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Congresso dos EUA analisa medidas para combater influência da China em setores da economia

Os Estados Unidos veem a China como um grande rival geopolítico, e o objetivo dessas medidas é garantir que o país prevaleça na competição.

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09 de setembro de 2024
Congresso dos EUA analisa medidas para combater influência da China em setores da economia
Foto: Reuters

Os legisladores da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos devem tomar uma série de medidas nesta semana para conter e combater a influência e poder da China no país. Dentre os projetos de lei, estão a redução da dependência americana em empresas de biotecnologia chinesas e a proibição de veículos elétricos e drones chineses. Se aprovadas, as medidas precisam também serem aprovadas pelo Senado.

Muitos dos projetos de lei programados para votação nesta semana parecem ter o apoio bipartidário de republicanos e democratas, refletindo o forte consenso de que as ações do Congresso são necessárias para combater a China.

Os Estados Unidos veem a China como um grande rival geopolítico, e o objetivo dessas medidas é garantir que o país prevaleça na competição, já que tomará “medidas significativas para combater a ameaça militar, econômica e ideológica comunista”, segundo o deputado republicano John Moolenaar.

Moolenar é o chefe do comitê da Câmara dos Representantes sobre o Partido Comunista da China. Em nota, a Embaixada Chinesa em Washington criticou a iniciativa do Congresso e afirmou que, se aprovados, os projetos de lei “causarão séria interferência nas relações China-EUA, prejudicando inevitavelmente os próprios interesses, imagem e credibilidade americanos”.

Uma das legislações proibiria um grupo de cinco empresas de biotecnologia chinesas de cooperar com empresas americanas que recebem recursos federais, incluindo instituições que pesquisam causas genéticas para câncer e inovações para medicamentos. Outra cortaria a comercialização de drones produzidos pela chinesa DJI nas linhas de comunicação dos EUA e ampliaria investigações sobre “esforços de espionagem da China para roubar propriedade intelectual”.

O Congresso dos EUA também discutirá ampliação de restrições para vendas de terras agrícolas para a China, sob temores de que a detenção dessas terras por empresários chineses possa ameaçar a “segurança alimentar nacional” americana.

A Holanda foi outro país que adotou a mesma postura americana de combater a expansão chinesa. O Ministério do Comércio da China criticou a ampliação dos controles de exportação pelo governo da Holanda sobre a fabricante de chips ASML. Em coletiva de imprensa, um porta-voz chinês classificou a decisão como “abuso dos controles de exportação” e “ameaça à estabilidade das cadeias de oferta globais de semicondutores”.

“A China se opõe firmemente a esta decisão”, afirmou o porta-voz do Ministério do Comércio, acrescentando que é necessário “proteger os interesses comuns de empresas chinesas e holandesas”. “A Holanda deve respeitar os princípios de mercado e evitar medidas que impeçam a colaboração e o desenvolvimento normal de ambos os países, com base nas regras internacionais de comércio.”

O Ministério do Comércio chinês também associou a decisão holandesa ao que chamou de “generalização do conceito de segurança nacional” promovida pelos EUA para “manter sua hegemonia global”, ao mesmo tempo em que coage países individuais a ampliarem medidas de controle de exportação.

“Isso prejudica seriamente os direitos e interesses legítimos de países e empresas”, acusou a China, reiterando alertas sobre possíveis danos a cadeias de suprimentos globais.