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EUA vão enviar mais tropas para o Oriente Médio

O secretário de imprensa do Pentágono, General Pat Ryder, não forneceu detalhes sobre quantas forças adicionais ou o que elas seriam encarregadas de fazer.

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23 de setembro de 2024
Vinicius Palermo
EUA vão enviar mais tropas para o Oriente Médio
O secretário de imprensa do Pentágono, General Pat Ryder

Os EUA estão enviando tropas adicionais para o Oriente Médio em resposta a um forte aumento na violência entre Israel e as forças do Hezbollah no Líbano, o que aumentou o risco de uma guerra regional maior, disse o Pentágono nesta segunda-feira, 23.

O secretário de imprensa do Pentágono, General Pat Ryder, não forneceu detalhes sobre quantas forças adicionais ou o que elas seriam encarregadas de fazer. Os EUA atualmente têm cerca de 40mil tropas na região.

“À luz do aumento da tensão no Oriente Médio e por excesso de cautela, estamos enviando um pequeno número de militares americanos adicionais para aumentar nossas forças que já estão na região. Mas, por razões de segurança operacional, não vou comentar ou fornecer detalhes”, disse.

As novas implantações ocorrem após ataques significativos das forças israelenses contra alvos dentro do Líbano que mataram centenas e enquanto Israel se prepara para conduzir novas operações. O primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu alertou hoje os civis libaneses em uma mensagem gravada em vídeo para evacuarem suas casas antes de novos ataques aéreos.

O Departamento de Estado dos EUA está alertando os americanos para deixarem o Líbano, pois o risco de uma guerra regional aumenta. “Dadas as tensões, dada a escalada, como destaquei, há potencial para um conflito regional mais amplo. Não acho que chegamos lá ainda, mas é uma situação perigosa”, disse Ryder.

O presidente do Irã, Masoud Pezeshkian, acusou Israel de buscar uma guerra ampla no Oriente Médio e alertou sobre as consequências “perigosas” dos ataques aéreos israelenses no Líbano. Em fala para representantes da mídia, Pezeshkian disse que, embora Israel insista que não quer uma guerra mais ampla, está tomando medidas que mostram o contrário.

“Eles estão nos arrastando para um ponto onde não queremos chegar. Não há vencedor na guerra. Estamos apenas nos enganando”, alertou. Pezeshkian também disse que o Irã responderá ao assassinato do líder do Hamas, Ismail Haniyeh, “em um momento e lugar apropriados”.

O assessor especial do presidente Lula para assuntos internacionais, Celso Amorim, disse, em avaliação “pessoal”, que o ataque de Israel ao Líbano foi “tremendamente revoltante” e “muito perigoso”, pelo risco de a escalada militar resultar em “guerra total”.

“Estamos falando de um lugar com muitos brasileiros”, acrescentou, observando também que o Itamaraty já estaria planejando, “com certeza”, a retirada de brasileiros. “Já ouvi falar sobre isso, deles”, disse, referindo-se ao Ministério de Relações Exteriores (MRE).

“Hoje a retirada seria ainda mais perigosa” do que foi o caso no passado, acrescentou Amorim, ex-chanceler e que esteve em 2006 no Líbano. “Deu muito trabalho naquela época”, quando foram retirados 3 mil brasileiros, observou o ex-ministro, referindo-se à retirada de brasileiros do país, e que, desde então, a situação se agravou, o que tornaria a retirada, hoje, ainda mais complexa, com dificuldade maior para levar brasileiros para Síria ou Turquia, pela fronteira norte.