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SP tem segundo dia seguido com pior qualidade do ar dentre as maiores cidades do mundo

Das 22 estações de medição na região metropolitana, cinco registram a classificação “muito ruim”, 14 são apontadas como “ruins” e quatro como “moderada”.

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10 de setembro de 2024
SP tem segundo dia seguido com pior qualidade do ar dentre as maiores cidades do mundo
Foto: Divulgação

Pelo segundo dia consecutivo, a qualidade do ar em São Paulo foi considerada a pior do mundo, conforme a empresa suíça de tecnologia IQAir, que monitora as condições da poluição em grandes cidades. O ranking de 120 metrópoles publicado no site da plataforma indica que na terça-feira, 10, São Paulo ocupava o topo na lista, seguida de Kinshasa, na República Democrática do Congo, e Jerusalém, em Israel. Na véspera, a cidade já havia figurado em primeiro lugar na parte da manhã.

A empresa suíça é especializada em tecnologia da qualidade o ar e organiza o ranking de 120 grandes cidades do mundo com dados gerados por estações operadas pelos governos locais, instituições de pesquisa regionais e organizações sem fins lucrativos. A classificação segue parâmetros de qualidade americanos.

A análise coincide com a da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb). De acordo com o site da instituição, a qualidade do ar na terça na região metropolitana de São Paulo, de forma geral, é “muito ruim”, com possibilidade de “aumento de sintomas respiratórios para a população em geral”.

Das 22 estações de medição na região metropolitana, cinco registram a classificação “muito ruim”, 14 são apontadas como “ruins” e quatro como “moderada”. A classificação da qualidade do ar pela Cetesb vai de boa a péssima, passando por moderada, ruim e muito ruim.

A qualidade do ar está muito ruim devido à suspensão de material particulado oriundo das queimadas que ocorrem em todo o País. Este material está sendo carreado para o Sudeste, segundo o órgão. Por outro lado, as condições meteorológicas não estão favorecendo à dispersão dos poluentes, por conta da estiagem e dos ventos fracos, acrescenta.

Nessa classificação, de acordo com a Cetesb, pessoas com doenças respiratórias ou cardíacas, idosos e crianças podem ter os sintomas agravados. A população em geral pode apresentar sintomas como ardor nos olhos, nariz e garganta, tosse seca e cansaço. A indicação é reduzir esforço físico pesado ao ar livre O tempo seco e a onda de calor devem continuar em São Paulo, ao menos, até domingo, dia 15.

Para a diretora-executiva do Instituto do Ar e médica, Evangelina Araújo, diante da piora da qualidade do ar em razão, principalmente das queimadas, as autoridades federal e estaduais deveriam adotar medidas mais rígidas para evitar casos de síndromes respiratórias. Ela cita como exemplos a diminuição da circulação de caminhões movidos a diesel; gratuidade e incentivo ao uso dos trens metropolitanos, para reduzir o número de veículos nas ruas; a suspensão das aulas escolares, e a paralisação de indústrias que emitem níveis elevados de partículas na atmosfera. 

“Na Europa, particularmente na França, a detecção de uma mínima alteração na qualidade do ar já acende o sinal de alerta. No caso da qualidade do ar em São Paulo e no restante do Brasil, por causa das queimadas, as autoridades já deveriam ter adotado providências. Estamos falando das áreas de meio ambiente e saúde. A situação é critica por afetar as pessoas sensíveis, como crianças, idosos e pessoas com problemas cardiovasculares”, disse.

Com a temperatura alta e o ar seco e com qualidade ruim, o ar fica repleto de partículas nocivas que elevam os riscos de problemas respiratórios e até mesmo de morte, alerta a diretora-executiva, acrescentando que a adoção de medidas de mitigação dos danos à saúde é urgente.  

Evangelina Araújo recomenda que a população deve beber muita água, fechar as janelas e portas de casa para evitar a entrada da poluição, usar ventiladores e colocar toalhas molhadas nos ambientes para aumentar a umidade.