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Governo vai liberar R$ 1,5 bilhão contra dengue

A ministra afirmou que terá uma estimativa para o ano que vem de um milhão de doses do Instituto Butantan, que será de dose única, mas a confirmação ainda será dada pela Anvisa.

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18 de setembro de 2024
Governo vai liberar R$ 1,5 bilhão contra dengue
Foto: José Cruz - Agência Brasil

A ministra da Saúde, Nísia Trindade, disse na quarta-feira, 18, que o governo federal dedicará R$ 1,5 bilhão para as ações contra a dengue nos próximos meses. Ela também afirmou que o governo aguarda liberação da Anvisa para a vacina contra a doença desenvolvida pelo Instituto Butantan.

“Temos uma estimativa para o ano que vem, tudo dando certo, de um milhão de doses do Instituto Butantan, que será de dose única, mas teremos confirmação de todos esses dados a partir do encaminhamento à Anvisa”, disse a ministra.

Ela também mencionou a compra de vacinas da farmacêutica japonesa Takeda. Seriam 9 milhões de doses, no total, para serem divididas entre os Estados. A distribuição deverá ser pactuada nos próximos 15 dias, de acordo com ela.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse na quarta-feira, 18, que, se tudo der certo, o Brasil terá o verão com menos dengue em sua história. No último ciclo da doença, o País teve recorde de mortes. O petista está no final desta manhã ao lado da ministra da Saúde, Nísia Trindade, no Palácio do Planalto para divulgar ações do governo na área.

“Se Deus ajudar, a gente quer ter o verão com menos dengue na história desse país”, declarou o petista. “Todo verão nós somos vitimados pelo crescimento da dengue e de outras doenças. E dessa vez, com a questão climática evoluindo para que o planeta fique mais aquecido, resolvemos antecipar o lançamento da nossa campanha”, disse o presidente da República.

“Precisamos preparar a sociedade brasileira. Porque os mosquitos estão nas casas de cada um de nós. Não só das pessoas pobres, estão na casa de pessoas que têm poder aquisitivo maior”, disse o petista. Ele afirmou que cada cidadão deve ser “seu próprio médico” – no sentido de tomar medidas para combater o acúmulo de água parada, necessário para a reprodução do mosquito.

“A gente não quer que ninguém brigue com o vizinho, apenas para que alerte o sistema de saúde que tem um vizinho que não está cuidando”, disse o presidente da República. Ele afirmou que está focando em medidas de curto e médio prazo para conseguir resultados na área ainda em seu mandato. “O longo prazo pode estar longe demais”, declarou o petista.

Segundo Lula, seu objetivo é “deixar esse país estruturado para que a gente possa ter uma estrutura eficaz para combater de forma massiva os efeitos da dengue”.

A ministra da Saúde disse ainda que o impacto dos jogos virtuais na vida das pessoas e na saúde mental requer que as bets tenham “forte regulação”.

“Acho que essa questão dos jogos nos meios virtuais, cada vez mais intensa, seu impacto na vida das pessoas e na saúde mental requerem uma forte regulação. Nós temos buscado fortalecer dentro de toda uma estratégia na área da saúde mental”, declarou a ministra da Saúde.

“O governo federal não só participa dessa discussão como o próprio ministro Haddad deu uma entrevista agora focalizando (o tema), até chamando de uma pandemia”, disse Nísia Trindade.

Sobre a vacinação contra a dengue, Nísia explicou que é uma estratégia progressiva, com incorporação gradativa de vacinas. Em 2024, foram compradas quatro milhões de doses da vacina do laboratório japonês Takeda e, para 2025, o Brasil possui contrato para distribuição de nove milhões de doses.

Gestores federais, estaduais e municipais deverão pactuar, nos próximos 15 dias como elas serão distribuídas, a partir dos estudos de cenário.

A faixa etária prioritária do Ministério da Saúde para a vacinação contra a dengue é de 11 a 14 anos. “É um grupo que foi menos exposto à dengue e por isso há uma tendência maior de hospitalizações nessa faixa etária. Nessa e nos idosos também, mas os idosos ainda não podem receber vacinas”, disse Nísia, explicando que a Anvisa não autorizou a aplicação em pessoas acima de 60 anos em razão da falta de estudos sobre eficácia e segurança para esta faixa etária.

A ministra da Saúde defende que “mais importante do que ampliar a faixa etária” é olhar os municípios que ainda não foram contemplados com doses.

“Mas essa revisão quem faz são os nossos técnicos e discutido numa pactuação na reunião tripartite que envolve os conselhos nacionais de secretários estaduais e municipais de saúde como fizemos no ano passado”, ressaltou.

Há, ainda, a expectativa da distribuição de um milhão de doses da vacina contra a dengue do Instituto Butantan. Em breve, o laboratório paulista deve enviar o produto para análise da Anvisa.