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Israel ataca ‘alvos específicos’ em Beirute e Hezbollah responde com mísseis

Imagens do sul de Beirute, onde o apoio ao Hezbollah é forte, mostraram escombros nas ruas e grandes danos a prédios e carros. Israel também bombardeou o sul do Líbano.

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20 de setembro de 2024
Israel ataca ‘alvos específicos’ em Beirute e Hezbollah responde com mísseis
Foto: Reuters

As Forças de Defesa de Israel (FDI) e a milícia xiita radical libanesa Hezbollah realizaram novas trocas de ataques na sexta-feira, 20, em meio a uma semana com bombardeios de ambos os lados e as explosões de pagers e walkie-talkies de integrantes do Hezbollah, que deixaram 37 mortos e mais de 3 mil feridos.
Segundo o Exército israelense, o Hezbollah disparou cerca de 140 projéteis contra posições de Israel no norte e muitos mísseis foram interceptados.

Grupos de resgate e de incêndio estavam trabalhando em Israel para extinguir os incêndios causados pelos ataques do Hezbollah. O grupo libanês apontou que seus foguetes atingiram sedes de duas divisões militares de Israel no norte e nas Colinas do Golan.

No comunicado, as Forças de Defesa de Israel disseram que o país realizou uma série de bombardeios na capital do Líbano, Beirute, embora o alvo não estivesse claro. Imagens do sul de Beirute, onde o apoio ao Hezbollah é forte, mostraram escombros nas ruas e grandes danos a prédios e carros. Israel também bombardeou o sul do Líbano com o intuito de destruir partes da infraestrutura da milícia xiita radical libanesa.

O Hezbollah destacou que os ataques de sexta-feira ocorreram em solidariedade ao grupo terrorista Hamas, na Faixa de Gaza, e não como vingança pelas explosões de pagers e walkie-talkies. O grupo libanês prometeu que vai retaliar Israel pelas explosões.

De acordo com a mídia israelense, o alvo do Exército de Israel em Beirute foi Ibrahim Aqil, um importante oficial do Hezbollah. Segundo fontes da AFP, Aqil foi morto pelos ataques israelenses. “O ataque aéreo israelense matou o comandante da Força Radwan, Ibrahim Aqil, o segundo em comando de sua força armada depois de Fuad Shukr”, que foi morto por um outro ataque israelense em julho.

Na quinta-feira, 19, o Exército de Israel apontou que atingiu 100 lançadores de foguetes do Hezbollah, além de 1.000 barris de lançadores. A agência de notícias estatal do Líbano informou que Israel havia lançado 52 ataques aéreos.

O Hezbollah também reivindicou ataques a posições militares israelenses na quinta-feira com foguetes e drones. Oito israelenses ficaram feridos e dois soldados morreram, segundo o Exército de Israel.

O ataque lançado por Israel em Beirute, capital do Líbano deixou pelo menos nove mortos e 50 feridos, segundo o Ministério da Saúde libanês. Forças militares israelenses afirmam que o ataque matou um dos comandantes de alto escalão do Hezbollah, Ibrahim Aqil, que seria responsável por operações do grupo xiita e das forças especiais Radwan.

Israel também afirmou que outros comandantes sênior do Hezbollah foram mortos no subúrbio ao sul de Beirute. O grupo militante, apoiado pelo Irã, não confirmou a morte de Aqil ou de outros integrantes.
Aqil, um terrorista designado pelos EUA, faz parte do principal conselho militar do Hezbollah.

Os EUA o ligaram ao bombardeio do quartel dos fuzileiros navais dos EUA em Beirute em 1983 e ao sequestro de americanos na década de 1980. No ano passado, o Departamento de Estado dos EUA anunciou uma recompensa de até US$ 7 milhões por informações sobre Aqil. “Ibrahim Aqil é um comandante sênior do Hezbollah, a pessoa mais próxima de Nasrallah”, disse o porta-voz militar israelense Daniel Hagari, referindo-se ao líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah.

O grupo militante libanês, abalado pela operação de inteligência que teve como alvo seus dispositivos de comunicação, tem tentado determinar se alguma de suas redes está segura enquanto procura por brechas de segurança e caça a possíveis infiltrados na organização, disseram pessoas familiarizadas com o assunto ao Wall Street Journal.

O secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, cancelou os planos de viajar a partir deste fim de semana para Israel, Catar e Arábia Saudita. Muitos dos aliados e parceiros árabes mais próximos de Washington no Oriente Médio temem uma possível invasão israelense no Líbano, de acordo com autoridades árabes, que afirmaram que isso poderia desencadear distúrbios em toda a região e uma oportunidade para os grupos extremistas aproveitarem essa raiva e se reagruparem.