E acrescentou: “Tanto é que nós já fizemos um cálculo. Goiás teve uma perda de R$ 1,5 bilhão, o que está comprometendo hoje 0,4% do PIB do Estado de Goiás.”

Na sequência, Caiado criticou o governo federal no combate às queimadas. “Então, isto é uma irresponsabilidade muito grande, porque o governo federal não só não atendeu no Rio Grande do Sul, como não atendeu nas enchentes e não atendeu nas queimadas. Não tinha plano nenhum. Fez uma reunião na semana passada para dizer que ia mandar 100 bombeiros militares para Goiás. O que isso significa?”, questionou.

O governador de Goiás criticou ainda a falta de um seguro rural no Brasil. “Eu ouvi do vice-presidente mundial da John Deere um detalhe interessante que quero transmitir aqui. Ele disse: governador, o senhor sabe que os produtores que mais absorvem tecnologia, e falo pela John Deere, são os brasileiros? E eu falei, mas por quê?”, contou.

E continuou: “Ele falou: por uma coisa simples. Porque o produtor rural brasileiro tem que arriscar a vida dele toda, jogar na safra dele com tudo, porque não tem seguro. Se ele perder uma safra nos Estados Unidos ou na Europa, ele tem um seguro agrícola e ele tem a tranquilidade de ficar. Aqui, se ele perder a safra, ele quebra e vai ter que entregar a fazenda dele, porque não tem condição de pagar as dívidas.”

Na sequência, o governador afirmou que até hoje o Brasil não tem seguro rural: “É algo impressionante, num país em que a base da economia dele é exatamente a agropecuária.”

Ao participar na terça-feira, 24, do painel “A Reconstrução do Rio Grande do Sul” na conferência do Banco Safra, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB-RS), voltou a afirmar que o Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, voltará a funcionar a partir de outubro.

Para o governador, a volta da operação do aeroporto será um empuxo para a retomada consolidada da economia gaúcha, que já vem acontecendo até de forma surpreendente graças a união da população gaúcha e dos empresários do Rio Grande do Sul.

Ressaltando em todo tempo que o Rio Grande do Sul vai sair mais forte da tragédia que se abateu sobre o Estado, Leite reforçou que colocará em movimento um pacote de obras de infraestrutura com vistas a recuperação de reconstrução e recuperação de estradas e pontes, muros de contenção nas partes que foram danificadas pela enchente, de diques para contenção de águas em eventuais futuras cheias dos rios. Falou também do grande volume de projetos de privatizações e concessões que o governo do Rio Grande do Sul fará nos próximos anos.

Outro ponto que o governador gaúcho destacou foi a construção de um novo aeroporto na Serra Gaúcha, próximo da cidade de Gramado para reforçar a vocação turística da localidade.

“Há bilhões de reais para a reconstrução do RS vindos de recursos públicos e privados. O Rio Grande do Sul vai investir muito na resiliência da infraestrutura do Estado”, disse o governador.

Leite não soube responder o quanto o Estado recebeu em doações por conta das enchentes de maio, mas assegurou que já fez este pedido às suas equipes e que em breve deverá ter os números e que os disponibilizarão para conhecimento público.

O governador do Rio Grande do Sul afirmou que quer investir na “resiliência climática” no Estado nos próximos anos. As declarações ocorreram durante o painel “Brasil 2025/26: As oportunidades nos Estados”, em conferência do Banco Safra, em São Paulo.

“Estamos muito determinados aqui, com uma estratégia bem organizada, para justamente fazermos o enfrentamento tanto da reconstrução, que precisa ser feito o processo de reconstrução, mas também de adaptação e de resiliência climática no Estado, para que qualquer outro evento encontre um Estado preparado”, afirmou.

Na ocasião, ele também lembrou que “há bilhões de reais” para a reconstrução do Rio Grande do Sul, que incluem recursos privados.