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Volume de serviços subiu 1,2% em julho

O segmento de transportes – o de maior peso na pesquisa (representa 36,40%) – ficou no campo negativo, com recuo de 1,5%.

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11 de setembro de 2024
Volume de serviços subiu 1,2% em julho
Foto: Divulgação

O volume de serviços prestados subiu 1,2% em julho ante junho, na série com ajuste sazonal, segundo os dados da Pesquisa Mensal de Serviços, informou na quarta-feira, 11, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No mês anterior, o indicador havia aumentado 1,7%. O resultado de julho superou o teto das previsões do mercado, que iam desde uma queda de 1,8% a uma alta de 1,1%, com mediana de estabilidade (0,0%).

Na comparação com julho do ano anterior, houve elevação de 4,3% em julho de 2024, já descontado o efeito da inflação. Nessa comparação, as previsões eram de uma elevação de 0,9% a 4,8%, com mediana positiva de 2,5%.

A taxa acumulada no ano – que tem como base de comparação o mesmo período do ano anterior – foi de elevação de 1,8%. Em 12 meses, os serviços acumulam alta de 0,9%. A receita bruta nominal do setor de serviços subiu 2,1% em julho ante junho. Na comparação com julho de 2023, houve avanço de 10,8% na receita nominal.

O setor de serviços operava em julho em patamar recorde da série histórica da Pesquisa Mensal de Serviços, iniciada em 2011 pelo IBGE. Os Serviços prestados às famílias estavam 8,5% abaixo do pico de maio de 2014, enquanto os serviços de informação e comunicação operavam em patamar também recorde em julho de 2024.

O IBGE revisou o volume de serviços prestados em maio ante abril, de uma queda de 0,4% para recuo de 0,5%, na série com ajuste sazonal, segundo os dados da Pesquisa Mensal de Serviços. A taxa de abril ante março passou de alta de 0,4% para expansão de 0,2%, a de fevereiro ante janeiro saiu de queda de 0,5% para recuo de 0,4%; e a de janeiro ante dezembro de 2023 passou de avanço de 0,5% para crescimento de 0,4%.

O volume de serviços prestados no País cresceu 1,2% em julho ante junho, acumulando assim um ganho de 2,9% em dois meses de avanços consecutivos. Em junho ante maio, os serviços já tinham registrado uma expansão de 1,7%. A taxa de crescimento de julho foi a mais acentuada para o mês desde o ano de 2020, quando houve uma elevação de 2,5%.

“O setor de serviços mostra seu segundo resultado positivo consecutivo”, frisou Rodrigo Lobo, gerente da pesquisa do IBGE. “O resultado está muito voltado à maior operação de negócios de empresas voltadas a outras empresas”, completou.

Na comparação entre julho e junho, três dos cinco grandes setores apresentaram resultado positivo, com destaque para o grupo de serviços profissionais, administrativos e complementares, que subiu 4,2%. Dentro desse setor, os destaques foram as atividades de agenciamento de espaços de publicidade e intermediação de negócios em geral.

“As empresas têm usado muito as plataformas digitais para fazer anúncios”, analisou Lobo. Ele acrescentou que uma grande empresa do setor retificou números subestimados, o que fez a pesquisa perceber grande salto no setor.

“A partir de agora tem a quantidade de receita sendo informada maior do que vinha sendo informado até então”, detalhou. O nome da empresa, que atua no serviço de agenciamento de espaços de publicidade, não foi informado. Outro setor com resultado positivo na passagem entre julho e junho foi o de informação e comunicação, com crescimento de 2,2%.

Rodrigo Lobo explica que, em julho, mês de recesso escolar, é comum que muitas famílias tirem férias, e  assim as salas de cinema acabam tendo um bom desempenho nesse período.

“Os dados macroeconômicos (aumento de empregos e renda), de alguma forma, corroboram para uma conjuntura positiva, especialmente para os setores de informação e comunicação; e serviços profissionais, administrativos e complementares”, observa Lobo. O terceiro setor com crescimento em julho foi o de outros serviços, com variação de 0,2%.

O segmento de transportes – o de maior peso na pesquisa (representa 36,40%) – ficou no campo negativo, com recuo de 1,5%. De acordo com o analista do IBGE, o resultado foi impactado pelo desempenho abaixo de transportes dutoviários e rodoviários de cargas.

Para Rodrigo Lobo, o recuo no transporte dutoviário pode ser compreendido por menor produção da indústria extrativa, enquanto o desempenho do transporte rodoviário é explicado por menor produção agrícola. Ou seja, menos produção, menos necessidade de transporte.

O quinto segmento analisado – o de serviço prestado às famílias – apresentou ligeira variação negativa (-0,2%). Na passagem de junho para julho, 14 das 27 unidades da federação (UFs) tiveram aumento na receita real de serviços. Já no acumulado do ano, 21 das UFs apresentam crescimento.

Rodrigo Lobo explica que o crescimento de 4,3% interanual (julho 2024 contra julho 2023) é explicado também, em parte, pelo fato de o mês em 2024 ter tido dois dias úteis a mais.  

Ao todo, a pesquisa do IBGE observa o comportamento de 166 tipos de serviços. Na comparação de julho de 2024 com o mesmo mês do ano passado, o índice de difusão – medição do percentual dos tipos de serviço que apresentaram crescimento – ficou em 60,8%.

A pesquisa do IBGE traz dados também do Indicador de Atividades Turísticas (Iatur), que mostrou retração de 0,9% na passagem entre junho e julho. Rodrigo atribui o mau desempenho ao aumento de preços de passagens aéreas (19,39%) e de aluguel de veículos: alta média de 6,93%.

O segmento de turismo se posiciona 6,8% acima do patamar pré-pandemia e 1% abaixo do ponto mais alto da série, alcançado em fevereiro de 2014.

Essa divulgação do Indicador de Atividades Turísticas é a primeira desde que o IBGE aumentou o número de locais pesquisados, passando de 12 para 17. Foram incluídos Amazonas, Pará, Rio Grande do Norte, Alagoas e Mato Grosso, que se somam a Ceará, Bahia, Pernambuco, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Goiás e o Distrito Federal.